quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Prodeb lança sua Cartilha MPS.BR

O Grupo de Engenharia de Processos (GEP), composto por membros da DIT (GDS e CONPA) e DSS (Escritório de Projetos), está lançando na quinta-feira, dia 11, uma Cartilha sobre o Modelo de Referência para Melhoria do Processo de Software Brasileiro - MPS.BR, dando início às atividades para obtenção do nível de maturidade e capacidade voltado para o processo de desenvolvimento/manutenção de sistemas, sites e portais na PRODEB.


O MPS.BR foi criado pela Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX), constituindo-se em um guia de boas práticas da engenharia de software, com normas e modelos para melhorar a capacidade de desenvolvimento de software nas empresas brasileiras, sendo composto por sete níveis de maturidade.



O modelo MPS.BR baseia-se nos conceitos de maturidade e capacidade de processo para a avaliação e melhoria da qualidade e produtividade de software e serviços correlatos e também para a melhoria da qualidade e produtividade dos serviços prestados. A base técnica para a construção e aprimoramento deste modelo é composta pelas normas ISO/IEC 12207, ISO/IEC 20000 e ISO/IEC 15504-2, sendo compatível com o CMMI (Capability Maturity Model Integration). 



"Os níveis de maturidade estabelecem patamares de evolução de processos, caracterizando estágios de melhoria da implementação dos mesmos na Organização. Em um esforço conjugado das unidades de desenvolvimento e gerenciamento de projetos, o nível pleiteado é o G (Parcialmente Gerenciado), primeiro nível do modelo a ser adotado", explica Luciana Carla Lins e Silva, coordenadora de Normas e Padrões (CONPA). Para essa iniciativa, foi decidido que pelo menos dois projetos se submeteriam à avaliação oficial, estando um deles já definido - Portal SEAGRI (COSI 1) e outro pendente de definição (COSI 2). 

Governo da Bahia: Semana de C&T exibe curiosidades e experimentos em Salvador

As maravilhas da ciência estarão disponíveis para o público na 9ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que acontecerá de 16 a 21 deste mês, no estacionamento L1 do Salvador Shopping, na capital baiana, sob a coordenação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti).

Durante o evento, o público poderá conhecer, de forma dinâmica e interativa, equipamentos científicos e tecnológicos nas áreas de astronomia, eletromagnetismo, robótica, fluidos, óptica, matemática, mecânica, acústica e termologia. Além de atrair visitantes de diferentes idades e estimular o interesse pela ciência, a proposta da SNCT é tornar o conhecimento acessível por meio de uma fórmula mista de cultura e entretenimento.

“Com o evento, o governo baiano pretende incentivar nos visitantes de todas as idades o interesse pela ciência, tão importante para fomentarmos a criatividade, a atitude científica e a inovação na Bahia”, destaca o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Paulo Câmera.

Imaginário coletivo

O Robozão da Bahia, mascote desta edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Bahia, tem 2,6 metros de altura, 1,60 metro de envergadura, dança, canta e interage com o público. Produto 100% baiano, o robô conquista a atenção e simpatia das pessoas, preenchendo o imaginário coletivo com encantamento que só os super-heróis possuem.

Ao longo da programação da SNCT, o Robozão vai circular pelo Salvador Shopping, convidando o público para conhecer a exposição, interagindo e apresentando os experimentos e curiosidades.

Em uma tenda climatizada com 450 metros quadrados, a Secti levará para o público informações sobre o tema ‘Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza’, além de realizações do Governo do Estado, por meio dos seus diversos programas e projetos relacionados ao tema.

Coordenada no Estado da Bahia pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a Semana Nacional foi instituída em 2004, por decreto presidencial, para mobilizar, principalmente, os jovens e em especial as crianças, em torno de temas e atividades de C&T, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação.

Folha: Governo afrouxa exigência de conteúdo nacional para tablets


HELTON SIMÕES GOMES

O governo vai flexibilizar as exigências de porcentagem mínima de conteúdo nacional na produção de tablets, condição imposta aos fabricantes que quiserem ter redução nos tributos que pagam.

Sem cortar os benefícios fiscais, como alíquota zero de PIS/Cofins, o governo deve rever as exigências de componentes produzidos no Brasil que devem ser usados na montagem dos eletrônicos.

Os incentivos previstos ao cumprir o Processo Produtivo Básico (PPB) podem resultar em abatimento de até 30% no custo da produção.

Além dos tablets, devem ser contemplados computadores portáteis (notebooks, netbooks e ultrabooks) e os do tipo "all in one" (como os iMacs, da Apple).

A decisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Mcti) foi tomada depois que fabricantes de equipamentos pediram a revisão do PPB exigido pelas Lei de Informática e do Bem para concessão de benefícios fiscais.

Uma das reclamações da indústria é a de que as portarias que regulam os PPBs embaralhavam diferentes componentes dentro de uma mesma categoria.

FALTA DE OFERTA

Outro pleito apresentado era o de que as alíquotas exigidas para alguns componentes eram rígidas demais em relação à oferta dessas peças por fabricantes nacionais.

Segundo o Mcti, o problema procede e ocorreu devido a um atraso na instalação de grandes fornecedoras.

"Fizemos uma diligência junto aos fabricantes, acompanhamos as importações. A conclusão foi que os fornecedores de componentes precisarão de um tempo maior", afirmou Henrique de Oliveira Miguel, coordenador-geral de microeletrônica do Mcti.

O ministério sabe que a medida pode justamente desmotivar os investimentos desses fornecedores de componentes que ainda não iniciaram a produção no Brasil.

"É a maior preocupação", afirma Miguel.

Com exigência menor de produtos nacionais, abre-se a porta para os importados, principalmente memórias de computador (veja quadro).

Para tablets, por exemplo, em vez de a participação nacional de memórias subir para 30% em 2013, como o previsto, os fabricantes deverão manter os 20% atuais.

A intenção levada ao ministério pela indústria de computadores era mais ambiciosa: zerar a exigência de conteúdo nacional.

