terça-feira, 16 de abril de 2013

CIO: Cloud computing: cinco erros comuns



A computação em nuvem (cloud computing), por ser ainda um tema novo no mercado, levanta uma série de dúvidas. Enquanto os fornecedores desse tipo de oferta apostam todas as fichas na disseminação das soluções, as empresas ficam reticentes em relação aos riscos que esse modelo pode trazer.

A seguir, acompanhe cinco equívocos comuns relacionados ao desempenho, segurança, gestão de custos e os efeitos da cloud computing.

1. Computação em nuvem vai estimular o desemprego em TI

Quando as empresas colocam as aplicações na nuvem, por consequência, algumas atividades que estavam nas mãos da TI passam para um parceiro. Com isso, se espera um redução nas equipes de tecnologia. Contudo, o que se vê em alguns casos é exatamente o contrário, pela falta de mão de obra, algumas organizações optam por transferir suas operações para a nuvem.

Para os analistas, o risco a longo prazo para os profissionais de TI não pode ser tão terrível quanto parece à primeira vista. Isso porque, mesmo para as empresa que migrarão boa parte das soluções para a nuvem, a equipe de tecnologia ainda será necessária para gerenciar e integrar os serviços e o relacionamento com os fornecedores.

Para o diretor da consultoria THINKstrategies, Jeff Kaplan, por conta da cloud computing, as empresas exigirão novas habilidades dos profissionais de TI. "Os profissionais terão de se preocupar com gestão de fornecedores, para avaliar os serviços corretamente, selecionar, monitorar, gerenciar e contratar as empresas de computação em nuvem", pontua o analista.

2. A nuvem traz grandes reduções de custo

A versão business do Google Apps custa 50 dólares por usuário anualmente e os serviços online da Microsoft começam por 120 dólares por ano. As duas empresas oferecem versões gratuitas para os usuários domésticos. Os valores parecem baixos, e realmente são, mas os usuários e os analistas são rápidos em apontar que o licenciamento não é o único custo de usar cloud computing.

O advogado de patentes e de segredo de comércio contencioso do escritório Proskauer Rose LLP, em Nova York, Nolan Goldberg, lembra que existem custos legais ocultos. Isso porque, a empresa assume mais riscos quando migra os aplicativos de um data center para a nuvem. "Serviços de cloud computing não são necessariamente mais baratos", diz Goldberg.

Goldberg também alerta para outro risco: “Alguns contratos de serviços em nuvem afirmam que os termos podem ser alterados pelo fornecedor à vontade ou com pouco ou nenhum aviso, o que pode gerar uma situação preocupante".

Armazenar os dados em nuvem traz segurança e novos riscos de litígio. Mas, infelizmente, é difícil calcular de antemão como esses riscos aumentarão os custos para o cliente.

3. Desempenho para cloud nunca é um problema

Só porque a organização usa um provedor de cloud computing não significa que possa ignorar a sua própria infraestrutura de TI e esperar uma grande performance. Segundo o diretor do grupo varejista WS Development Associates, Timothy Porter, após a adoção de algum aplicativo em nuvem, há alguns anos, "tivemos que reavaliar o tráfego da rede".

A WS Development Associates usa as aplicações de software em nuvem para o processamento de faturas, folha de pagamento e outras funções de recursos humanos. A rede da empresa tinha inicialmente duas linhas T1, o qual atualizou para os equipamentos Verizon Mux, com taxas de transferências de dados com até 50 megabits por segundo. “Também foram necessárias a implementação de dispositivos de aceleração para a rede WAN, com produtos da Cisco, para melhorar o desempenho das filiais”, complementa Porter.

4. A nuvem é fácil de configurar e gerenciar

Os fornecedores defendem que ao migrar para a nuvem acaba a necessidade de gestão por parte da área de TI da empresa usuária. Mas, na prática, os clientes desse tipo de solução dizem que as coisas não funcionam bem assim.

O advogado Goldberg aponta que um dos principais desafios da gestão nesses casos é garantir um controle sobre os dados. A capacidade, segundo ele, de transferir os documentos e os processos de negócios pode até ser ilimitada. O problema é o controle que o fornecedor passa a ter sobre as informações.

5. Ignorar problemas de segurança

Segurança é uma questão controversa para os observadores de cloud computing Alguns argumentam que os usuários acreditam erroneamente que as nuvens são inerentemente inseguras, enquanto outros dizem que os clientes não são céticos o suficiente.

Os céticos podem apontar para qualquer número de incidentes que parecem comprovar os riscos das aplicações em nuvem. O Google admitiu recentemente que vinha por engano coletando dados de navegação em redes sem criptografia Wi-Fi desde 2007. Além disso, no ano passado, um hacker obteve mais de 300 documentos confidenciais que o Twitter armazenava com o Google Apps. Mas esse incidente foi mais culpa de um problema de senhas fracas do que de segurança no data center.

Quase todo o sistema de computador pode ser hackeado, infelizmente. Em muitos casos, as empresas podem concluir que os seus próprios sistemas são mais seguros do que os sistemas operados por provedores de computação em nuvem, ou que alguns dados são demasiado preciosos para serem armazenados fora do seu próprio firewall.

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