quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Olhar Digital: Empreendedorismo no Brasil: casos de sucesso


Vencedores do prêmio RBS de Empreendedorismo e Inovação contam para o Olhar Digital o que significa "inovar" e "crescer"


Inovação
"A internet já deixou a fase de 'procurar' e entrou na fase de 'descobrir'". É assim que Horácio Pobleto, criador do Ledface, define o atual momento em que vivemos online. Para ele, e também para Edmar Ferreira e João Braga Leal, respectivamente, criadores dos projetos EverWrite e Igluu (veja descrição de todos os projetos na próxima página), já não há mais motivo para "empreender" na web sem que a pessoa tenha ousadia. "Quem tem uma ideia precisa se motivar a tirá-la do papel - a hora para fazer isso é agora: estamos em um excelente momento para executar as coisas ao invés de apenas pensar nelas".

Reprodução

Os três venceram o prêmio RBS de Empreendedorismo e Inovação, realizado em 18 de novembro, competindo com mais de 12 mil projetos. Os prêmios incluem somas em dinheiro e uma viagem para o campeão, que vai conhecer o Vale do Silício, nos EUA – onde ficam as sedes de muitas empresas de tecnologia, como Apple e HP. "Já planejávamos essa viagem há algum tempo", diz Edmar. "Veio bem a calhar pois nosso plano é entrar no mercado global, tanto nos EUA quanto no Brasil".

ReproduçãoO caráter que melhor define "inovação", segundo os executivos, é a criatividade a longo prazo. Para eles, de nada adianta ter uma grande ideia sem que haja a força criativa capaz de trabalhá-la ao longo do tempo. Horácio define isso em dois segmentos: "existe a 'inovação incremental', que melhora algo que já existe; e a 'disruptiva', que se cria algo totalmente novo. No Brasil, o grande problema é que se faz demais a primeira categoria. É como subir uma escada de dez degraus: ao chegar no fim, o perfil incremental simplesmente fará o décimo primeiro, enquanto o profissional disruptivo vai quebrar a continuidade e colocar um elevador ali", diz Edmar.

Para João, no entanto, essa característica depende muito do profissional. "A pessoa precisa ter a capacidade de pensar em como fazer as coisas de modo diferente ao que é habituado", afirma o empreendedor. Horácio completa: "Você não precisa ser um empreendedor para ser inovador: às vezes, o cara responsável pelas fotocópias pode estar descontente com o processo de sua rotina Reproduçãode trabalho e aparecer com uma nova ideia, um facilitador".

Seria este então o caso da chamada "geração Y"? Jovens bastante engajados em obter resultado consistente, de forma rápida, podem caracterizar um perfil inovador? Depende muito do caso, pela visão dos três. Horácio explica: "a geração Y já nasce com o compartilhamento, redes sociais e afins, tudo na mão. Hoje, eles postam apresentações no Slideshare, enquanto a minha geração escondia os arquivos de Powerpoint com medo da concorrência. O problema é que essa geração não segue hierarquia nem respeita muitos processos – eles não suportam, por exemplo, um chefe que tenha um conhecimento básico frente a um assunto que eles próprios dominam – e isso causa desajuste".

João e Edmar concordam, dizendo que ter essa garra é bom, mas é interessante existir um fundamento. "Mudança, por si, não traz nada. É importante ter um foco, um norte, para que ninguém se atropele nos próprios pensamentos. É importante saber para quem está se trazendo algo novo, ao invés de apenas criar esse 'algo novo'", dizem.

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