Às vésperas de completar um ano, a desoneração para os tablets foi uma contrapartida oferecida a algumas empresas internacionais para se instalarem no Brasil.

É o caso da chinesa Foxconn, por exemplo, que produz os eletrônicos da Apple em Jundiaí (SP), mas tem outras sete fábricas no país e anunciou que abrirá a nona.

Segundo o Mcti, a revisão beneficiará outras empresas. São mais de 25 indústrias de tablets e mais de cem de notebooks enquadradas no PPB. A pasta deve colocar o assunto em consulta pública nos próximos dias.

Após isso, um parecer técnico conjunto entre Suframa e os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento será elaborado e encaminhado aos titulares das pastas. A expectativa é que a portaria com as novas porcentagens de conteúdo nacional mínimo saia num período de 20 a 30 dias.

Alex Argozino/Editoriade Arte 

IDG Now!: Projeto de Lei quer obrigar operadoras a enviar fatura por SMS


De acordo com o PL 4066/12, do ex-deputado Romero Rodrigues, envio das mensagens ocorrerá sem ônus para o usuário e independerá do envio da fatura por via postal


Proposta em tramitação na Câmara obriga as operadoras de celular a enviar aos assinantes mensagens de texto (SMS) com o valor e o código de barras das faturas a vencer. Pelo texto, as empresas que não seguirem a determinação poderão ser punidas de acordo as sanções previstas na Lei Geral de Telecomunicações (LGT – 9.472/97).

Ainda de acordo com o PL 4066/12, do ex-deputado Romero Rodrigues, o envio das mensagens ocorrerá sem ônus para o usuário e independerá do envio da fatura por via postal. Rodrigues afirma que uma das principais fontes de queixas dos usuários está relacionada ao não recebimento das faturas emitidas pelas prestadoras.

“Não raro, há registros de clientes que são obrigados a pagar multas elevadas pelo atraso no pagamento de contas que nunca chegaram a suas residências”, disse.

Ele acrescenta que o usuário é submetido a constrangimentos até mesmo quando detecta o não recebimento da conta antes do vencimento. “Para solicitar uma segunda via, o assinante é obrigado a comparecer a uma loja ou entrar em contato com a central telefônica, a qual, em regra, oferece atendimento lento e de baixíssima qualidade”, completou.

Tramitação


O projeto, que foi apensado ao PL 3213/00, será analisado pela comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário.

* Com informações da Agência Câmara

G1 - Conheça aplicativos para localizar dispositivos móveis


Ferramentas localizam celulares, tablets e notebooks perdidos ou roubados.
Veja aplicativos para Android, iOS, Blackberry e Windows Phone.
Ronaldo PrassEspecial para o G1

Site do Prey Project reúne histórias e agradecimentos
sobre dispositivos recuperados 

Smartphones e tablets, para muitos, são ferramentas indispensáveis, seja para o trabalho, seja para entretenimento. Repletos de funcionalidades, estes dispositivos acabam servindo como um meio de armazenamento de informações e gerenciamento de contatos críticos para seus usuários.

Em caso de perda ou roubo, as informações contidas em um dispositivo móvel podem até ser mais valiosas do que o próprio aparelho. Nos Estados Unidos, por exemplo, o roubo de produtos da Appledisparou em Nova York e afetou os números do crime.

Caso não seja possível localizar e reaver o aparelho perdido é importante evitar que pessoas não autorizadas tenham acesso a seu conteúdo. Com o uso de aplicativos é possível tentar rastrear os dispositivos. Foi o que aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, onde o ladrão de um celular foi localizado pela polícia ao se exibir em fotos. No aparelho estava instalado um aplicativo que enviava as imagens para o computador do dono.

Conheça aplicativos para os sistemas Android, iOS e Windows Phone que permitem rastrear os aparelhos perdidos:

Aplicativo Prey Project 

Prey Project

Permite rastrear dispositivos móveis e computadores pessoais e acessar a localização no próprio site do desenvolvedor, em uma página protegida com senha. No site do desenvolvedor (veja aqui), pessoas que conseguiram resgatar seus aparelhos registram agradecimentos.

Disponível para: Android, iOS, PC e Mac (acesse aqui).

Preço: gratuito


Aplicativo localiza dispositivos móveis e 
computadores

Buscar meu iPhone – É o recurso presente em dispositivos móveis e computadores da Apple que permite obter a localização, reproduzir um som, exibir uma mensagem, bloquear remotamente seu dispositivo ou apagar todos os dados contidos nele.

Disponível para: iOS (acesse aqui)

Preço: gratuito

"Localizar meu telefone" para celulares com Windows
Phone

Localizar meu telefone

Recurso presente no Windows Phone, semelhante ao disponível para iOS, em que é possível localizar o telefone, enviar mensagens para quem o tiver localizado, bloquear o aparelho e apagar os dados pessoais contidos nele.

Disponível para: Windows Phone (acesse aqui)

Preço: gratuito

Complemento que para os produtos Tablet 
Security e Norton Mobile Security 

Norton Anti-Theft Plug-in

Complemento que para os produtos Tablet Security e Norton Mobile Security, que promete proteger as informações pessoais contidas nos dispositivos. Possui recurso que bloqueia remotamente o aparelho, envia mensagem personalizada para quem tiver encontrado o aparelho, tira fotos usando a câmera e as envia para o site do serviço.

Disponível para: Android (acesse aqui)

Preço: gratuito para usuários que tenham adquirido o Tablet Security (acesse aqui) e o Norton Mobile Security (acesse aqui)


Android Lost Free registra fotos da câmera do
dispositivo remotamente

Android Lost Free

Permite localizar dispositivos móveis, obter fotos da câmera, bloquear o aparelho, enviar mensagens de texto, gravar o som do microfone e apagar remotamente os dados pessoais.

Disponível para: Android (acesse aqui)

Preço: Gratuito

Instamapper resgata histórico de navegação do
dispositivo

Instamapper

Aplicativo e serviço de localização e monitoramento de dispositivos móveis em tempo real. Permite a exportação de relatório contendo o histórico de navegação do dispositivo.

