terça-feira, 8 de maio de 2012

Information Week: Como tecnologia embutida pode mudar o papel da TI


Considere 75 exemplos de empresas que estão embutindo tecnologia em seus produtos de novas maneiras. A tecnologia embutida finalmente permite que a TI corporativa gere renda e crescimento


Muitos CIOs tentam se esquivar quando ouvem o termo “consumerização”. Já é ruim o bastante ter de lidar com unidades de negócios rebeldes e seus aplicativos não padronizados. Agora, os novos recrutas perguntam por que o Facebook não é diretório corporativo, colegas reclamam sobre como a qualidade da TV HD de casa é melhor do que de videoconferência da empresa, e existem as eternas discussões sobre uma política BYOD (“Bring your own device”).

Vire a mesa e comemore. O mesmo funcionário que é um usuário implicante também é o novo consumidor de sua empresa, buscando mais tecnologia em tudo, desde carros a hotéis. E esse fato cria incríveis novas oportunidades para os líderes de TI receberem mais valor dentro da empresa.

Quando eu comecei minha pesquisa para meu novo livro, “A Nova Elite da Tecnologia”, eu imaginava que entre 8 e 10 indústrias – incluindo dispositivos médicos e automotivos – mais algumas empresas, como a Nike, com sensores nos tênis, estavam liderando o caminho da tecnologia embutida em seus produtos e serviços, direcionados a um público mais tech-savvy. No final, o livro lista produtos e serviços “inteligentes” em 75 indústrias. Aqui estão alguns exemplos retirados do livro:

- Uma camiseta inteligente, da Under Armour, com um sensor removível que inclui um acelerômetro triaxial, um processador e armazenamento de 2 GB para medir o desempenho do atleta.

- Uma versão inteligente de óculos bifocais ou progressivos, da PixelOptics, que altera o poder focal das lentes quando você inclina a cabeça e toca na armação.

- O quarto inteligente no hotel The Plaza, de Nova York. Um iPad em cada quarto permite que você peça serviço de quarto, faça reservas em restaurantes, agende chamadas de serviço de despertador, imprima bilhetes de embarque e controle a iluminação o ar condicionado do quarto.

- O restaurante inteligente – Do (de Dough), em Atlanta. Além de substituírem os cardápios, os iPads também podem ser usados para pedir o carro ao vallet. As pias dos banheiros tem iPads como “espelhos” posicionados nas paredes.

- A Moen está deixando os chuveiros mais inteligentes. O painel de controle IOdigital, na parede, com um controle remoto, permite que você ajuste a temperatura da água e o nível da banheira.

- O controlador de irrigação ESP-SMT, da Rain Bird, torna a manutenção do gramado mais inteligente. Ele utiliza dados climáticos históricos e em tempo real (você insere dados como CEP, dias de irrigação e tipo de planta/solo para cada zona) para determinar a necessidade de irrigação da área com base nas condições climáticas atuais do local.

- O Banco USAA foi o primeiro a permitir depósito móvel, utilizando a câmera do iPhone para depositar cheques, e agora está fechando parceria com a PayPal para permitir que os clientes paguem qualquer pessoa com apenas um endereço de e-mail ou número de telefone celular.

- A Progressive Insurance oferece o Snapshot, um pequeno dispositivo de telemática que se conecta a porta de diagnóstico eletrônico do carro assegurado. Ele permite que a Progressive analise dados do dispositivo sobre seus padrões na direção e uso, prometendo que o usuário pode economizar até 30% se for um motorista responsável.

- Em Hamilton County, Indiana, a delegacia tem um call center de emergência (911) mais inteligente. Cada oficial na delegacia pode ver cinco grandes telas que mostram, simultaneamente, status das ligações, informações sobre quem liga, atividade no rádio da polícia e outros dados – todos podem ser compartilhados via rádio, telefone, internet e sistemas celulares.

- Existe um SmartMeter (medidor mais inteligente) para serviços públicos, como energia e gás, que permite que o consumidor monitore o uso de energia por hora e gerencie melhor as contas de luz.

