quinta-feira, 14 de junho de 2012

Olhar Digital: ICANN divulga lista de pedidos para terminações como .sex, .app e .music



No total, 1700 novos sufixos entrarão no ar até o final de 2013  


Entidade reguladora dos domínios da internet, o órgão Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) divulgou nesta quarta-feira, 13, a lista de pedidos de registro para seus novos formatos de endereço, que ofecerão terminações como .sex, .art ou .music. No total, serão 1700 novas terminações.

A instituição recebeu cerca de 2 mil pedidos, sendo os mais populares aqueles terminados com extensões como .porn, .blog, .web, .inc, .home e .app, recordista com treze empresas na disputa. No total, 213 sufixos estão sendo disputados por mais de uma empresa. Nesses casos, o ICANN avaliará quais empresas terão condições financeiras, técnicas e operacionais de operar o domínio e, no caso de pelo menos duas se habilitarem, serão realizados leilões entre os interessados que apresentarem uma boa justificativa para o registro.

Agora o ICANN inicia um período de sete meses em que avaliará para quem irão os domínios e aceitará contestações de alguns dos pedidos. Mesmo as companhias que não quiseram registrar novos domínios deverão prestar atenção nessa etapa, já que outras empresas podem ter registrado endereços semelhantes aos seus ou associado a marca da rival com terminações ofensivas como .sucks.

Foram apenas onze registros brasileiros, entre eles os do Bradesco (.bradesco), Itaú (.itau), posto Ipiranga (.ipiranga), Natura (.natura), Telefônica/Vivo (.vivo), governo do Estado do Rio de Janeiro (.Rio), TV Globo (.globo) e UOL (.uol). No caso dos endereços genéricos, as únicas candidaturas foram para ".bom", ".final" e ".ltda".

"Essa possibilidade de novas terminações na internet vem sendo discutida já faz anos e foi aprovada no ano passado, em junho, e a janela para o registro foi de janeiro até o final de maio. Foi uma janela relativamente curta, por isso muitas empresas deixaram a oportunidade passar. E a principal razão para isso foi o desconhecimento da abertura dos registros. Quem foi pioneiro terá vantagens”, explica o advogado Rodrigo Azevedo, da Silveiro Advogados, responsável pelo registro de três empresas brasileiras (Ipiranga, Itaú e Vivo).

De acordo com o advogado, a mudança não será apenas nas terminações mas na própria estrutura da rede. "Quem comprar um domínio, digamos o .music, poderá licenciar inúmeros sites – seus ou de outras empresas – com a mesma terminação. De alguma forma, essa empresa fará o papel do Registro.BR, a entidade que regula o .com.br. Em vez de se reportar ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, essa companhia falará direto com o ICANN e terá que apresentar condições operacionais de cuidar da extensão. Também mudará bastante o sistema de rankeamento dos mecanismos de busca, que deverão privilegiar as marcas que têm extensões com os seus nomes. Além disso, haverá a tendência do consumidor digitar diretamente o nome da marca na barra de endereços", analisa.

Entre as principais empresas de tecnologia do mundo, a Google foi a que mais investiu (.gmail, .mail, .map, .youtube, .you, .tube, .play, .android, .moto, .chrome, .earth, .hangout, .search, .meme, .channel, .fun, .free, .wow, .lol e .love). A marca também dispusta os endereços .docs e .live com a Microsoft (que tentou comprar também os sufixos .xbox, .azure, .skype, .skydrive, .live, .hotmail e .bing). A Amazon fez dezenas de pedidos de endereços genéricos - como .fire, .drive, .buy, .aws, .call, .book - e também dispusta três deles com a Google: .game, .app e .cloud. Já a Apple preferiu registrar apenas seu próprio nome (.apple).

O registro de cada novo domínio custará US$ 185 mil. A manutenção anual sairá por outros US$ 25 mil. Os domínios começarão a ser ativados a partir de março de 2013. 


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