Disponível para: Android, iOS e Blackberry (acesse aqui)

Preço: gratuito por 30 dias ou 100.000 pontos de localização

IDG Now!:Marketing digital: afinal, quanto vale um "Like" do Facebook?

Brad Chacos, PC World (US)
De acordo com dados de experimento, mais "Likes" não significam mais vendas. Mas uma loja com um milhão de curtidas provavelmente venderá mais do que outra com apenas 100


Qual é o valor tangível de um seguidor (fã) no Facebook? Especialistas de marketing social têm refletido sobre a questão por anos e ainda assim não estamos perto de uma resposta precisa. No mês passado, a rede social mais popular do mundo “varreu” curtidas (Likes) falsas de suas páginas, para desgosto dos spammers. Mas os esforços ao apostar na rede valem a pena? Se você está usando o FB para marketing legítimo, qual é o retorno para o investimento de ter fãs virtuais?

Dependendo da pessoa pra qual você perguntar, e das métricas usadas, um seguidor do Facebook poderia valer o seguinte: a) nada b) tão pouco quanto US$ 3,60 c) cerca de US$ 23 d) exatamente US$ 136,38 mais do que um “não-seguidor” ou e) US$ 214,81 para uma organização sem fins lucrativos. Isso é apenas um monte de números - e uma grande variação no valor de um “Like”. Onde está a verdade?

A Ecwid, autoproclamada "segunda maior loja de construção de aplicativos de e-commerce no Facebook", pesquisou dados de mais de 40 mil lojas da rede social que rodam em seu software para tentar determinar a resposta. Os resultados estão longe de ser definitivos, mas com certeza são interessantes.

Vendas e “likes”A Ecwid pegou as vendas acumuladas das lojas que usam seu software em 12 meses, e, em seguida, comparou o número total de "likes" de cada uma. A linha de base fornece algumas dicas: em média, cada “curtida” equivale a apenas 21 centavos de dólar em vendas anuais.

Indo mais a fundo, detalhes intrigantes. Para 10% das maiores lojas em volume de vendas, o valor de um "Like" aumentou para US$ 1,20, subindo para US$ 21,49 para 1% das lojas. Alguns varejistas, obviamente, têm algum tipo de “mágica secreta” quando se trata de envolver a audiência e converter isso em vendas. Um estudo mostrou que apenas 1% de fãs no Facebook interagem com as marcas que seguem.

Mas mais "Likes" significam mais vendas? Não, de acordo com dados da Ecwid. Na verdade, 25% das lojas avaliadas com mais curtidas só ganharam 13 centavos por "Like” ao ano, caindo para 1 insignificante centavo para 1% das lojas com mais fãs. Nenhum desses números chega perto de cumprir a média de 21 centavos de dólar por curtida.

E o que tudo isso significa?Nada de valor definitivo, infelizmente - além do fato de que não há correlação definitiva entre um "Like" e volume de vendas. Mas mesmo isso acaba não sendo verdade absoluta, já que uma loja com um milhão de curtidas muito provavelmente venderá mais produtos do que outra com apenas 100.

Lembre-se, não importa o número de fãs que você tem no Facebook, e sim o engajamento.

INFO: 102 crimes digitais são bem-sucedidos por semana, diz pesquisa



São Paulo – Em 2012, 102 ataques cibernéticos as redes empresariais foram bem-sucedidos semanalmente. A informação foi indicada pelo estudo realizado pela HP. Segundo a pesquisa feita com companhias norte-americanas, em 2011 foram detectados 72 crimes por semana as empresas, enquanto que 50 ataques semanais aconteceram no anos de 2010.

O custo das empresas americanas para solucionar problemas devidos a ataques em seus sistemas quase dobrou nos últimos três anos. A pesquisa mostra que o custo médio anual causado pelas falhas de segurança digital foi de 8,9 milhões de dólares – 38% maior do que em 2010.

Entre as perdas, casos como roubo de informações e interrupção de negócios continuam a representam os custos mais altos. De acordo com o relatório, anualmente, os roubos representam 44% dos gastos externos. Já a interrupção dos negócios ou perda de produtividade atualmente são 30% do dinheiro gasto.

Além disso, o estudo mostra que o custo médio para solucionar um ataque em 24 dias foi de 590 mil dólares. Vale lembrar que, o gasto pode ser maior se resolvido em mais tempo. Empresas que investiram fortemente na segurança digital conseguiram economizar 1,6 milhão por ano.

TI INSIDE: Custo anual causado por crimes cibernéticos aumenta 40%



O custo médio anual causado por crimes cibernéticos nos Estados Unidos foi de US$ 8,9 milhões neste ano, o que representa um aumento de 6% em relação ao gasto médio registrado em 2011 e alta de 38% comparado a 2010. É o que revela estudo encomendado ao Ponemon Institute pela HP, que contou com a participação de 56 empresas norte-americanas.

Segundo o relatório, os ataques cibernéticos mais que dobram nos últimos três anos, resultando em um aumento no impacto financeiro de quase 40%. Neste ano, o número de ataques cibernéticos cresceu 42%, uma média de 102 ataques bem-sucedidos por semana, na comparação com os 72 ataques por semana em 2011 e 50 ataques por semana em 2010.
Ainda de acordo com o estudo, o tempo médio para solucionar um ataque cibernético é de 24 dias, mas pode levar até 50 dias. O custo médio durante esse período de 24 dias foi de US$ 591,78 mil, representando um aumento de 42% em relação ao custo médio estimado do ano passado de US$ 415,74 mil durante um período de resolução de 18 dias, em média.

Os crimes cibernéticos mais caros continuam a ser aqueles causados por códigos maliciosos, negação de serviço, dispositivos roubados, sequestrados e roubo de informações privilegiadas. Quando combinados, esses fatores são responsáveis por mais de 78% dos custos anuais com crimes cibernéticos para as organizações. 

G1 - Pesquisa da Microsoft liga presença de vírus a pirataria e downloads


Empresa comparou números de detecção mundialmente.
Estudo também analisou distribuição paga de softwares gratuitos.


