quinta-feira, 24 de abril de 2014

G1 - Dilma sanciona o Marco Civil da internet na abertura da NETMundial



Ao falar na abertura em SP, presidente defendeu privacidade na web.Encontro tem representantes de 90 países e discute quem 'manda' na web.

Presidente Dilma Rousseff sanciona lei que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, durante cerimônia de abertura do Encontro Global Multissetorial sobre o Futuro da Governança da Internet - NETMundial (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)


A presidente Dilma Rousseff sancionou o Marco Civil da Internet durante a NETMundial, encontro realizado em São Paulo que reúne representantes de mais de 90 países, entre eles 27 ministros. "A internet que queremos só é possível em um cenário de respeito aos direitos humanos, em particular à privacidade e a liberdade de expressão. Os direitos que as pessoas têm off-line também devem ser protegidos on-line", declarou Dilma.

O projeto de lei que institui o Marco Civil da Internet, considerado uma espécie de Constituição para uso da rede no país, foi aprovado na terça-feira (22) pelo Senado. O texto, aprovado no mês passado pela Câmara dos Deputados, não sofreu alteração de conteúdo pelos senadores. O governo barrou as mudanças propostas para acelerar a aprovação. A sanção da presidente nesta quarta-feira foi simbólica, já que o projeto não chegou ao Palácio do Planalto. Pela Constituição, a Presidência tem até 15 dias úteis para sancionar o projeto e, geralmente, Dilma espera o fim desse prazo se aproximar.

"A NETMundial vem impulsionar esse esforço. E essa reunião responde a um anseio global por mudanças da situação vigente e pelo fortalecimento sistemático da liberdade de expressão na internet e a proteção a direitos humanos básicos, como é o caso do direito a privacidade. E, sem sombra de dúvida, também ao tratamento das discussões na internet de forma respeitosa, garantindo seu caráter democrático e aberto", disse Dilma.


"Para além da sua contribuição ao crescimento econômico, a internet tem permitido a reinvenção permanente no modo como as pessoas e as instituições interagem, inclusive politicamente", disse a presidente. "O Brasil defende que a governança da internet seja multissetorial, multilateral, democrática e transparente. Nós consideramos esse modelo a melhor forma de exercício", completou.

Abertura do evento
O evento, que existe para debater a chamada "governança de rede", começou nesta quarta-feira (23) - com um agradecimento a Edward Snowden, ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA, que vazou informações confidenciais sobre espionagem no país.

Exilado na Rússia desde 1º de agosto de 2013, após receber asilo do governo russo, Snowden é acusado de espionagem por vazar informações sigilosas de segurança dos Estados Unidos e revelar em detalhes alguns dos programas de vigilância que o país usa para espionar a população americana – utilizando servidores de empresas como Google, Apple e Facebook – e vários países da Europa e da América Latina, entre eles o Brasil, inclusive fazendo o monitoramento de conversas da presidente Dilma Rousseff com seus principais assessores.

Documentos vazados por ele continuam repercutindo na imprensa, e novas informações sobre a espionagem de presidentes e chanceleres de países da Europa foram reveladas. Snowden teve acesso às informações que vazou para a imprensa quando prestava serviços terceirizados para a NSA no Havaí.

No início da NETMundial, Nnenna Nwakanma, representante da sociedade civil, defendeu a liberdade na rede e agradeceu a revelação feita por Snowden dos casos de espionagem comandados pelos Eua. "E para todos nós que amamos a internet, e todos nós que estamos aqui, e a alguém chamado Edward, Edward Snowden, obrigado". "Nos 49 países menos desenvolvidos, mais de 90% da população não está on-line", comentou.

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de
abertura do Encontro Global Multissetorial sobre o
Futuro da Governança da Internet - NET Mundial
O Brasil sedia o encontro entre países, empresas, grupos técnicos e acadêmicos para discutir quem "manda" na internet e qual deve ser a extensão desse poder. Representantes debatem no NETMundial para propor uma carta de princípios sobre questões técnicas, como domínios de rede (".com" e ".br"), e sócioculturais, como privacidade e liberdade de expressão.


