Felipe Dreher
Easy Taxi adiciona 75 novas empresa a sua carteira todos os meses; 99taxis projeta mais mil companhias usando seus serviços dedicados no próximo ano
Uma em cada quatro corridas de táxi realizadas no Brasil é paga por empresas. A proporção aumenta se pensarmos que um terço (algo como R$ 6 bilhões) dos R$ 18 bilhões movimentados por esse nicho da indústria de transporte de passageiros vem dos bolsos corporativos. Dados como esses e a visão de uma economia baseada em apps desperta o senso de oportunidade de empreendedores.

A solução corporativa da 99taxis está disponível desde março e já chegou a 100 das 150 cidades onde a companhia atua. Segundo Paulo Veras, CEO da empresa, o plano corporativo tem adesão de uma centena de clientes. “Em 2015 serão mais de mil”, projeta. “A maior parte das empresas ainda trabalha buscando táxis na rua e processando reembolsos, e isto vai acabar.”
A empresa oferece um pacote a partir de R$99 mensais, mais R$ 2,50 por corrida. De acordo com a companhia, o modelo via app chega a ser 40% mais barato que o serviço avulso. O transporte pode ser chamado por aplicativo no dispositivo do colaborador ou pela própria empresa, via computador. Ao final da corrida, o passageiro confirma o valor no smartphone do taxista.
A proporção de faturamento vinda do corporativo deve responder por algo entre 20% e 30% das receitas da empresa esse ano. O executivo, contudo, pondera que atualmente o grande volume de movimentações ainda está no B2C e que “esta oferta para o mercado empresarial é bastante recente”.
A Easy Taxi lançou um serviço para empresas um mês antes da concorrente, ainda em fevereiro. A ferramenta, que consumiu investimentos de US$ 2 milhões, permite aos passageiros solicitar um táxi através de uma conta corporativa.
“Há cerca de um ano e meio começamos a construir nossa solução corporativa”, comenta Michel Glezer, diretor global do Easy Taxi Empresas, citando que o primeiro movimento considerou reuniões com cerca de 500 empresas para entender quais eram as dificuldades na gestão do táxi. As conversas ajudaram a formatar a solução. “Vimos uma chance de entrar com um serviço inovador em um mercado que estava necessitando desse tipo de ferramenta”.
Criada para facilitar a comunicação entre empresas e taxistas, a plataforma possui uma estrutura de backend completa, que possibilita o controle e monitoramento de gastos proporcionando uma economia de até 40% para as empresas. A solução permite que o passageiro peça o táxi pelo celular e efetue o pagamento no próprio aparelho, através de boleto eletrônico.
A solução está presente em todas as 100 cidades onde a companhia atua no país. O retorno, avalia o executivo, vem sendo bastante positivo. “Atualmente temos uma carteira de 300 clientes, e trazemos algo em torno de 75 novos nomes por mês”, adiciona Glezer, estimando que o serviço corporativo já represente algo em torno de 50 a 60% do faturamento bruto atual companhia.
Outro lado
Toda disrupção sempre desagrada algum lado da história. No caso dos aplicativos de táxi, as cooperativas foram as primeiras a acusar o golpe e se sentir prejudicadas pelos concorrentes tecnológicas. Em fevereiro, essas associações resolveram decidiram recorrer à Prefeitura de São Paulo na tentativa de impor restrições aos aplicativos.
Na ocasião, a Associação Brasileira das Cooperativas e Associações de Táxis (Abracomtaxi), por meio da Artasp (Associação de Rádio-Táxis de São Paulo) e do Sinditaxisp (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo), entrou com um pedido junto ao Departamento de Transporte Público, ligado à Secretaria Municipal de Transportes, para a regulamentação desses sistemas de tecnologia. Pelo visto, a medida não conseguiu conter o avanço da comodidade.
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