Esta crescente pesquisa, na verdade, acabou me levando para um desvio. Eu tentei encontrar empresas que NÃO estavam pensando em produtos e serviços inteligentes. Um executivo sugeriu que eu desse uma olhada no portfólio de um grande investidor, Warren Buffett. Ele fez fortuna evitando empresas suscetíveis a modas tecnológicas. Então, observei alguns de seus investimentos. Eles incluíam Coke, Burlington Northen e Protect & Gamble, e encontrei uma máquina de vendas ligada à Internet, linha de trem baseada em satélite e inovações em mídias sociais. São, na verdade, inovadores muito tecnológicos.

Esta interrupção, porém, exige uma séria mudança nos atributos e atitudes dos negócios, e meu livro destaca 12 atributos, como os descritos abaixo. Quando o CIO e a equipe de TI não forem capazes de direcionar pessoal a muitos desses conjuntos de habilidades, eles podem ajudar bastante na contratação de talento apropriado e identificar empresas especializadas que ofereçam tal experiência para ajudar empresas a abraçarem essas áreas:

- Design Elegante: Consumidores tech-savvy estão acostumados com produtos com lindos designs, como os produtos desenhados por Jonathan Ive, na Apple, a equipe do Google Doodle, e Robert Brunner, que desenhou o Nook e outros dispositivos. Isso aumenta a demanda por profissionais formados em escolas de design e profissionais de empresas especializadas em experiência de produtos. O estudo de caso neste livro é a Companhia Área Virgin America e como ela criou a experiência de cabine baseada em tecnologia – pedidos de refeições e bebidas, iluminação, Wi-Fi, compras, TV ao vivo e música e filmes sob-demanda.

- Presença Física: Lojas físicas deveriam estar desaparecendo, mas a loja física da Apple, em especial, provou que os consumidores gostam de testar os dispositivos e esperam bons serviços junto com a compra. Conforme empresas entregam seus próprios dispositivos inteligentes, elas descobrem que varejistas como a Home Depot e a Walgreens estão cheias de tecnologia em suas prateleiras e estão oferecendo, aos funcionários, localização de produtos, e aos clientes, tecnologia retornável. O estudo de caso no livro é o Taubman Shopping Centers, o dono de um shopping que continua crescendo, trazendo inquilinos como a Apple, Bose e outras lojas de varejo high-tech, e fazendo seus próprios investimentos em infraestrutura digital para atrair mais consumidores tech-savvy.

- Paranóia: Vendedores de tecnologia estão acostumados com as práticas da indústria de desmanchar produtos, desbloquear (jailbreak) e hackear. A empresa comum que está criando produtos inteligentes precisa antecipar – de fato, ser paranoica a respeito – o tratamento parecido com suas mercadorias. O estudo de caso no livro é a Wireless Aerial Surveillance Platform, um pequeno avião operado por controle remoto que foi aperfeiçoado com penetração de rede e habilidades de intercepção de conversas por telefone celular. Ele oferece uma breve noção do quão sofisticado sistemas de segurança e hackers podem ser, mesmo com orçamento apertado.

- Sustentabilidade: Enquanto todas as indústrias têm algum foco na redução de emissão de carbono, sustentabilidade em produtos tecnológicos tem definição própria. Ela se expande para incluir “minerais conflituosos”, como tântalo, que vem da República do Congo e outros lugares. Inclui, também, criatividade no material de design e embalagens. O estudo de caso no livro foca nas iniciativas verdes da Google, incluindo os super-eficientes data centers e os grandes investimentos em energia eólica, solar, geotérmica e outros tipos de energia limpa.

Vá a maioria dos eventos da indústria esses dias e os assuntos são previsíveis: computação em nuvem, Big Data, consumerização de TI. O grande “aha” da pesquisa para meu livro é que a tecnologia em produtos está, finalmente, permitindo que a TI corporativa gere rende e crescimento. É uma mudança significativa da TI tradicional, que, por muito tempo, foi um caro investimento administrativo. É uma ruptura interessante que merece ser assunto em mais eventos da indústria – e o foco central de muitos CIOs

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