"Nós estamos comprometidos com a aliança para uma internet que possa ter um baixo custo. Meu objetivo é estabelecer a web aberta como um bem global público e um direito básico", disse Nwakanma. "Quase dois terços da população mundial não está conectada à internet. A penetração nos países desenvolvidos é de cerca de 31%, mas na África é de 16%", completou.

Vint Cerf, vice-presidente do Google e representante do setor privado, lembrou o 40º aniversário da revelação pública da internet e o 31º ano de operação. "Robert Kahn e eu acreditávamos fortemente que o design e os protocolos de internet precisavam ser disponíveis livremente e abertamente a qualquer interessado, sem nenhuma barreira de adoção e uso. A abertura da internet tem sido a chave de seu crescimento e valor. Inovação sem permissão é a principal fonte do poder econômico da internet. Nós precisamos achar formas de proteger os valores da internet, incluindo os direitos dos seus usuários", afirmou.

Durante sua fala na abertura do NETMundial, Wu Hongbo, representante das Organização das Nações Unidas (ONU), destacou que apenas de maneira inclusiva, “de baixo para cima, será possível fomentar uma internet acessível, aberta, segura e confiável”.

Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web, destacou a importância da neutralidade da rede para continuar sua evolução. “A explosão de inovação na internet nos últimos 25 anos aconteceu apenas porque a rede era neutra. Conforme a rede dá mais poder às pessoas, individualmente e coletivamente, muitas forças estão abusando ou ameaçando abusar da internet e de seus cidadãos. A rede que teremos em 25 anos de forma alguma é clara, mas cabe completamente a nós decidir o que nós queremos dela”.

CIO: Será que o Marco Civil terá algum impacto sobre sua TI?

Patrick Hubbard 

DE cara, respeitar a nova legislação terá custos para o setor de TI, especialmente em alguns setores econômicos
O Marco Civil da Internet, também chamado de "Constituição da Internet no Brasil", depois de muitas revisões, acaba de ser sancionado pela presidente do Brasil e representa uma das primeiras iniciativas desse tipo no mundo. Espera-se que ele incentive a formulação de legislações semelhantes em outros países. O Marco Civil da Internet pode ser um benefício para usuários finais e internautas de todo mundo, pois protege a liberdade de expressão, a privacidade, a segurança e a neutralidade da rede, entre suas disposições preliminares.

No entanto, como sempre ocorre com mudanças regulatórias, o Marco Civil da Internet vai exigir flexibilidade por parte do setor de TI empresarial para se adaptar de acordo com o cronograma legislativo.

Em geral benéfico, mas exige uma TI adaptável
Em geral, leis que reconhecem e apoiam os direitos de liberdade de expressão, privacidade e segurança dos cidadãos, minimizando a interferência de terceiros, são benéficas. Afinal de contas, a Internet se desenvolveu até o ponto que vemos hoje como um meio público com livre fluxo de informações e as leis que asseguram esses princípios devem continuar incentivando a inovação e a comunicação aberta.

Os ISPs ainda têm uma queixa legítima, a de que as restrições de neutralidade da rede farão com que fique mais difícil gerenciar os serviços da forma que acham mais adequada, mas esse pode ser apenas o preço necessário para evitar o monopólio do tráfego de terceiros por parte das operadoras responsáveis.

Alguns aspectos das primeiras versões da legislação eram menos favoráveis ao setor do que outros. A polêmica cláusula que obrigaria os fornecedores de serviços a armazenar os dados dos usuários do país em solo brasileiro foi retirada do projeto durante a votação na Câmara. Muitos argumentam que as empresas líderes de mercado, com muito dinheiro para gastar, teriam vantagem sobre as empresas emergentes em termos de custos de infraestrutura.

Um dos artigos da lei que terá efeito imediato sobre a TI é a exigência de armazenar os metadados de acesso à Internet pelo período de um ano. Não está claro se isso trará consequências apenas para os ISPs – que vão acabar repassando esse custo para os consumidores – ou se afetará as empresas, que precisarão garantir que o ISP está respeitando a nova lei ou terão que assumir a tarefa elas mesmas, dependendo de seu roteamento na Internet. Por exemplo, se os funcionários brasileiros de uma empresa estrangeira acessarem a rede remota da matriz através de um link WAN, o rastreamento da URL será um novo requisito para as empresas que operam no Brasil?

