quinta-feira, 2 de agosto de 2012

COMPUTERWORLD: Como melhorar a eficiência energética do data center?



Tecnologias e práticas de gestão podem ajudar 
a reduzir o consumo de energia em centro de dados.

Energia é o elemento básico para o funcionamento de qualquer data center. Porém, a energia elétrica de que precisam provoca mais calor e exige mais capacidade de refrigeração. Uma maneira de medir a eficiência energética nesses ambientes é por meio do Power Usage Effectiveness (PUE), razão entre a potência total consumida pela instalação de TI, refrigeração, iluminação etc, dividida pela eletricidade dos equipamentos de tecnologia. O melhor PUE é próximo de 1,0, embora 2,0 seja o mais comum entre os centros de dados.

Para melhorar o PUE e garantir eficiência energética, empresas como Google, Apple e Microsoft, em parceira com provedores de hosting, têm instalado seus centros de dados em locais adequados. A Google, por exemplo, aloca muitos de seus servidores no meio do Oceano Pacífico, prática que não é recomendada por muitos especialistas em razão de tsunamis, e também adotado técnicas para resfriamento por evaporação. 

Além disso, o desenho de muitos dos datas centers mais eficientes do mundo inclui o uso de outras fontes de energia que não consomem combustível ou que tenham emissão reduzida de carbono. É o caso da Verne Global, que criou um data center neutro de carbono na Islândia, que se nutre de energia hidrelétrica e geotérmica [obtida a partir do calor proveniente da Terra].

Miguel Angel Ordonez, diretor do CPD da IBM Espanha, observa que o uso de tecnologias de refrigeração baseadas em ar externo é favorável ao meio ambiente. “A fase de seleção do local para um novo centro de dados está agora levando em conta fatores energeticamente favoráveis, como áreas com fontes mais baratas, energia renovável, edifícios mais sustentáveis de energia e certificável. O progresso tem sido significativo", avalia.

A adoção de tecnologias de virtualização, com refrigeração de hardware ou a introdução de sistemas avançados de gerenciamento de energia no centro de dados são outros pontos de atenção desse mercado.

Outras tendências 

No entanto, nem todos os analistas desse mercado concordam com a ideia de mudar centros de dados para outros países com o objetivo de reduzir os custos com energia. Jordi Torres, pesquisador do Centro Nacional de Supercomputação (BSC-CNS) em Barcelona, na Espanha, lembra que "a proximidade do data center com os usuários é essencial para garantir maior controle e disponibilidade da informação”.

Segundo José Luis Martorell, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Schneider Electric, tendências podem contribuir para melhorar a eficiência energética em centros de dados. "A fabricação de sistemas de baixa potência de computador, fornecimento eficiente de energia, refrigeração de equipamentos linha de base e/ou otimizados são alguns exemplos”, lista.

O Data Infrastructure Management Center (DCIM), prossegue, também tem sido destaque. O DCIM integra as disciplinas de TI e instalações, efetuando o acompanhamento inteligente da capacidade dos sistemas críticos. 

Esse desenho permite que os gerentes de TI avaliem o consumo de energia. "Assim, é possível otimizar a localização de equipamentos de TI, tendo em conta os requisitos de energia, refrigeração e espaço. Essas capacidades são a chave para os processos de negócios em mudança de CPD, 

melhorando assim a eficiência", explica.

Mais eficiência com cloud

Para Martorell, o modelo de computação em nuvem "pode e deve ser um aditivo na jornada para a eficiência energética”. De acordo com ele, o primeiro passo para a cloud é a virtualização. “Cloud computing vai um passo além, ao adaptar as capacidades de TI aos requisitos de negócios, por isso é também um passo adiante em termos de eficiência operacional de TI e nível de energia", acrescenta

O executivo ressalta que a otimização da eficiência energética só será possível se houver alinhamento da infraestrutura com os equipamentos de TI. “Além disso, somente por meio de ferramentas DCIM é possível ter a visibilidade necessária para avaliar em que estágio está o ambiente”, completa.

Data centers modulares

Outra tendência crescente é a introdução de centros modulares de dados. Vários fornecedores já estão adotando essa estratégia, como IBM, HP, Oracle, Huawei e Dell. 

O diretor de Desenvolvimento de Negócios de Cloud Computing da HP, Esther de Nicolas, afirma que a proposta da empresa para esse segmento, chamada de Ecopod, permite implementação de um data center em três meses e que os custos são 75% menores em comparação com o investimento realizado para a construção de um centro tradicional de dados. A economia de energia, de acordo com ele, chega a 95%.

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