quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Convergência Digital: Para a Qualcomm, Brasil segue atrasado na adoção do 3G



No Brasil, 22% da base de celulares ativos são 3G, um incremento considerável nos últimos 12 meses, mas na Rússia, esse percentual é de 47%, e na China está em 46%. Não à toa, o crescimento estimado para 3G na América Latina é de 308%. "Há muito para massificar o 3G. Temos ainda uma grande base no Brasil - 2/3 dos celulares ainda são 2G", sustentou o presidente da Qualcomm América Latina, Rafael Steinhauser, em almoço realizado com a imprensa, nesta terça-feira, 18/12, na capital paulista.

No evento, a Qualcomm detalhou a sua estratégia para 2013 e uma das ações será a de consolidar a marca - como fabricante de processadores para smarpthones e tablets - no mercado nacional, especialmente, junto às classes C, D e E. "Queremos que o consumidor vá ao varejo, vá à operadora e peça um smartphone com o processador Snapdragon", frisou Steinhauser.

Não à toa, reforçou o executivo, a empresa também estreita os laços com o varejo, além das operadoras. "precisamos conscientizar e informar o porquê da migração do 2G e do 3G. Estamos com profissionais especializados para esse canal", acrescentou. Uma das ações importantes para essa estratégia é a desoneração para os smartphones.

"Queremos acreditar que ela sairá ainda a tempo do Natal, mas o importante é que ela saia. Os smartphones precisam ficar abaixo de R$ 500,00 para atrair a grande massa. O ARPU de voz é de US$ 6, com dados ele sobe para US$ 15. É bom para toda a cadeia", ponderou Steinhauser, ao ser questionado sobre o atraso do anúncio do governo - prometido há três meses, mas ainda não concretizado por um impasse econômico.

Indagado se a estratégia de voltar a atenção para o consumidor final estava ligada ao fato de a Intel - que quer entrar no mercado de chipsets de smartphones e tablets - estar também reforçando sua atuação no mercado móvel, Steinhauser disse que a concorrência é 'bem-vinda', mas que, neste momento, não enxerga uma disputa direta entre as companhias. "Temos preocupações distintas para a massificação do mercado. Queremos fomentar o 3G/4G", afirmou.

Com fortes investimentos no Brasil, a Qualcomm trabalha para no segundo trimestre de 2013 ter os primeiros tablets - com design feito pela companhia, no primeiro centro mundial para design de tablets da empresa no mundo - disponíveis no mercado nacional.

"Estamos bastante adiantados com o design, com o desenvolvimento dos tablets com telas de 7 e 10 polegadas. Negociamos com os fabricantes se eles querem usar só o nosso chipset ou querem do nosso design - que vai unir tudo do modelo mais caro - para termos um produto intermediário, que é o que sentimos fazer muita falta no país", frisou Roberto Medeiros, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Qualcomm América Latina.

Medeiros não quis adiantar nomes de parceiros, mas informou que todos os licenciadores de tecnologia móvel, entre eles, no Brasil - Positivo, CCE(Lenovo), STI, Gradiente, entre outras - também poderão estender seus contratos para os tablets. "Temos um ano especial para os tablets por conta da licitação do MEC, que é bem significativa. O projeto brasileiro, inclusive, já atrai a atenção de outros países", completou o executivo.

Mundialmente a Qualcomm fechou o ano fiscal de 2012 com vendas recordes. Tanto que a receita cresceu 25% e ficou US$ 187 bilhões, com o lucro líquido saltando 43% para US$ 6,11 bilhões. Em 2013, a expectativa é de atingir um faturamento global de US$ 23 bilhões. Em 2012, esse montante ficou em R$ 19 bilhões.

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