terça-feira, 24 de janeiro de 2012

COMPUTERWORLD: Gestão - Sete verdades sobre consumerização da TI






Sejam quais forem as razões da TI para manter o controle sobre a tecnologia da empresa, não se deve impedir o uso de dispositivos pessoais.

Os usuários corporativos de TI deixaram de ser ignorantes sobre tecnologia, muitos são até fascinados pelas mesmas. Por outro lado, as ferramentas tradicionalmente posicionadas para o mercado de consumo são muitas vezes superiores às voltadas para uso profissional. Eles estão usando cada vez mais dispositivos móveis , serviços de cloud computing, redes sociais e outras ferramentas de software. Mas há implicações boas e más para a capacidade de resposta, produtividade, gerenciamento e segurança das empresas. É o fenômeno chamado de consumerização .

Nesse cenário , vale a pena rever sete aspectos na estratégia para lidar com a tendência da consumerização da TI.

1- Não se consegue pará-la: seja quais forem as razões levantadas pelas TI para manter o controle sobre a tecnologia da empresa, isso não importa. Os usuários estão escolhendo usar a sua própria tecnologia, e não é porque sejam fãs incapazes de se conterem face a uma marca. A tendência de consumerização é incontrolável e fundamentada em necessidades de negócio das empresas. O problema não é saber como barrar a tendência, mas perceber como fazer para trabalhar nessa realidade.

2- É realmente uma questão de gestão: a consumerização de TI exige fundamentalmente empregados de confiança, sem tentar programá-los para comportamentos cristalizados ao restringir a adopção de tecnologias. Saber em quem confiar para aquilo que é, em última análise, uma questão de gestão – explorando a paixão e a capacidades das pessoas – acaba por excluir os funcionários, incapazes de demonstrar discernimento e merecer confiança.

Da mesma forma, adotar uma atitude mais ponderada sobre os riscos permitidos e flexíveis é uma questão de gestão impossível de resolver com a tecnologia. A consumerização das TI afeta os negócios e a gestão de TI da mesma forma.

3- Fazer gestão de dispositivos é um bom primeiro passo: embora a consumerização abranja dispositivos móveis, serviços de cloud computing, aplicações de desktop, e redes sociais, é bom começar com os dispositivos, dado essas plataformas virem com componentes de API, capazes de suportar uma abordagem baseada em políticas para acesso e gestão da informação. Além disso, os principais casos de adoção são relativos ao acesso a plataformas de e-mail.

Associar os dispositivos ao sistema de permissões de acesso (como o Active Directory) será uma medida de segurança natural. Mas, claro, a gestão de dispositivos móveis deve incluir o dispositivo em si, a rede, as aplicações, o acesso e a gestão da informação – são aspectos que devem contar também para dispositivos fixos.

4- Legislação sobre propriedade da informação é instável: embora se possa ter a certeza de que as informações transmitidas por meio de contas de e-mail e outras pertencentes às empresas, são propriedade das organizações. Mas as leis são menos claras sobre a informação transmitida pelas contas de funcionários e redes sociais, mesmo durante o trabalho. A forma como as leis e decisões judiciais começam a dar uma melhor forma às regras exige acompanhamento de proximidade.

5- Participação em redes internas não pode ser decretada: ao perceberem o sucesso do Twitter e do Facebook, muitas empresas implantam plataformas internas sobre as quais incentivam a construção de uma comunidade. O problema é que as abordagens decretadas não encorajam a constituição de comunidades construtivas, nem as tecnologias normalizadas e inflexíveis. As redes sociais precisam ser nutridas nas suas muitas formas. Além disso, é preciso confiar nas pessoas para poder criar um ambiente vibrante, comunidades visíveis capazes de serem embaixadores da organização.

6- Experiência do utilizador não pode ser defraudada: muitas aplicações internas e empresariais têm interfaces de usuários pobres, proporcionando más experiências. Segundo o CIO da SAP, Oliver Bussman, isso vai deixar de acontecer: os usuários têm agora aplicações pessoais e serviços, que aumentam suas expectativas. Os departamentos de TI e programadores nas empresas precisam ser muito sensíveis em relação às interfaces, e à possibilidade de os usuários migrarem para aplicações e dispositivos externos se as tecnologias das empresas falharem. Os departamentos de TI devem prever maiores gastos de tempo e esforço em questões relacionadas à experiência do usuário.

7- A concorrência já está a trabalhar sobre o assunto: apesar das preocupações sobre segurança e gestão da informação serem legítimas, muitas empresas estão percebendo o potencial de permitir que os empregados usem dispositivos móveis pessoais para trabalhar, usufruam de serviços de cloud computing, redes sociais e aplicações de desktop especiais. Assim, estão forjando esforços para suportar a consumerização, aprender a equilibrar a segurança com a disponibilização de recursos.