segunda-feira, 23 de julho de 2012

G1 :Centro nacional de tecnologia para deficientes é instalado em Campinas



Ministro da Ciência, Marco Raupp, assinou portaria para início do CNRTA.
Investimento inicial do governo federal é de R$ 12 milhões.

Maria do Rosário e Raupp em frente à placa
inaugural do CNRTA (Foto: Reprodução EPTV)

O governo federal inaugurou em Campinas(SP), nesta sexta-feira (20), um instituto de tecnologia para deficientes, que recebeu R$ 12 milhões para iniciar as atividades. O Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA) foi oficializado com uma portaria assinada pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp.

O CNRTA não atenderá diretamente às pessoas, mas pretende desenvolver tecnologias para a melhoria da inserção delas na sociedade. Atualmente, segundo dados do Censo 2010 do IBGE, o Brasil tem 45 milhões de pessoas com deficiência. Além de Raupp, esteve presente na cerimônia de oficial a ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes.

Instalado no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, no km 163 da Rodovia Dom Pedro I, o CNRTA será gerenciado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e pelo MCTI. O CTI atua na área de tecnologia assistiva desde o fim da década de 1980.

O papel técnico do CNRTA será atuar como articulador de uma rede de instituições de pesquisa e desenvolvimento na área de tecnologia assistiva, funcionando como elo de ligação entre a academia, o governo e as empresas privadas. Para o conselho foram nomeados representantes dos ministérios da Saúde, Educação e Desenvolvimento. Além de um integrante da Secretaria Diretos Humanos, Finep , sociedade civil e do próprio CTI.

Liderança nacional

A ministra-chefe Maria do Rosário disse as instalações estão em Campinas, mas fazem parte de um plano nacional. “É o [projeto] que mais nos inspira em relação ao direito das pessoas com deficiência”, disse.

“[O CNTRA] vai liderar uma rede de núcleos de tecnologia assistiva no país”, falou Raupp. Segundo ele, as pesquisas realizadas irão fazer com que o preço final dos recursos usados por pessoas com deficiência seja mais acessível. A verba inicial destinada para o projeto veio do MCTI e o ministro disse a ideia é continuar “incrementando com mais recursos”.

Durante a visita, os ministros foram levados pelo diretor do CTI, Victor Pellegrini Mammana, para conhecer o prédio do instituto. Raupp e Maria do Rosário participaram de uma videoconferência com pesquisadores de outros estados que contribuem com os estudos de tecnologia assistiva e conheceram o sistema que concentrará as informações produzidas.

“A gente vai ter escritórios que vão traçar parcerias com as cinco regiões do país”, disse Mammana. O diretor explicou que o CNRTA será uma rede de pesquisas de tecnologia assistiva por todo o Brasil, com o papel de alinhar a produção nacional de conhecimento na área.

Jorge Vicente Lopes da Silva, pesquisador do CTI
(Foto: Leandro Filippi / G1)

"Impressão" de órgãos humanos

O Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer atua na área de tecnologia assistiva desde o fim da década de 80. Um dos projetos desenvolvidos é o software livre de tecnologia tridimensional InVesalius, voltado para medicina. Segundo o chefe de divisão, Jorge Vicente Lopes da Silva, o programa foi o primeiro a ser lançado gratuitamente no mercado e continua a receber atualizações desde 2001. Ele permite a criação de produtos ortopédicos feitos sob medida para os pacientes. “É possível pensar, olhar e calcular o que fazer antes da cirurgia”, explicou.

Com o inVesalius é possível criar protótipos de partes do corpo humano. “Usamos para fazer o planejamento de cirurgias de alta complexidade”, disse Silva. De acordo com ele, o software é usado em 80 países e 2.500 pacientes já foram beneficiados com as possibilidades oferecidas pela tecnologia.

A divisão de tecnologias tridimensionais trabalha com 30 profissionais de diversas áreas. De acordo com Silva, o futuro aponta para biofabricação de tecidos e ossos, o que permitiria a “impressão” de órgãos humanos. Ele faz uma aposta. “Se o Brasil não investir (em biofabricação) vamos comprar (órgãos) em 30 anos”.

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