Celulares são a principal plataforma de inclusão
digital (Foto: Shutterstock)
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Ao contrário do que acontece na maioria dos países, a felicidade do brasileiro não é tão determinada pelo acesso a tecnologias digitais. Essa é uma das conclusões do estudo "O Início, o Fim e o Meio Digital", realizado pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Fundação Telefônica. Usando microdados do Censo 2010 e informações sobre inclusão digital de mais de 150 países, a pesquisa ainda mede o uso de diferentes Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), sintetizando os resultados no Índice de Telefonia, Internet e Celular (ITIC).
O Brasil está na 72ª colocação, com 51,25% de ITIC - pouco mais do que a média global, que é 49,1%. O líder mundial de acesso à tecnologia é a Suécia (95,8%), seguida por Islândia (95,5%) e Cingapura (95,5%). No fim do ranking, estão Burundi (5,75%), República Centro Africana (5,5%) e Etiópia (5,5%). Os dados locais sobre o país apontam o município de São Caetano (SP) no topo do ranking do ITIC, com 82,6%, enquanto Fernando Falcão (MA) registra o índice mais baixo, 3,7%. Entre as capitais, Florianópolis larga na frente com 77,1%.
Ao relacionar o indicador com níveis de felicidade, o estudo indica que, a cada 10% de ganho no ITIC, a felicidade presente sobe 2,2%. O acesso à telefonia interfere mais no caso de mulheres, enquanto a internet influencia igualmente no estado de espírito de mulheres e homens. O estudo, contudo, ressalva que a inclusão digital não traz felicidade.
O Brasil, por sua vez, se mostrou um país à parte dessa tendência. A diferença de correlação entre felicidade presente e acesso à telefonia registrada entre os brasileiros é a menor de todas, o que, segundo a análise, pode significar um baixo impacto dos TICs, ou ainda um sinal de riqueza em geral na felicidade dos indivíduos. A última hipótese estaria de acordo com a nota média que os brasileiros dão à sua expectativa de satisfação com a vida em 2015, que é de 8,6. A média mundial é de 6,7.
Inclusão a partir do celular
O celular é apontado como a principal plataforma de inclusão digital, principalmente porque sua cobertura supera a de computador com conexão de internet. Em 2011, a média mundial da abrangência da rede de celulares era de 79,96%, contra 36,3% de computadores com internet. Entre os brasileiros, esse número chega a 87% em relação ao alcance dos celulares (enquanto isso, 18 cidades no País apresentam incidência nula de computadores com internet).
O celular deixou de ser critério de distinção entre os emergentes, tornando-se instrumento de trabalho inclusive para integrantes da classe C. Ainda assim, a pesquisa revela que 65% da população está alheia a elementos básicos da era da informação.
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