Por Leonardo Pereira
Resumo: Impasse nas negociações entre trabalhadores e patrões em São Paulo gera clima de descontentamento
Os profissionais de TI de São Paulo estão cada vez mais próximos de uma greve geral, devido à problemática negociação entre os sindicatos dos trabalhadores e dos patrões sobre as melhorias que devem ser incorporadas neste ano.
O assunto se arrasta desde dezembro passado, quando o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) decidiu, em assembleia, o que reivindicaria ao Seprosp (Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo).
No fim de janeiro eles mostraram os termos, dentre os quais: reajuste salarial de 10,09% (aumento real de 4%) e a ampliação de benefícios como PLR e VR para toda a categoria; além de auxílio para qualificação e licença-maternidade estendida. Mas o sindicato patronal não aceitou, oferecendo uma contraproposta na qual o aumento salarial seria de 5,65% (saiba mais). Após quatro rodadas de negociações, os trabalhadores decidiram abrir as discussões sobre uma possível paralização.
"Todo ano há uma choradeira muito grande por parte do patrão", disse ao Olhar Digital o presidente do Sindpd, Antonio Neto. "No ano passado eles chegaram à mesa de discussão dizendo que o cenário para 2013 era muito ruim. Mas quando terminou 2013 percebemos que eles cresceram de forma bastante razoável, até acima da inflação. Aí, na mesa de 2014, chegaram dizendo que o cenário era tenebroso, mas nós não estamos discutindo o futuro, e sim a inflação de 2013, mais a performance do setor naquele ano. E toda a categoria tem consciência sobre a saúde do setor, ou seja, fica desconexo deixar de partilhar isso com os trabalhadores."
A conversa que decidirá se partem para a greve ocorrerá no sábado do dia 15, mas na segunda-feira, 10, haverá mais uma reunião com o sindicato patronal para tentar ajeitar os termos dos benefícios. "Eles sabem que, nos patamares em que apresentaram [os termos], precisam melhorar", comentou o presidente do Sindpd. Segundo ele, os profissionais exigiram que o sindicato fosse enérgico ao discutir com o Seprosp e estão "ávidos" pela paralização, por isso a chance de greve é alta.
Uma parcela desse setor é composta por profissionais liberais, pessoas que atuam como pessoas jurídicas. Estes não serão representados pelo sindicato, que os considera "patrões" ou funcionários ilegais. "Isso é uma forma irregular de contratação e as empresas que usam isso estão contra a lei", afirmou Neto.
A reportagem tentou, mais de uma vez, obter um posicionamento do Seprosp, mas não conseguiu ser atendida pela entidade.
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