A Microsoft divulgou o Relatório de Inteligência em Segurança (SIR, na sigla em inglês) que cobre o período de janeiro a junho de 2012. O relatório mostra que ainda há alta incidência de vírus em drives USB, como pen drives. A Microsoft também analisou a presença de vírus junto de softwares baixados de fontes pouco confiáveis, como a pirataria.

A pesquisa mostrou que computadores nos quais o antivírus da Microsoft encontrou maior incidência de certas pragas digitais em computadores que tinham arquivos detectados com a família "Keygen" – uma detecção não necessariamente maliciosa que marca softwares que geram chaves de registro pirata para softwares. Em outras palavras, quem procurava por software pirata também acabava infectado por outros malwares.

Por exemplo, um em cada 36 usuários dos antivírus da Microsoft tiveram alguma detecção do malware Blacole, o nome da Microsoft para um código utilizado por hackers chamado "Black Hole". No entanto, em PCs em que algum keygen foi encontrado, as chances foram dobradas: um em cada 15. O Black Hole foi a 4ª ameaça mais comum encontradas nesses sistemas.

"Ao disfarçar malwares como softwares populares ou ao agregar malwares com softwares populares, os distribuidores de malware esperam que caçadores de barganhas baixarão e executarão o software malicioso, sendo infectados", explicou Joe Blackbird, do Malware Protection Center (Centro de Proteção de Malwares) da Microsoft em um post no blog da empresa (acesse aqui).

A pesquisa também constatou que o nome de softwares legítimos em arquivos maliciosos é muito comum, e que, em alguns países, uma fraude comum é a distribuição paga de softwares gratuitos, na qual os golpistas tentam convencer o usuário de que ele precisa pagar para continuar usando o programa. De acordo com a Microsoft, essa prática é mais comum na Rússia, na Ucrânia e outros países do leste europeu e do oeste asiático. O pagamento pelos softwares é feito por meio do envio de um SMS pago.

"É crucialmente importante assegurar-se de que a fonte do conteúdo multimídia e do software baixado é segura", afirmou Blackbird.

Folha: Escolas não devem adotar tablet só porque é moda, conclui debate


O tablet não deve ser usado por escolas só porque "é moda". Para que o aparelho entre em sala de aula, é preciso antes desenvolver um projeto pedagógico para seu uso e preparar o professor.

Essa foi uma das sugestões do debate "Tablet na Infância - Educação e Entretenimento", realizado anteontem, no Teatro Folha, em São Paulo. O encontro, promovido pela "Folhinha", teve parceria do Instituto Ayrton Senna e foi acompanhado por 190 pessoas, a maioria professores e pais. Durou quase três horas e foi caloroso, com embate entre ideias opostas e manifestação da plateia.

Caio Kenji/Folhapress 
Convidados falam sobre o uso do tablet na infância
 em debate promovido pela 'Folhinha' 

"Se a escola pede tablet no material escolar, o ideal é que tenha um plano pedagógico. Se não sabe como será usado, recomendo que o pai não compre. E mais: eu tiraria meu filho de uma escola assim", disse Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, ONG que trabalha com segurança na internet.

Outro alerta é que o tablet não tenha acesso 3G e funcione pela rede da escola, o que possibilita um maior controle da navegação do aluno.

O conflito de opiniões entre a psicóloga Andrea Jotta, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, e Valdemar W. Setzer, professor do departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP, mobilizou a plateia.

Setzer foi o único debatedor radicalmente contra o uso de aparelhos eletrônicos e da internet na educação infantil. "Spam existe porque adultos são inocentes e caem. Agora, imagine criança!", exclamou ele. "Elas são ingênuas e estão sendo usadas para testar tecnologias", disse.

Para Setzer, as crianças devem ser incentivadas a brincar com produtos não eletrônicos. Jotta discordou do professor em diversas ocasiões -e chegou a ser interpelada por uma espectadora, que defendeu Setzer. "As crianças dão conta de desenhar no tablet, no papel, de conversar com as pessoas ao vivo e no mundo virtual. Se os adultos conseguem educar essas crianças é outro ponto. O descontrole que a gente vê é do adulto", afirmou Jotta.

Mas todos concordaram em um ponto: a participação ativa dos educadores no desenvolvimento das crianças. "Pais e professores têm que estar perto das crianças. Eu me preocupo mais com isso do que com o uso de tablet e internet", disse Adriana Martinelli, coordenadora da área de tecnologia e educação do Instituto Ayrton Senna.

Convidada à discussão, a psicóloga Rosely Sayão, colunista da Folha, não pôde comparecer.

O debate foi mediado pela editora da "Folhinha", Laura Mattos, e pelo editor do caderno "Tec", Leonardo Cruz.

Folha: Patentes são usadas como armas em guerras entre empresas de tecnologia

CHARLES DUHIGG
STEVE LOHR

Quando a Apple anunciou no ano passado que todos os iPhones viriam equipados com um sistema de assistência por comando por voz chamado Siri, capaz de responder a perguntas faladas, Michael Phillips sentiu um grande pesar.

Phillips dedicou três décadas a criar software que permita que computadores compreendam a fala humana. Em 2006, fundou uma empresa de reconhecimento de voz, e não demorou para que executivos da Apple, do Google e de outras companhias o procurassem propondo parcerias. A tecnologia de Phillips chegou a ser integrada ao sistema Siri, antes que este fosse absorvido pelo iPhone.

J. Emilio Flores/The New York Times 

Diversas patentes da Apple são exibidas em iPhones gigantes durante evento em Los Angeles 

Mas, em 2008, a companhia de Phillips, chamada Vlingo, foi contatada por uma empresa muito maior de software de reconhecimento de voz, a Nuance.

"Dispomos de patentes que podem impedir que vocês operem nesse mercado", disse Paul Ricci, o presidente-executivo da Nuance, a Phillips, de acordo com executivos que participaram da conversa.

Ricci lançou um ultimato: ou Phillips vendia sua empresa à Nuance ou seria processado por violação de patentes. Quando Phillips se recusou a vender, a companhia de Ricci abriu o primeiro de seis processos contra a Vlingo.