Um artigo da lei que pode, em particular, afetar as empresas, incluindo provedores de serviço de Internet, de aplicativos e serviços de nuvem, é a exigência de manter a neutralidade da rede. O artigo impede que os provedores priorizem, bloqueiem, filtrem, analisem ou monitorem pacotes de dados. Todo o tráfego, seja por HTTP, download, transferência de arquivos, streaming de vídeos ou VoIP, terá a mesma prioridade, uma vez que os provedores de serviço estão impedidos de discriminar tráfego com base no conteúdo.

Isso pode ter um impacto significativo sobre as empresas devido ao formato do tráfego de aplicativos essenciais aos negócios. Se o tráfego da empresa for encaminhado, comutado ou roteado, as marcações de QoS no tráfego de IP poderão não ser honradas para as empresas com links compartilhados. Essa falta de formato de tráfego pode impedir que dados essenciais aos negócios obtenham tratamento preferencial ao atravessar a WAN ou a Internet. Além disso, com limites para o regulador de largura de banda, o comportamento dos usuários, como uso de vídeos em HD, pode ter um impacto direto sobre os custos de largura de banda, que vão aumentar.

TI flexível e ágil é a resposta
Uma coisa permanece clara sobre o impacto do Marco Civil da Internet: como é sempre o caso, respeitar a nova legislação terá custos para o setor de TI. E, também como é de costume, as empresas com capacidade de se adaptar rapidamente a novas exigências regulamentares, de qualquer origem, acharão essa mudança mais fácil, rápida e menos dispendiosa. Muitas empresas brasileiras já interagem com parceiros estrangeiros com instruções regulatórias e legislativas complexas que vão do armazenamento de dados de saúde, à privacidade do funcionário ou às leis de privacidade de dados da UE. Orientar-se em meio a essas políticas de dados por vezes incompatíveis e muitas vezes confusas deram a muitos profissionais de TI brasileiros uma grande vantagem inicial, proporcionando sua familiarização com ferramentas de conformidade e estratégias de tecnologia e implementação para assegurar sucesso em auditorias.

Melhor ainda, os dias de soluções limitadas e monolíticas de conformidade ou de soluções caras de configuração, monitoramento e gestão terminaram. Agora, os profissionais de TI têm acesso a um conjunto de ferramentas maduras e acessíveis para agilizar a conformidade regulatória, cobrindo tudo para monitoramento de rede e de aplicativos, gerenciamento de configuração, gerenciamento de endereços IP, gerenciamento de virtualização, segurança de firewall, monitoramento de tráfego e muito mais. Além de respeitar a primeira lei desse tipo no mundo, o Marco Civil da Internet, você pode até colocar em ação algumas daquelas políticas corporativas internas que estavam em banho-maria já há um bom tempo.


INFO:EUA querem recuperar confiança de internauta após espionagem



Os Estados Unidos defenderam nesta quarta-feira, durante a abertura da conferência internacional NETMundial, que acontece hoje e amanhã em São Paulo, recuperar a confiança ao usuário de internet, abalada pela divulgação de "revelações não autorizadas", em alusão ao caso de espionagem levantado por Edward Snowden.

Foi assim que o assistente especial da presidência e coordenador de cibersegurança dos Estados Unidos, Michael Daniel, se posicionou, durante participação em um fórum especial de autoridades com os cerca de 85 países que participam da conferência.

"Acreditamos que temos que recuperar a confiança do usuário de internet prejudicado por revelações não autorizadas", apontou Daniel, sem fazer referência direta à divulgação de documentos vazados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden que provocaram um escândalo mundial sobre a espionagem na rede.

"Como manifestou em janeiro o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estamos comprometidos com o enfoque multisetorial para a governança da internet e os países têm que deixar princípios para a inovação, o desenvolvimento econômico e a defesa dos direitos humanos", destacou Daniel.

Nesse sentido, o chefe da delegação americano defendeu uma governança de internet baseada no trabalho das "múltiplas partes" interessadas no funcionamento da rede.

E assinalou que tanto sua divisão especial, como as secretarias de Estado e de Comércio dos EUA, consideram que a NETMundial "é um espaço catalisador para o desenvolvimento social e econômico do mundo".

