MARIANNA ARAGÃO
Com o crescimento da mobilidade e das redes sociais, a "web analytics", ou análise de dados coletados na internet, está se sofisticando e exigindo estratégias específicas das empresas para transformar informações em negócios.
Segundo dados do Google, 16% dos termos de busca utilizados diariamente são novos. Além disso, a média de palavras usadas por pesquisa aumentou nos últimos anos, de 2 para 4 a 5 palavras.
Justin Cutroni é especialista em análise de dados
do Google
Por fim, há o fenômeno da mobilidade: as pesquisas realizadas por meio de aparelhos móveis cresceram 30 vezes nos últimos dois anos.
"As pessoas estão usando a busca de uma forma mais inteligente", diz Justin Cutroni, especialista em análise de dados do Google, em entrevista à Folha. "Isso é um desafio para as empresas."
DESCONHECIMENTO
Segundo Cutroni, muitas companhias ainda não sabem utilizar os dados colhidos na internet sobre suas marcas e seus produtos.
"Muitas empresas simplesmente medem seus dados, sem saber qual objetivo ou qual métrica é a mais adequada para seu negócio --se é receita, se é número de acessos", diz.
Apesar disso, ele acredita que o Brasil tem se destacado na adoção de estratégias de negócios a partir da análise das informações do universo digital.
"Em diferentes setores, a internet está se tornando um iniciador para o consumo. No Brasil, cerca de 60% dos usuários fazem pesquisas na web antes de comprar um produto no meio físico", afirma o especialista do Google.
CORRETORES NOTURNOS
Na construtora Tecnisa, uma análise mais detalhada da variação do tráfego em seu site levou à criação de um novo serviço.
Em 2006, a empresa detectou que recebia um volume alto de visitantes entre as 19h e a meia-noite, quando não possuía atendentes on-line. Do total de acessos diário à página, 17% ocorriam nesse intervalo.
Diante do diagnóstico, que incluiu a análise do perfil dos usuários do site nesse período, a construtora decidiu por ampliar o serviço de corretores on-line até a meia-noite.
"Um ano depois de iniciar o horário estendido, houve um aumento de 27% nas receitas on-line da empresa", diz Denilson Novelli, gerente de e-business da Tecnisa.
A companhia mantém uma unidade de negócios exclusiva para vendas on-line, que hoje representam 40% da receita.
"O monitoramento dos dados é feito numa base diária e tem nos ajudado a saber, com velocidade, o que está dando certo, o que não está e assim fazer testes e mudanças", afirma Novelli.
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