terça-feira, 10 de julho de 2012

Convergência Digital: Brasil sofre com a má distribuição de profissionais de TICs


O segundo volume do estudo “Software e Serviços de TI: A Indústria Brasileira em Perspectiva”, realizado pela Associação para Promoçao da Excelência do Software Brasileiro - Softex, constata que, este ano, o setor de software e serviços de TI deverá formar 35 mil alunos nos cursos de graduação.

Ainda pelos dados apurados, os cursos técnicos profissionalizantes de nível médio registraram em 2010 um total de 140 mil estudantes matriculados em áreas de interesse elevado para o setor, pertencentes ao eixo Informação e Comunicação da classificação de cursos adotada pelo INEP/MEC. Estima-se que, em 2012, 30 mil estudantes irão completar os cursos de interesse, sendo que mais da metade em instituições de ensino localizadas na Região Sudeste.

No que se refere à pós-graduação, de 1996 a 2009, houve um crescimento significativo no número de cursos oferecidos na área de Ciência da Computação. Foram mais de 10.000 pós-graduados no período, gerando competências em diferentes áreas.

“Em princípio, visto por si só, o número de pessoas formadas a cada ano nas áreas de ciência da computação e processamento da informação parece suficiente para atender às necessidades do setor”, comenta Virgínia Duarte, gerente do Observatório SOFTEX.

A escassez de mão de obra em TI não deve ser percebida como uma questão puramente quantitativa. Respostas ao desafio da escassez que considerem apenas o aumento na oferta de cursos podem estar fadadas ao insucesso.

Um dos motivos diz respeito ao fato de a demanda por cursos da área ter se mantido relativamente estável ao longo dos anos, a despeito da ampliação no número de cursos ofertados e do crescimento na quantidade de vagas colocadas à disposição dos candidatos.

Outros fatores que contribuem para a escassez precisam ser endereçados: a má qualidade da formação; a baixa produtividade do setor; os desajustes entre o perfil de mão de obra requerido pelo empresário e as competências do egresso; os desencontros entre as expectativas do profissional e do empresário no que diz respeito à remuneração e às condições de trabalho e, também, questões envolvendo a localização do egresso e a localização das empresas.

“O setor de software e serviços de TI está muito concentrado em alguns poucos municípios. Os formandos encontram-se espalhados pelo território nacional. A mobilidade da força de trabalho ainda é pequena. Isso faz com que tenha gente sobrando de um lado e gente faltando de outro”, explica Virgínia Duarte.

O segundo volume da publicação do Observatório SOFTEX, que contou para a sua realização com o apoio financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), está dividido em seis partes e incorpora algumas novidades, como análises sobre o mercado formal de trabalho e o perfil dos profissionais de TI e estudos regionais abrangendo seis unidades da federação (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O material será lançado nesta terça-feira, 10/07, em Brasília.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

deixe aqui seu comentário