Não demorou para que a Apple e o Google parassem de responder aos seus telefonemas. A empresa que estava desenvolvendo o Siri trocou o software de Phillips pelo de Ricci, e milhões de dólares que o primeiro havia reservado a pesquisa e desenvolvimento terminaram gastos com advogados e custas judiciais.

Quando o primeiro processo foi a julgamento, no ano passado, Phillips saiu vitorioso. Na única disputa entre as empresas que chegou a um tribunal, o júri decidiu que Phillips não havia violado a patente sobre um sistema de reconhecimento de voz detida pela companhia de Ricci.

Mas era tarde demais. O custo do processo chegara aos US$ 3 milhões, e o estrago financeiro já estava feito. Em dezembro, Phillips fechou acordo para vender sua companhia a Ricci.

"Estávamos a ponto de mudar o mundo quando nos vimos presos nesse atoleiro judicial", ele lamenta.

Phillips e a Vlingo estão entre os milhares de executivos e empresas que se veem aprisionados por um sistema de patentes sobre software que juízes federais, economistas, autoridades e executivos da tecnologia dizem ser falho a ponto de sufocar a inovação.

Acompanhando as imensas inovações tecnológicas das duas últimas décadas, argumentam, surgiu uma sombra. O mercado para novas ideias foi corrompido por patentes de software usadas como armas de destruição.

A Vlingo era uma empresa pequena e nova nesse campo de batalha, mas, como demonstram os recentes processos envolvendo Apple e Samsung, os gigantes da tecnologia também estão travando guerras.

No setor de smartphones, apenas, de acordo com uma análise conduzida pela Universidade Stanford, cerca de US$ 20 bilhões foram gastos em compras de patentes e processos relacionados a elas nos dois últimos anos --o que bastaria para bancar oito missões de exploração da superfície de Marte por veículos robotizados. No ano passado, os gastos da Apple e do Google com processos quanto a patentes e com compras de patentes dispendiosas ultrapassaram pela primeira vez seu investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, de acordo com documentos submetidos pelas empresas às autoridades.

Patentes são vitalmente importantes para a proteção da propriedade intelectual. Há muita criatividade no setor de tecnologia, e sem patentes os executivos dizem que seria injustificável investir fortunas no desenvolvimento de novos produtos. E os acadêmicos dizem que alguns aspectos do sistema de patentes, como a proteção aos produtos farmacêuticos, costumam funcionar sem solavancos.

Mas muita gente argumenta que as leis de patentes dos Estados Unidos, criadas para proteger concepções mecânicas, não servem ao atual mercado digital. Ao contrário das patentes para novas fórmulas de medicamentos, as de software muitas vezes conferem aos seus detentores a propriedade de conceitos, e não de criações tangíveis. Hoje, o serviço norte-americano de patentes aprova sem hesitar patentes que descrevem algoritmos ou métodos de negócios vagos, como um sistema de software que calcula preços on-line, sem que os seus analistas exijam detalhes específicos sobre como ocorrem esses cálculos ou como o software funciona.

Como resultado, algumas patentes têm termos tão amplos que permitem que seus detentores aleguem propriedade abrangente sobre produtos aparentemente separados criados por terceiros. Muitas vezes, empresas são processadas pela violação de patentes que nem sabiam que existiam ou nem sonhavam que pudessem ser aplicadas a suas criações, a um custo que termina repassado aos consumidores na forma de preços mais altos e de menos escolha.

"Há um verdadeiro caos", disse Richard Posner, um juiz federal de recursos norte-americanos que ajudou a formular as leis de patentes de seu país. "Os padrões para a concessão de patentes se afrouxaram demais."


Nathan Weber/The New York Times 
O juiz Richard Posner diz que os padrões para
 concessão de patentes estão frouxos demais 

Quase todas as empresas de tecnologia estão envolvidas em disputas judiciais quanto a patentes no momento, mas a mais importante nesse campo é a Apple, dizem executivos do setor, devido ao seu tamanho e ao montante das indenizações que solicita. Em agosto, na Califórnia, a companhia conquistou indenização de US$ 1 bilhão em um processo por violação de patentes contra a Samsung. Antigos funcionários da Apple afirmam que os executivos da empresa agiram deliberadamente nos últimos dez anos, depois que a Apple enfrentou problemas quanto a patentes detidas por terceiros, para usar patentes como armas contra os concorrentes do iPhone, a maior fonte de lucro da empresa.

A Apple abriu processos judiciais múltiplos contra três empresas - HTC, Samsung e Motorola Mobility, hoje controlada pelo Google. Essas empresas, somadas, respondem hoje por mais de metade dos smartphones vendidos nos Estados Unidos. Se as alegações da Apple --que incluem alegações de que ela é proprietária de elementos menores tais como ícones quadrados com os cantos arredondados, bem como de tecnologias mais fundamentais dos smartphones-- forem confirmadas pela Justiça, é provável que a empresa force seus concorrentes a reformular completamente seus métodos de desenvolvimento de celulares, dizem especialistas setoriais.

HTC, Samsung, Motorola e diversas outras empresas também apresentaram numerosos processos contra rivais, alegando a propriedade de tecnologias que mudaram o mercado.

A EDUCAÇÃO DE UM GUERREIRO DAS PATENTES

A evolução que fez da Apple uma das empresas mais belicosas do mercado no que tange a patentes ganhou ímpeto, como muita coisa na empresa, depois de uma ordem seca de seu então presidente-executivo Steve Jobs.

O ano era 2006, e a Apple estava preparando o lançamento do primeiro iPhone. A vida na sede da empresa, dizem antigos executivos da Apple, havia se tornado frenética, com reuniões constantes entre engenheiros e executivos e trabalho de programação 24 horas por dia. Uma nova presença nesses encontros era a de advogados especialistas em patentes.

