segunda-feira, 29 de outubro de 2012

INFO: Pesquisa mostra ser possível usar tecnologia para ciências sociais



Rio de Janeiro – Um sistema desenvolvido pelo Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito Rio) promete mudar as pesquisas na área social. Os resultados do programa piloto, feito com moradores da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, foram divulgados ontem (26).

De acordo com Ronaldo Lemos, coordenador do CTS-FGV, a ideia é revolucionar o sistema de pesquisa usando a tecnologia e a internet. “A gente primeiro estudou como era toda a questão da presença da tecnologia na Cidade de Deus. Então viu que as lan houses têm uma presença importante na Cidade de Deus. Hoje há até um declínio das lan houses nas comunidades, por causa do celular. Então, além de usar a lan house como um lugar onde as pessoas podiam ir para responder à pesquisa, a gente usou também celulares com 3G, inclusive com as pessoas participando nas ruas, podendo responder à pesquisa pelo celular e parcerias com instituições locais”.

Todo o trabalho preparatório durou três meses, tempo necessário para desenvolver o que seria perguntado na pesquisa e como seria a estratégia para entrar na comunidade. “A ideia foi integrar a pesquisa aos hábitos online que já existiam na cidade. O primeiro passou foi entender onde a internet e a tecnologia estavam presentes, depois foi feito uma campanha de mobilização e parceria com as entidades. Nós queríamos mostrar que é possível utilizar a tecnologia para ciências sociais, mesmo em comunidades carentes que enfrentam a exclusão digital”.

O projeto foi desenvolvido por meio de uma parceria da FGV com o Banco Mundial e a Fundação Ford. De acordo com Lemos, existe demanda para levar o sistema para o Haiti e para o Marrocos.

“Uma vez que a plataforma está feita, você muda as perguntas. A gente fez agora sobre UPP, mas pode haver depois uma outra questão que se torne importante para a Cidade de Deus, aí você atualiza a plataforma e faz uma nova rodada de pesquisa, então isso dá uma voz permanente para a comunidade”.

O trabalho foi feito com duas equipes, uma interna na FGV e outra na Cidade de Deus. “O próprio desenho da pesquisa levou três meses para ser feito e foi decidido com o pessoal da comunidade. O nome da pesquisa foi decidido na comunidade”, explica o coordenador.

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