quarta-feira, 22 de maio de 2013

IDG Now!: É hora de vivenciar a disrupção tecnológica



Estamos vivenciando um processo de transformação no ambiente de negócios e na sociedade como um todo, impulsionado pela convergência de quatro ondas tecnológicas. Esta disrupção é um fenômeno que ocorre a cada 10-15 anos e provoca mudanças significativas no uso da computação. A convergência da computação em nuvem, mobilidade, plataformas sociais e Big Data está deslocando o eixo do poder das empresas para as pessoas, sejam estas clientes ou funcionários. Na prática, a sociedade e as empresas estão cada vez mais digitais e visualizaremos, em breve, um cenário onde não existirá mais budget específico para TI, uma vez que a tecnologia estará em todas as atividades da empresa. O budget da computação estará espalhado por toda a empresa.

Cada uma destas quatro ondas, por si só, causa mudanças, mas agrupadas cria o que o Forrester Research chama de “Perfect Storm”. Quem viu o filme “Mar em Furia” com certeza se lembrará da onda gigantesca causada pelo o que os meteorologistas apelidam de “a tempestade perfeita”, e o que ela pode provocar. A combinação de mobilidade, Big Data, plataformas sociais e cloud computing incentivam mudanças radicais nas práticas e processos de negócio, inclusive submergindo negócios estabelecidos há décadas. Criam-se novos hábitos, novas experiências e novas expectativas. Um exemplo? Que tal pensarmos em mobile payments?

Entretanto, este cenário de mudanças embute desafios imensos para a área e os profissionais de TI. O próprio processo de consumerização de TI, com os usuários trazendo as novidades tecnológicas de seu dia a dia para dentro das empresas, está forçando a criação de novos modelos de gestão de tecnologia, como o BYOD (Bring Your Own Device) ou BYOC (Bring Your Own Cloud), impensáveis há uns meros três a cinco anos atrás. E este processo não deve parar por aí. Em breve, não apenas estarão trazendo estas tecnologias em seus bolsos (como smartphones), mas as estarão vestindo, como o Google Glass! Na sociedade digital, TI é o diferenciador competitivo e, portanto, seu papel não pode ficar limitado a automatizar operações, subordinado ao CFO da empresa.

O CIO deve ser “reengenheirado”. Alguns começam a batizar seu cargo como CDO (Chief Data Officer), e os profissionais de IT (Information Technology) passam a não ser mais de IT, mas sim de BT (Business Technology), sendo chamados de “business technologists”. Surgem também os data scientists e diversas outras funções que simplesmente não existiam há poucos anos.

Mudanças nem sempre são apreciadas, principalmente quando ocorrem com muita rapidez. Muitos profisisonais de TI passaram pela disrupção anterior, quando saímos do modelo centralizado para o cliente-servidor. O impacto foi muito grande. Novas empresas de TI surgiram enquanto outras, simplesmente, desapareceram. Mudamos os skills, as tecnologias e as práticas de TI e a tecnologia se espalhou pela empresa. A chegada da Internet acelerou o processo de transformação e novos negócios baseados em comércio eletrônico surgiram, desbancando ou eliminando negócios plenamente estabelecidos.

Estamos diante de outra disrupção. A área de TI não pode ficar em “stand by”, aguardando que os executivos de negócio decidam o que será feito. TI, ou melhor, BT deverá ser o impulsionador destas mudanças. O fato de estas mudanças estarem acontecendo de forma tão rapida e muitas áreas de TI não acompanharem esta velocidade, faz com que surjam distorções, como na maneira que os executivos e os usuários leem e usam inovações tecnológicas nos jornais e sites de negócios, associando TI ao legado e não a estas inovações. Se os CIOs não agirem rápido, TI será associado ao passado, e não ao futuro.

Sendo assim, os CIOs devem deixar de ser “babás” de ERP e começarem a olhar as novas tecnologias com uma visão de plataformas de transformação, e não como ameaças ao status quo. Em vez de olhar cloud apenas pensando se será seguro ou não, porque não olhar cloud como meio de mudar o papel de TI? Se a empresa não tiver mais limite de capacidade computacional, não poderá fazer coisas inovadoras que não adota hoje? Assim, o CIO deverá liderar o processo de mudança de mindset, implementando, continuamente, inovações tecnológicas e ajudando a criar novos processos, novos produtos e, até mesmo, novos negócios.

O que isso significa? Que o CIO deverá estar no nível decisório das empresas, conduzindo conversações estratégicas continuamente. O CIO não pode ficar apenas na dimensão da tecnologia, mas deve estar envolvido com o negócio em sua plenitude. Aliás, conversas sobre aplicações estratégicas de novas tecnologias não podem mais ser feitas a cada 3 ou 4 anos, mas sim a cada 3 ou 4 semanas! Claro que estratégias não serão mudadas a cada 3 ou 4 semanas, mas as correções de rumo poderão ser tomadas a partir destas discussões (entre os altos executivos) de como uma nova tecnologia poderá afetar o negócio. Os profissionais de TI devem ser cada vez mais business technologists e menos técnicos operacionais.

Enfim, em minha opinião, nós, profissionais de TI, vivemos e devemos aproveitar uma oportunidade que só acontece de dez em dez anos: vivenciar uma disrupção tecnológica que está afetando todos os setores de negócios.

Fonte: "É hora de vivenciar a disrupção tecnológica | IDG Now!." IDG Now! - Notí­cias de tecnologia, internet, segurança, mercado, telecom e carreira. http://idgnow.uol.com.br/blog/tecnologia/2013/05/22/e-hora-de-vivenciar-a-disrupcao-tecnologica/?utm_source=feedly (accessed May 22, 2013).

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