Poucos meses antes, a Apple havia aceitado relutantemente pagar US$ 100 milhões à Creative Technology, uma empresa de Cingapura. Em 2001, a Creative havia obtido uma patente de software de termos amplos sobre um "aparelho portátil para reprodução de música" que apresentava semelhança modesta com o iPod, produto da Apple que entrara no mercado naquele ano. Quando a patente foi concedida à Creative, tornou-se uma espécie de licença para processar.

A Apple decidiu encerrar o processo por acordo cerca de três meses depois que a Creative recorreu à Justiça.

"A Creative teve muita sorte por ter conseguido essa patente prematura", disse Jobs no comunicado em que o acordo foi anunciado, em 2006.

Na Apple, ele promoveu uma reunião com seus principais subordinados. Embora a Apple sempre tenha sido competente na solicitação de patentes, no caso do iPhone ele disse "vamos patentear tudo", de acordo com um antigo executivo que participou da reunião mas, como outros ex-funcionários da empresa, pediu que seu nome não fosse mencionado porque está sujeito a cláusulas de confidencialidade.

"A atitude dele era a de que, se alguém na Apple consegue sonhar uma ideia, devemos pedir patente, porque, mesmo que não coloquemos essa ideia em prática, a patente pode servir como arma de defesa", diz Nancy Heinen, que foi diretora jurídica da Apple até 2006.

Em breve os engenheiros da empresa passaram a participar de "reuniões de revelação de invenções", a cada mês. Um dia, um grupo de engenheiros de software se reuniu com advogados de patentes, de acordo com um antigo advogado desse departamento da Apple que participou do encontro.

A sessão resultou em propostas para mais de uma dúzia de possíveis patentes, mas um veterano da empresa decidiu se pronunciar: "Prefiro não participar", ele declarou, de acordo com o advogado presente à reunião. O engenheiro disse não acreditar que empresas tivessem o direito de controlar conceitos básicos de software.

É uma queixa ouvida em todo o setor. A crescente pressão para afirmar propriedade sobre tecnologias amplas conduziu a uma destrutiva corrida armamentista, dizem os engenheiros. Alguns mencionam os chamados "trolls de patentes", empresas que existem apenas para abrir processos por violações de patente. Outros afirmam que as grandes empresas de tecnologia também exploram os pontos fracos do sistema.

"Existem centenas de maneiras de escrever os mesmos programas de computador", diz James Bessen, especialista em assuntos jurídicos na Universidade Harvard. E com isso as solicitações de patentes muitas vezes tentam abarcar todas os possíveis aspectos de uma nova tecnologia. Quando esses pedidos são aprovados, diz Bessen, "as fronteiras não são claras, e por isso é realmente fácil acusar outras empresas de violação de direitos".

O número de solicitações de patentes, no setor de computação e nos demais, aumentou em mais de 50% no serviço de patentes norte-americano ao longo dos últimos dez anos, para mais de 540 mil em 2011. O Google obteve 2.700 patentes de 2001 para cá, de acordo com a M-CAM, uma empresa de análise de patentes. A Microsoft obteve 21 mil.

Nos últimos dez anos, o número de solicitações de patentes submetidas pela Apple a cada ano quase decuplicou. A empresa obteve propriedade sobre controlar o zoom de uma tela de toque pelo movimento diagonal dos dedos, sobre o uso de ímãs para prender uma capa a um tablet e sobre as escadarias de vidro das lojas Apple. De 2000 para cá, recebeu mais de 4.100 patentes, de acordo com a M-CAM.

A BUROCRACIA DAS PATENTES

O pedido de patente da Apple que resultou na patente 8.086.604 chegou ao Serviço de Patentes e Marcas Registradas norte-americano no começo de 2004.

Nos dois anos seguintes, um pequeno grupo de funcionários dedicou cerca de 23 horas --o período médio de revisão de uma nova solicitação-- a examinar as pouco mais de 30 páginas do pedido, antes de recomendar rejeição. A solicitação, para um sistema de buscas comandado por voz e texto, era "uma variação óbvia" de ideias existentes, avaliou o perito em patentes Raheem Hoffler. Ao longo dos cinco anos seguintes, a Apple alterou a solicitação e a reapresentou mais oito vezes - e a cada vez a viu rejeitada pelo serviço de patentes.

Até o ano passado.

Em sua 10ª tentativa, a Apple conseguiu a aprovação da patente 8.086.644. Hoje, embora a parente não estivesse entre aquelas que causaram a disputa entre a Vlingo e a Nuance, ela se tornou conhecida como "patente Siri", porque é vista como uma das pilastras da estratégia da Apple para proteger sua tecnologia de smartphone.

Daniel Rosenbaum/The New York Times 

Serviço de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos, em Alexandria, Virginia 

Em fevereiro, a empresa citou a nova patente em um processo ainda não julgado contra a Samsung, cujo resultado pode reordenar radicalmente o mercado mundial de celulares inteligentes, que movimenta US$ 200 bilhões, ao conferir à Apple propriedade sobre tecnologias que se tornaram comuns, dizem os especialistas em software.

O percurso da patente 8.086.644 até a aprovação demonstra que "há muito de errado com o processo", disse Arti Raj, especialista em propriedade intelectual na escola de direito da Universidade Duke, que estudou o histórico de aprovação da patente a pedido do "New York Times". A patente, como numerosas outras, é um exemplo da maneira pela qual empresas podem repetir uma solicitação de patente até que obtenham aprovação, ele afirma.

Quando a Apple apresentou a primeira solicitação de patente para o sistema, o iPhone e o Siri não existiam. A solicitação era apenas uma expressão de esperança; descrevia uma "interface universal" teórica que permitiria que pessoas realizassem buscas em diversas mídias, como a internet, bancos de dados empresariais e discos rígidos de computadores, sem que precisassem recorrer a múltiplos serviços de busca. A solicitação delineava como o software poderia funcionar, mas não oferecia uma receita específica para criá-lo e sugeria que as pessoas poderiam ditar o termo de busca a uma máquina, em lugar de digitá-lo.