Durante o evento as delegações dos países buscarão convergir em diversos pontos para redefinir a regulação de internet e o rumo da rede.

G1 - Apesar de aprovação, idealizador do Marco Civil prevê novas disputas - notícias em Tecnologia e Games


Apesar de aprovação, idealizador do Marco Civil prevê novas disputas
Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do RJ, disse que batalha continuará na definição de decretos presidenciais.

Um dos idealizadores do Marco Civil da internet disse à BBC Brasil que, apesar da aprovação no Congresso e sanção presidencial, a luta para definir os pontos específicos da legislação ainda continua.

"A luta pelo Marco Civil foi bem-sucedida, mas a batalha continua em vários outros níveis institucionais", disse o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos.

O Marco Civil da Internet – uma espécie de constituição que vai reger como a internet deve funcionar no país – tem sido debatido desde 2009. Neste mês, o projeto foi finalmente aprovado pelo Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

Agora vários pontos específicos da legislação serão definidos por decretos presidenciais. Lemos alerta que é neste momento que várias decisões serão tomadas.

"O próximo passo é a regulamentação do Marco Civil. No Brasil, as leis geralmente são regulamentadas depois por um decreto presidencial. E é esse decreto que vai dizer na prática como a lei deve ser aplicada. Então deve haver alguma disputa ainda com relação a como esse decreto vai ser feito".

Ele também ressaltou o papel do Judiciário, que acabará definindo concretamente como o Marco Civil será aplicado no Brasil.

Ronaldo Lemos também falou sobre o esforço feito para definir uma "Constituição global" para a internet. Uma conferência internacional – a NETMundial – está sendo realizada em São Paulo como primeiro passo neste sentido.

Para ele, esse debate ainda vai levar "bastante tempo', mas é importante que esteja finalmente começando.

IDG Now: Samsung abre museu de inovação, mas renega iPhones e aparelhos da LG


Aberto para comemorar os 45 anos da empresa, Samsung Innovation Museum fica na Coreia do Sul e traz um total de 150 aparelhos.
Para comemorar seu aniversário de 45 anos, a Samsung inaugurou nesta quarta-feira, 23/4, um museu de inovação que leva o seu nome. Chamado de Samsung Innovation Museum, o museu fica na cidade de Suwon, na Coreia do Sul, terra natal da empresa.

“O museu reúne algumas das verdadeiras obras-primas eletrônicas de inovação. Essas invenções foram a fundação tecnológica que nos permitiram desenvolver e refinar produtos que melhoram as nossas vidas hoje em dia. O museu dá oportunidade para os visitantes verem de onde viemos e também de onde a Samsung tira inspiração para continuar a criar produtos marcantes”, afirmou o CEO da companhia, Kown Oh-hyun, durante o evento de abertura do museu.

No total, o museu possui 150 invenções e produtos, tanto da Samsung quando de outras empresas.

Segundo o The Verge, no entanto, não é possível encontrar o iPhone, da Apple, ou as TVs de LCD da Sony, que teriam inspirado a Samsung. Curiosamente, o Apple II aparece descrito como o primeiro computador pessoal no museu.

Além disso, o site aponta que o museu não traz nenhum produto da principal rival da Samsung, a LG, que também fica baseada na Coreia do Sul.

Olhar Digital: Facebook triplica lucro e supera 1 bilhão de usuários móveis


A cada três meses, o Facebook surpreende com seus números. Contrariando qualquer expectativa negativa, a rede social anunciou novos números incríveis sobre o primeiro trimestre de 2014, quase triplicando o lucro líquido em relação ao que foi registrado no mesmo período de 2013.

Nos primeiros meses do ano passado, o Facebook totalizou US$ 219 milhões de lucro líquido. Em compensação, no último trimestre, foram US$ 642 milhões. Não é à toa: no início de 2014, foram arrecados US$ 2,5 bilhões, contra apenas US$ 1,46 bilhões no começo de 2013, ou uma alta de 72%.

Muito disso se deve ao crescimento da rede social em todas as frentes. O número de usuários totais subiu 15% em comparação com o primeiro trimestre de 2013. Agora são 1,28 bilhão de usuários ativos mensais como um todo.

