Dez recomedações da UIT para uso da banda larga na redução das emissões de carbono
Além do papel da banda larga, o estudo destaca a importância das parcerias público-privadas para a aceleração das melhorias na neutralização das mudanças climáticas.
Computerworld/PT
A banda larga pode ajudar a baixar os níveis de carbono das economias, confirma estudo recentemente lançado pela União Internacional das Telecomunicações (UIT). O “The Broadband Bridge: Linking ICT with Climate Action”
O estudo é resultado de análises realizadas pelo grupo de trabalho da comissão de banda larga sobre mudanças climáticas, e foi divulgado durante a quinta reunião da referida comissão, realizada nesta segunda-feira, 2/4, em Ohrid, na Macedônia.
Além do papel da banda larga, o estudo destaca a importância das parcerias público-privadas para a aceleração das melhorias na neutralização das mudanças climáticas. “A compreensão dos benefícios que a banda larga pode trazer está num ponto de inflexão. O seu papel no crescimento do PIB, na concretização dos objecivos de desenvolvimento do milênio (Millennium Development Goals), e a compensação dos efeitos da alteração climática, só agora começam a ser percebidos, uma vez que a sua implementação está, finalmente, acontecendo e os benefícios podem ser verificados. No clima de economia atual, as sociedades precisam se desenvolver, e com soluções voltadas para a mudança climática podemos acelerar um novo tipo de crescimento sustentável enquanto apoiamos os objetivos globais de desenvolvimento sustentável”, disse Hans Vestberg, presidente da comissão e CEO da Ericsson.
Com base nos acordos alcançados na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas em 2011 (COP-17), o relatório destaca as soluções transformadoras que são disponibilizadas pela banda larga. Fornece exemplos práticos de como a banda larga pode contribuir para diminuir os gases de efeito de estufa (GHGs), reduzindo e adaptando aos efeitos das mudanças climáticas, e promovendo a eficiência dos recursos, construindo ao mesmo tempo sociedades mais prósperas e inclusivas.
Dez recomendações aos líderes
Tendo em perspectiva a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) – agendada para Junho de 2012 – o relatório apresenta dez recomendações para os políticos e líderes mundiais. Todas procuram reforçar o poder das TIC e da banda larga para aceleração do processo global rumo a uma economia de baixo carbono:
1 - Liderar com visão: adotar um plano/estratégia nacional de banda larga de longo-prazo baseado na acessibilidade universal, na abertura de mercados e inovação, ligando-os conscientemente com as metas climáticas;
2 - Promover a convergência: empregar o conceito de convergência na formulação de políticas das TIC para que se alinhem com as políticas de outras áreas como energia, saúde, educação, clima, de forma a maximizar seu impacto;
3 - Garantir regulamentação: garantir regras claras e regulação sobre o clima e banda larga para criar um quadro de investimentos seguro;
4 - Ser um exemplo: conduzir processos de colaboração interministerial e tomadas de decisão integradas para alinhar metas ambientais e digitais, e usar os contratos públicos de aquisições para enviar sinais adequados ao mercado.
5 - Promover a flexibilidade: identificar e eliminar as barreiras políticas e regulamentares que impedem atualmente a investigação e investimento em infraestruturas de banda larga baseadas nas TIC e em soluções de baixo carbono;
6 - Disponibilizar Incentivos: promover a adoção de soluções de baixo carbono e apoiar as mudanças no mercado ao premiar ou incentivar comportamentos de consumo desejados. Estimular a inovação entre indivíduos, organizações e setores.
7 - Desenvolver o Mercado: financiar e facilitar projetos piloto escaláveis para demonstrar a viabilidade e eficácia da banda larga enquanto facilitadora de soluções de baixo carbono e construir um estudo comercial forte para atrair investimento privado;
8 - Formar Parcerias: cultivar conectividade e ’co-criatividade’ entre os setores público, privado, não governamental e indústrias para ajudar a desenvolver uma mentalidade de colaboração, objetivos partilhados e uma linguagem comum para ajudar a quebrar os silos;
9 - Medir e Padronizar: desenvolver métricas, medidas harmonizadas e normas comuns para calcular os impactos ambientais das TIC e da contribuição positiva da tecnologia para outros setores – de produtos individuais para sistemas e de lares individuais para a cidade/ou níveis nacionais.
10 - Partilhar conhecimento e sensibilizar: divulgar ativamente os resultados de projetos, partilhar as melhores práticas e aprender com os erros para identificar fatores de sucesso e facilitar os avanços tecnológicos, especialmente entre os mercados menos desenvolvidos. Comunicar as oportunidades e sinergias que podem ser alcançadas através de uma abordagem integrada e transectorial para infraestruturas de desenvolvimento digital e soluções de baixo carbono.
O grupo de trabalho foi composto por vários membros da comissão da ONU, representantes da indústria, organizações internacionais e ONGs. O estudo é baseado em entrevistas, casos de estudo e conteúdos disponibilizados por mais de 20 líderes e especialistas na área.
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