As ideias contidas naquela solicitação floresceriam na Apple, no Google, na Microsoft, na Nuance, no Vlingo e dezenas de outras empresas. Enquanto isso, a solicitação percorria discretamente o serviço de patentes, sendo rejeitada duas vezes em 2007, três vezes em 2008, uma vez em 2009, duas vezes em 2010 e uma vez em 2011.

O serviço de patentes se recusa a discutir a patente 8.086.644. Funcionários da organização apontam que os 7.650 peritos receberam mais de meio milhão de solicitações de patentes no ano passado e que o número não para de crescer.

Todos os observadores concordam em que o desempenho do serviço de patentes melhorou depois que David Kappos assumiu como diretor, em 2009. Em entrevista, ele declarou que o extenso processo de solicitações e rejeições entre a Apple e o seu departamento era prova de que o sistema funciona.

"Somos o serviço de patentes", ele disse, apontando que conceder patentes é a função da organização. Em comunicado, o serviço disse que havia dedicado os três últimos anos a reforçar suas normas a fim de aumentar a qualidade das patentes. Além disso, Kappos disse: "Nós temos em mente que apenas algumas poucas dessas patentes serão importantes".

BUSCANDO SOLUÇÕES

Alguns especialistas se preocupam com a possibilidade de que as patentes amplas concedidas à Apple propiciem à empresa o controle de tecnologias que, ao longo dos sete últimos anos, foram desenvolvidas de modo independente por dezenas de companhias e têm papel central em muitos aparelhos.

"A Apple pode sufocar o setor de telefonia móvel", disse Tim O'Reilly, editor de guias de computação e crítico das leis de patente de software. "Uma patente é um monopólio sancionado pelo governo, e deveríamos ser muito cautelosos ao concedê-las."

Outros alegam que o sistema funciona bem.

"A propriedade intelectual é só propriedade, como uma casa, e seus detentores merecem proteção", diz Jay Kesan, professor de direito na Universidade do Illinois. "Temos regras em vigor, e elas estão melhorando."

"E, se alguém obtiver uma patente indevida, qual é o problema?", ele questiona. "Os interessados podem pedir reavaliação. Podem recorrer à Justiça e invalidá-la. Mesmo que as regras precisem de melhora, é melhor tê-las do que não tê-las."

Digits: interface móvel controla qualquer aparelho


O novo dispositivo planeja não apenas substituir 
os controles de jogos e celulares, como também
 o mouse e até o controle remoto da televisão.
 [Imagem: Culture Lab/Newcastle University]

Controla-tudo

Pesquisadores da Universidade de NewCastle, no Reino Unido, financiados pela Microsoft Research, apresentaram um novo jeito de controlar aparelhos eletrônicos com gestos.

Embora aparentemente grande e desconfortável, o novo dispositivo planeja não apenas substituir os controles de jogos e celulares, como também o mouse e até o controle remoto da televisão.

Batizado de Digits, o aparelho é usado como um relógio de pulso, rastreando em tempo real, e em um espaço 3D, todos os movimentos da mão.

Mapeando o movimento da mão e a orientação dos dedos, segundo os pesquisadores, é possível controlar remotamente "qualquer coisa, em qualquer lugar" - atender um celular sem tirá-lo do bolso ou da bolsa é um dos exemplos.

Digits

Segundo David Kim, principal idealizador do aparelho, a flexibilidade obtida foi possível porque o Digits é o primeiro controlador 3D que permite interações sem estar ligado a qualquer hardware externo.

"O sensor do Digits não depende de qualquer infraestrutura externa de hardware, o que o torna inteiramente portátil," disse Kim.

"Isso significa que os usuários não estarão restritos a um espaço físico. Eles poderão interagir enquanto vão de uma sala para outra, ou mesmo andando pela rua. O que o Digits faz é finalmente tirar a interação 3D da sala de visitas," completou.

O aparelho funciona mesmo se o usuário 
estiver com a mão no bolso. 
[Imagem: Culture Lab/Newcastle University]

Para não depender apenas de sua posição e orientação no espaço, o aparelho consegue rastrear a orientação das juntas de cada dedo, o que o faz comportar-se como se fosse uma "luva digital".

Segundo os pesquisadores, isso permite que o aparelho funcione mesmo que o usuário esteja com a mão no bolso - ainda que você precisa de um bolso bem grande.

Modelos cinemáticos

O Digits faz o rastreamento da mão usando uma câmera infravermelha, um laser infravermelho, um iluminador infravermelho difuso e um sistema de sensores inerciais.

Partindo de apenas cinco pontos da mão, o software do Digits consegue criar um mapa razoavelmente preciso da mão inteira.

"Passamos horas apenas olhando para os nossos dedos. Nós lemos dezenas de artigos científicos sobre as propriedades biomecânicas da mão humana. Nós tentamos correlacionar esses cinco pontos com o movimento altamente complexo da mão.

"Na verdade, reescrevemos completamente cada modelo cinemático cerca de três ou quatro vezes até conseguirmos fazer tudo certo," contou o pesquisador.

Folha: "Comodidade está mudando a cultura da privacidade", diz jornalista do NYT

RAUL JUSTE LORES


Quando sua filha adolescente começou a receber muitos cupons de desconto de produtos para gestantes, um cliente em Minnesota foi brigar com o gerente da Target, a grande varejista americana.

Uma semana depois, foi a vez de o homem pedir desculpas. "Havia coisas em casa de que eu não estava a par."

A Target já tem um mecanismo para descobrir a gravidez das clientes. O caso se tornou uma das reportagens mais lidas do "New York Times" nos últimos anos e mostrou como empresas cruzam dados a partir das compras no cartão de crédito e descobrem nossos hábitos.

O autor da reportagem, Charles Duhigg, 38, escreveu um best-seller, "A Força do Hábito", que investiga os padrões de ação e como empresas, governos, Exércitos e cidadãos comuns podem estudar e até mudar hábitos, com os estudos mais recentes da neurociência.

"Quarenta por cento de tudo que fazemos é hábito, repetição", diz Duhigg, formado em Harvard e Yale, em entrevista em Nova York.

Folha - Como a Target consegue descobrir quais clientes estão grávidas?