No entanto, o grande hit do Facebook foi a adesão dos usuários do mobile. No anúncio desta quarta-feira, foi revelado que 1,01 bilhão de pessoas já utilizam a rede social por celulares e tablets.

Isso se reflete em cada vez mais dinheiro vindo por meio da publicidade móvel, que um dia foi considerada um dos pontos fracos do Facebook. Hoje, no entanto, 59% da receita com propaganda da rede social, ou cerca de US$ 1,34 bilhões, vem do mobile. O restante do arrecadado pela empresa veio da publicidade convencional, com cerca de US$ 930 milhões, e pagamentos e outras fontes, com US$ 237 milhões.

G1: Microsoft propõe auditoria em softwares usados pelo governo


Helton Simões Gomes

Análise visa achar 'janela para espionagem', diz ministro Paulo Bernardo.
Busca por brechas é conduzida nos programas da própria Microsoft.

O fundador da Microsoft, Bill Gates, no púlpito, e os executivos Amy Hood, Steve Ballmer, ex-CEO, e Brad Smith, durante o encontro anual dos acionistas, em 2013 (Foto: Divulgação/Microsoft)

A Microsoft se colocou à disposição do governo brasileiro para auditar os softwares usados pelos órgãos federais e identificar e sanar brechas que possibilitem ações de espionagem cibernética, afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, nesta quarta-feira (23), durante oNETMundial, evento que ocorre em São Paulo para debater os rumos da internet.

"A Microsoft nos procurou se colocando à disposição para fazer auditoria", disse o ministro, completando que a empresa iria "fornecer os módulos" necessário a um pente fino nos programas do governo.

De acordo com Paulo Bernardo, a oferta se trata de uma "auditoria do software para ver se tem janela para espionagem". A Microsoft confirmou ao G1 ter feito a proposta, apresentada ao ministro durante uma reunião. Os alvos são programas desenvolvidos pela própria empresa.

Maior desenvolvedora de software do mundo, a Microsoft é conhecida pelo sistema operacional Windows e pelo pacote de programas de produtividade Office. Durante o ano de 2013, a companhia enfrentou acusações de envolvimento com o esquema de espionagem cibernética do governo dos Estados Unidos.

Documentos vazados pelo ex-técnico da CIA,Edward Snowden, mostravam que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) teve o auxílio da Microsoft para quebrar a criptografia do serviço de bate-papo do e-mail Outlook.com e facilitar o acesso ao SkyDrive. Na época, a Microsoft negou e afirmou não ceder "a nenhum governo cobertura ou acesso direto ao SkyDrive, Outlook.com, Skype ou qualquer de nossos produtos".

Segundo Paulo Bernardo, a proposta foi feita há pouco mais de um mês e é analisada no ministério. "Se o governo quiser, pode fazer auditoria. Cedemos os códigos para serem auditados", disse. "É evidente que se for fazer isso, tem que ver quem vai fazer essa auditoria, porque lá no ministério nós não damos conta de fazer".

De acordo com a Microsoft, a iniciativa chamada de Programa de Segurança do Governo "fornece aos governos acesso controlado ao código fonte e outras informações técnicas, tais como documentação, por meio de um mecanismo estruturado, seguro e auditável, para ajuda-los a avaliar a segurança dos produtos Microsoft".

"Este programa é um elemento crucial do empenho da Microsoft para endereçar as exigências relacionadas à segurança feitas por governos ao redor do mundo", informou a empresa.

Segundo o ministro das Comunicações, esse é um desdobramento dos esforços do governo brasileiro para evitar a espionagem cibernética. Na esteira dessas iniciativas, o Serviço de Processamento de Dados (Serpro) criou o serviço de e-mail Expresso V3, que substitui o Outlook, da Microsoft. "Estamos usando e estamos gostando", afirmou Paulo Bernardo.

As revelações de espionagem por parte dos EUA também ajudou o governo a acelerar a tramitação do Marco Civil da Internet, sancionado pela presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira (23), e a trazer para o Brasil a conferência sobre "governança" da internet, a NETMundial.


