sexta-feira, 29 de junho de 2012

Convergência Digital: Anatel quer uso de cartão de crédito e moedas em orelhões


Mais de duas décadas depois da estabilização da economia, a Anatel prevê a possibilidade de que os orelhões – que em anatelês são chamados Telefones de Uso Público, ou TUPs – aceitem moedas como forma de pagamento pelas chamadas. Ou ainda cartões de crédito.

“Tentamos dar uma visão nova com relação a utilização desse serviço, para que haja uma atratividade para os usuários, já que é mais barato, e para as prestadoras, diante da queda de faturamento, bem como facilitar a recepção de turistas”, justificou a conselheira Emília Ribeiro, relatora da proposta.

A agência replica os argumentos das concessionárias de que o uso dos orelhões vem caindo – e, consequentemente, a rentabilidade desses equipamentos – e por isso também permitiria que as empresas façam publicidade, tanto na área externa como nas chamadas.

Nesse caso, seria permitido que os primeiros 20 segundos de uma chamada trouxessem alguma propaganda – que poderia ser interrompida, mas trazendo ganho de créditos na ligação caso concluída, custeados pelo respectivo anunciante.

Ainda no escopo de de promover o uso dos orelhões, que na prática são muito mais vantajosos para os consumidores, a proposta de novo regulamento também prevê a possibilidade de oferta de outros serviços, além de voz, como acesso à Internet.

Embora tanto teles quanto agência argumentem que os brasileiros preferem cada vez mais usar seus celulares do que os orelhões, os números indicam que os telefones públicos têm uma qualidade imbatível: as chamadas neles originadas são muito mais baratas.

No caso de ligações feitas de pré-pagos – que são quase 9 de cada 10 celulares do país – as diferenças são gritantes. Um minuto de ligação para celular sai por menos da metade do que quando feita de um pré-pago. Já a chamada para um telefone fixo custa R$ 0,06 por minuto, contra quase R$ 1,50 dos móveis.

A consulta pública sobre o novo regulamento deve ser aberta na próxima semana. Mas vale lembrar que as mudanças sugeridas no texto são facultativas, ou seja, dependem do interesse das concessionárias em aplicá-las e, no caso das novas formas de cobrança, precisa passar por um período de testes. Caso adotadas, orelhões a moedas ou cartões só deverão aparecer um ano e meio depois da aprovação do regulamento.

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