Charles Duhigg - Um matemático criou um algoritmo a partir do cruzamento de diversos dados sobre compras de mulheres grávidas. Depois de analisar milhares de compras, ele mapeou as mudanças nas quantidades compradas, produtos que elas nunca compraram antes e passaram a comprar, entre outros.

Grávidas são o pote de ouro do varejo. Compram muito e vão passar por uma transformação tão grande que muitos de seus hábitos de consumo também vão mudar.
Pais iniciantes têm pressa ao fazer compras e são os mais insensíveis à diferença de preço. Podem se tornar consumidores fiéis.

Como não assustar o cliente com essa investigação de hábitos tão íntimos?

A Amazon também faz ofertas de acordo com suas compras passadas e não causa escândalo. No caso da gravidez, é muito mais complicado. O departamento de marketing da Target adotou uma nova estratégia: misturar vários produtos para gestantes e bebês com produtos que elas talvez jamais comprariam. Berços com cortadores de grama, taças de vinho com fraldas, tudo parecia aleatório. As vendas do departamento de Mães e Bebês da Target explodiram.

Essas pesquisas serão ainda mais importantes no Brasil, onde há um grande número de novos consumidores que nunca foram pesquisados ou que estão desenvolvendo novos hábitos, gente que nunca teve uma casa ou um carro e agora tem.

Os limites à invasão de privacidade não vão dificultar essas estratégias?

Coisas que nos poupam trabalho criam esses bancos de dados. Se você não quiser entregar seus dados, poderá pagar com dinheiro em vez de cartão, poderá se negar a usar cartões de fidelidade, ganhar milhas etc. Mas, na verdade, você compartilha os dados para ganhar comodidade, é uma troca. Se alguém perguntar "você quer a privacidade invadida?", todo mundo vai dizer não. Mas, se disser "deixe seu endereço e vamos fazer entregas", você concorda. É duro legislar. A cultura da privacidade está mudando. Quem regulamentar mais terá talvez menos conveniência e inovação. Isso já acontece com os limites à internet na Europa.

Você conta a história de Travis Leach, um garoto cujos pais eram viciados em crack, em um lar absolutamente instável e que vira gerente do Starbucks. Não seria mais força de vontade do que de hábito?

Força de vontade e autodisciplina também se ensinam. A rede Starbucks, como outras, emprega muita gente em seu primeiro emprego. E que precisa saber reagir a clientes que gritam, que insultam, impacientes. Muitos desses garotos não estão preparados para tal desafio. Até que foram criadas listas de "primeiros socorros" de como reagir a cada situação.

Com 140 mil funcionários, eles precisam ensinar os baristas a colocarem seus problemas pessoais de lado, a não chegarem atrasados, a não se envolverem em dramas no ambiente de trabalho.

O que ensinam?

Os manuais da Starbucks ensinam como reagir a uma fila muito maior, a um cliente que grita ou é grosso, a antecipar problemas. Indivíduos têm hábitos, grupos têm rotinas e assim a rede conseguiu uma reação em cadeia para ganhar confiança. Várias empresas estão copiando esse método.

Você conta o sucesso de Paul O'Neill, quando presidente da Alcoa, por identificar rotinas erradas e conseguir unir gerentes e sindicatos. Como ele conseguiu isso?

Em uma empresa tão grande e antiga, você não pode dar um clique e esperar que as pessoas trabalhem mais e melhor. Ele decidiu que sua maior prioridade seria encontrar algo que fosse importante para todos. Ele decidiu que a empresa perseguiria o índice zero de acidentes.

Ele criou uma rotina. Quando ocorresse um acidente, o responsável pela unidade deveria reportá-lo a O'Neill em 24 horas e apresentar um plano para que nunca mais ocorresse. Promoções seriam exclusivas para quem abraçasse o sistema.

A velocidade obrigou a mudar os hábitos de comunicação de empresa, a mudar a hierarquia. Regras antigas foram mudadas. Aos poucos, essa nova comunicação contagiou a maneira da Alcoa de fazer negócios e ouvir boas ideias internamente.

Muitos leitores do seu livro vão atrás de uma fórmula para mudar seus hábitos, de comer melhor a entrar numa academia e não abandoná-la logo depois. Mas essa fórmula realmente existe?

O problema é que não há uma fórmula única de mudar os hábitos, há milhares delas. Indivíduos e hábitos são diferentes, então as especificidades do diagnóstico e das mudanças variam de pessoa para pessoa. Não há uma prescrição única.

As táticas que os pesquisadores mais usam são identificar uma rotina, ter consciência do hábito, experimentar pequenos prêmios a cada mudança, identificar a deixa que nos faz cair no hábito e ter um plano, um roteiro.

Qual exemplo você daria?

Quando comecei a fazer esse livro, eu comia um cookie todo dia, estava ganhando alguns quilos e minha mulher fez alguns comentários a respeito. Diagnosticada a rotina, qual era a deixa? Fome, tédio, falta de açúcar? Qual era o prêmio? O cookie, a socialização na cafeteria?

Então estudei a deixa nas variáveis tempo, lugar, estado emocional, outras pessoas e o que estava fazendo antes.

Descobri que ia atrás do cookie sempre no mesmo horário. E que buscava distração. Escrevi um plano.

Todo dia, às 15h30, irei na mesa de um colega para ter dez minutos de papo. Com alarme no relógio para lembrar. No final do dia, sentia um prazer de vitória. Virou um hábito. Outros são muito mais difíceis de mudar, com mais testes e fracassos. Mas a iniciativa é parecida.


Earl Wilson/The New York Times 


Charles Duhigg, jornalista do "New York Times" que investiga padrões nas ações de consumidores e empresas no best-seller "A força do hábito" 

RAIO-X
CHARLES DUHIGG
FORMAÇÃO
Estudou história em Yale e fez MBA na Harvard Business School
CARREIRA
É repórter do "New York Times" desde 2006
PRÊMIOS
George Polk Award, Sidney Hillman Award, Deadline Award, Scripps Howard National Journalism Award, Investigative Reporters and Editors' Medal, National Academies' Reporting award