CIO: O data center necessita de robôs para o suporte


André Facciolli 

Empresas Já estão adotando aplicações androides para resolver os problemas do dia a dia do usuário


Em tempos de big data e de múltiplas plataformas cruzadas, no mundo físico e na nuvem, quanto mais complexo e movimentado vai se tornando o ambiente de TI, mais clara e evidente é a necessidade de se reduzir a intervenção humana na solução de problemas do dia a dia do usuário.

É muito curioso constatar que, embora seja voltada justamente para a automação de quase tudo, a própria TI - em sua casa - tem sérias barreiras psicológicas pra automatizar seus processos de suporte, sendo ainda uma das áreas da indústria com maior incidência de mão de obra para as atividades meio, como é o caso do service desk.

A prova disto está no Gartner. Embora 40% das ocorrências em data centers e provedores de serviços sejam facilmente passíveis de serem solucionadas via processos automatizados (ou transferidos para solução pelo usuário), apenas uma parcela pequena desses casos são resolvidos sem intervenção humana.

A boa notícia, diz o Gartner, é que esse patamar irá aumentar significativamente até 2015, o que nos anima a esperar uma crescente maturidade no suporte em nível global. No Brasil, a situação não difere muito. Embora não haja estatísticas sobre o tema, temos visto um interesse cada vez maior de grandes empresas pelo modelo de suporte "self service".

Diversos bancos, operadoras de telecom e grandes data centers estão desenvolvendo ou buscando consultoria para o desenvolvimento de RBAs (Run Books Automation), que são uma espécie de catálogo de incidentes de suporte com a compilação dos procedimentos tipicamente usados para responder às necessidades mais frequentes do usuário.

Com base nesses RBAs, começa a ser introduzido no Brasil um conceito de portais de autosserviço, no qual o usuário localiza, de forma rápida e fácil, uma aplicação previamente prototipada para a sua ocorrência. Com isto, a necessidade do técnico de suporte é drasticamente reduzida (em torno de 40%), com um impacto ainda maior nos atendimentos de primeiro nível.

O funcionamento de um RBA representa um passo decisivo para a automação de processos no ambiente de TI, minimizando a necessidade de grandes equipes para tarefas que podem ser robotizadas através de aplicações androides. Apresentadas como aplicações "escolha e use" e sintetizadas em simples plug-ins, as ferramentas RBA são capazes de realizar aqueles trabalhos sempre indesejáveis, como a criação de uma máquina virtual para um serviço temporário, a reconfiguração remota de um ou de vários servidores, reparos do dia a dia no sistema operacional ou a implementação rápida de uma base de dados específica no data center.

Em visita recente ao Brasil, o holandês Roel Hoeks, especialista da EsperantoXL, que há 11 anos se dedica exclusivamente ao tema da automação de TI, detalhou para CIOs locais a reação das equipes de análise de crises sobre recentes panes ocorridas na Nasdaq. Foram duas paradas totais, num espaço de quatro meses, sendo que a maior delas chegou a congelar por mais de uma hora as operações globais dessa bolsa.

Segundo ele, a conclusão a que se chegou é que um sistema dessa complexidade necessita de muito mais maturidade em software de orquestração e auto-diagnóstico associado a RBAs de magnitude compatível.

Poucos ambientes de TI, comentou Hoeks, são tão minuciosamente monitorados quanto o da Nasdaq, mas o monitoramento e a correção não podem mais depender da lenta e desuniforme percepção e capacidade humana e de nossa titubeante reação diante de situações que ocorrem em microssegundos.

Não é devido apenas a eventos tão preocupantes, quanto estas panes na bolsa, que a comunidade de TI começa a correr na direção da automação do desk service. Com a explosão das apps e da quantidade e variedade de terminais que passaram a acessar o data center, a partir do modelo BYOD, será praticamente impossível, num futuro próximo, a prestação de serviços de suporte no atual formato de "uma ocorrência, um técnico".

Diante de tal constatação não é difícil prognosticar que, ou se automatizam as tarefas mais corriqueiras, ou as empresas terão de enfrentar o péssimo dilema de escolher entre o custo de suporte em constante disparada ou a permanente insatisfação dos usuários, com sua consequente evasão.

