quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Folha: Moema e Jardins são os bairros com maior acesso digital do país, diz FGV


Os bairros Moema e Jardim Paulista, ambos na zona sul de São Paulo, são os com o maior índice de acesso digital --celular, internet e telefonia fixa-- do país.

LUCAS VETTORAZZO

A conclusão é da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que desenvolveu um índice, chamado de ITIC, para determinar a população com acesso digital por meio dos dados do Gallup World Poll.

A taxa de inclusão digital do Brasil é de 51,3%, segundo a pesquisa "O início, o fim e o meio", elaborada pela FGV em parceria com a Fundação Telefônica. O país ocupa a 72ª posição no ranking de países, que conta com 156 representantes de todo o mundo.

Entre os países latino americanos, o Brasil está atrás de Chile (61º), Argentina (66º), Uruguai (67º) e Colômbia (70º) e à frente do México (100º). Entre os Brics, fica atrás de China (68º lugar) e Rússia (49º) e à frente da Índia (123º).

"O Brasil está na média mundial", disse Neri, durante apresentação da pesquisa na sede da FGV, no Rio. "Podemos dizer que o 'copo' da inclusão digital do país está meio cheio, meio vazio."

Mas, se o celular for excluído do ITIC brasileiro, o percentual cai para 39,33%. "A pesquisa dá uma amostra do quanto podemos evoluir se usarmos, por exemplo, o celular", disse o economista.

Ainda que o Brasil esteja no meio do ranking, alguns bairros da cidade de São Paulo têm índices europeus de inclusão. Moema e Jardim Paulista têm, respectivamente, 93% e 92,3% de sua população com acesso digital.

As taxa são equivalentes às encontradas na Holanda (92,5%) e em Luxemburgo (92%), quinta e sétimo colocados no ranking mundial, respectivamente. Se estivesse no no ranking global, Moema estaria em 4º lugar, atrás de Singapura e à frente da Nova Zelândia. A líder do ranking é a Suécia.

O índice ITIC leva em conta a média de acesso domiciliar à internet, celular, telefone fixo e computador da população acima de 15 anos. A pesquisa, coordenada pelo economista Marcelo Neri, avalia o índice global e localmente.

RANKING NACIONAL

No Brasil, as cinco capitais mais inclusivas têm índices que, se comparados com o restante do mundo, figuram na parte de cima do ranking. Florianópolis (77,06%), Vitória (76,60%), Curitiba (75,88%) Belo Horizonte (74%) e Porto Alegre (72,02%) são as mais bem posicionadas.

São Paulo (71,78%) e Rio de Janeiro (71,56%) vêm logo em seguida, na sexta e na sétima colocação entre as capitais, respectivamente. As duas maiores capitais brasileiras estão em nível similar ao de países como a Finlândia (71,5%) e a Polônia (70,25%) --37º e 38º lugares, respectivamente.

Os cinco municípios mais bem colocados são São Caetano do Sul (SP), com 82,60%, Santos (SP), com 78,19%, Florianópolis (SC), com 77,06%, Vitória (ES), com 76,60%, e Niterói (RJ), com 76,03%. São Paulo e Rio figuram, respectivamente, na 19ª e na 20ª posições.

RANKING MUNDIAL

A Suécia é a campeã em inclusão digital, com um índice de 95,8%, seguida de Islândia (95,5%) e Singapura (95,5%).

Os países da África têm os piores indicadores --a República Centro Africana, com índice de 5,5%, figura na última colocação, seguida de Burndi (5,75%) e Etiópia (8,25%).

Globalmente, a pesquisa levou em conta os números do instituto Gallup World Poll. No Brasil, os dados foram coletados a partir do último Censo, do IBGE (Instituto Brasileiro de Economia e Estatística).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

deixe aqui seu comentário