Para nosso próprio benefício, os líderes da indústria de software se movem rapidamente. A Microsoft, por exemplo, vem aprimorando a cada dia a sua oferta System Center Orchestrator, que garante excelente integração e sintonia aos processos, mesmo envolvendo centenas e até milhares de aplicações (chamados integrations packs).

Através deles, é possível a construção Run Books (RBAs), altamente evoluídos e práticos, para prestar serviços a usuários de todos os tipos, não importando se os problemas de suporte provenham do mundo, Microsoft, WMware, Unix, Linux ou AD, ou se estão relacionados ao dia a dia do mainframe, dos bancos de dados - encarados de forma agnóstica - ou de dispositivos de rede.

Enfim: para qualquer ativo de TI deverá existir, em breve, um pequeno exército de androides representados por aplicações listadas em um RBA (ou lógicas de RBA), e disponível para todos os usuários da empresa, sejam eles da equipe de suporte, TI, service desk, ou até mesmo usuários finais, neste caso como um App corporativo de automação.


Folha de S.Paulo:Anúncios em dispositivos móveis representam 59% da receita do Facebook


O negócio de publicidade móvel do Facebook continuou a acelerar nos três primeiros meses do ano, ajudando a rede social a superar a receita trimestral prevista por Wall Street.

A rede social anunciou nesta quarta-feira (23) que os anúncios em dispositivos móveis –como smartphones e tablets– representaram 59% de sua receita publicitária no primeiro trimestre, alta ante de 30% no mesmo período do ano passado.

A empresa quase triplicou o lucro líquido no primeiro trimestre, que passou de US$ 219 milhões (US$ 0,09 por ação) no mesmo período de 2013 para US$ 642 milhões no trimestre (US$ 0,25 por ação) nos três primeiros meses de 2014.

Excluindo certos itens, o Facebook afirmou ter tido lucro de US$ 0,34 por ação no primeiro trimestre.

A receita total do Facebook cresceu 72% na comparação anual, para US$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre, acima dos US$ 2,36 bilhões esperados por analistas consultados pela Thomson Reuters I/B/E/S.

O Facebook também anunciou que o vice-presidente financeiro David Ebersman está renunciando ao cargo. Ebersman, que permanecerá na empresa até setembro, será substituído por David Wehner, vice-presidente de finanças corporativas e planejamento de negócios.

A maior rede social do mundo anunciou que seu número total de usuários mensais ativos atingiu 1,28 bilhão em 31 de março, com 1,01 bilhão desses usuários acessando seu serviço em dispositivos móveis, como smartphones e tablets.

G1: Aos 14 anos, 1º a usar Google Glass 2.0 no DF planeja aplicativo para blog

Garoto esperou seis meses por resposta e pagou U$ 1,5 mil por aparelho.
Informações como e-mails e mapas são apresentadas no olho do usuário.

Tiago Amorim Andrade, primeiro morador de do DF
a usar a versão 2.0 do Google Glass

Usando há menos de dois meses a versão 2.0 do Google Glass, Tiago Amorim Andrade já planeja um aplicativo para o aparelho. O estudante de 14 anos é dono de um blog de tecnologia e conseguiu a façanha de ser o primeiro morador de Brasília a experimentar a versão mais atual dos óculos de realidade aumentada. A lente apresenta imagens diretamente no olho do usuário, facilitando o acesso a informações on-line, como e-mails, notícias e mapas, além de fazer fotografias e vídeos do ponto de vista de quem a veste.

“Acho uma experiência incrível e única, queria que todos tivessem a oportunidade. O Glass facilita minha rotina, faço coisas que preciso fazer no meu smartphone mais rapidamente e as torno mais eficaz. Acho que o que ainda falta são mais opções de aplicativos. De resto está perfeito para mim. O que mais me interessou foi poder ouvir alguma música ou atender a ligações sem estar com nada no ouvido e sem nenhum alto-falante", disse.

Tiago, que não experimentou as versões anteriores, diz que se interessou pelo equipamento por ele ser novo e "exclusivo", acessível a poucas pessoas. A compra foi facilitada pelo fato de ele ser um desenvolvedor do Google – o jovem já criou dois aplicativos para Android, um para o blog e outro para uma feira de ciências.

O processo de aquisição, segundo o garoto, levou pouco mais de seis meses, incluindo o envio do pedido para a sede, nos Estados Unidos, e o tempo de análise por parte da empresa. Depois, um amigo o recebeu em casa, em Nova York, e o trouxe para o Brasil.
O Glass facilita minha rotina, faço coisas que preciso fazer no meu smartphone mais rapidamente e as torno mais eficaz. Acho que o que ainda falta são mais opções de aplicativos, de resto está perfeito para mim. O que mais me interessou foi poder ouvir alguma música ou atender ligações sem estar com nada no ouvido e sem nenhum alto-falante."
Tiago Amorim Andrade, primeiro morador do DF a ter a versão 2.0 do Google Glass

Os óculos custaram U$ 1,5 mil, incluindo o carregador, manual, lente e uma bolsinha para guardá-los. Tiago não tem autorização para emprestá-lo ou vendê-lo sem consentimento do Google, sob o risco de perder a licença de desenvolvedor.

"Não sabia como era a experiência. O que mais me surpreendeu foi que, por mais que seja uma tela aparentemente pequena, é o necessário", disse o adolescente. "A tecnologia se supera a cada dia. Acho que a tecnologia weareable, que é a do Glass, de dispositivos vestíveis, tem muito a progredir e vai revolucionar de uma maneira que ninguém espera."

A ideia de Tiago agora é criar um aplicativo que permita aos usuários do blog saberem instantaneamente, por meio do Google Glass, sobre as novas postagens do site. O Tech 4 Lovers nasceu em outubro de 2012, depois de várias pessoas pedirem ajuda a Tiago sobre as mesmas coisas, relacionadas à indicação de aplicativos e curiosidades sobre iPhones.

Tecnologia
A relação do garoto com softwares e desenvolvimento de aparelhos começou cedo. Aos 6 anos e após muita insistência, Tiago ganhou um computador dos pais. O acordo era de que não haveria internet, mas o menino conseguiu ativá-la depois de "fuçar" o equipamento.

Anos depois, ele viajou com os pais e uma família de amigos para Miami. O garoto acompanhou um amigo do pai à Apple para comprar o iPhone 4S e, contrariando a fala do vendedor, conseguiu trocar os aplicativos de lugar sem precisar conectá-lo ao computador.

"Falei para o amigo do meu pai que eu sabia como fazer, e ele, não acreditando muito, falou ao vendedor: 'Ele sabe fazer, ele sabe fazer', e riu, como se eu não soubesse. O vendedor me perguntou como, e mostrei como era simples. Esse foi o dia em que tinha certeza de que tinha um dom para tecnologia", lembra o adolescente.

A partir daí, o rapaz passou a arrumar os computadores de casa e em 2012 criou o blog. Depois, desenvolveu dois aplicativos. O primeiro permitia aos usuários terem mais facilidade e interatividade com o site, tendo acesso às notícias, enviando dúvidas ou vendo o que era compartilhado por meio do Twitter e do Facebook sem precisar acessá-lo.

O segundo, chamado de Epasp, foi criado para uma feira de ciências. O evento propunha a criação de coisas revolucionárias, que ajudassem jovens no ensino médio. O aplicativo, então, foi desenvolvido para ajudar estudantes a encontrar provas, conteúdos, gabaritos e dicas para o Enem e para o PAS.

Tiago afirma que pretende continuar trabalhando com a área quando fizer faculdade. "Adoro estudar, principalmente geografia e ciências, tomo isso como prioridade. Mas, quando terminar a escola, quero focar apenas em tecnologia", disse.

Google Glass
O Glass liga automaticamente ao ser colocado no rosto. O canto superior da telinha, que pode ser sincronizada com o smartphone via Bluetooth, mostra as funcionalidades do aparelho.
Versão 2.0 do Google Glass, adquirida por adolescente de Brasília (Foto: Tiago Amorim Andrade/Arquivo pessoal)

Para desbloqueá-lo, o usuário precisa dizer "OK, Glass". As demais funções podem ser executadas de maneira semelhante. Para tirar uma foto, por exemplo, basta dizer "take a picture". A bateria do aparelho dura cerca de seis horas.