O Irã começou, nos últimos dias, a conectar todas as agências e escritórios governamentais à sua "rede de informação nacional", disse neste domingo (23) o vice-ministro de tecnologia e comunicação, Ali Hakim-Javadi, segundo a agência de notícias Mehr.
A segunda fase do plano, disse o vice-ministro, é conectar iranianos comuns à rede nacional.
O governo diz que pretende conectar seus cidadãos á rede doméstica de internet para melhorar a segurança virtual, mas muitos temem ser mais uma medida para controlar o acesso das pessoas à web.
A mídia local diz que o sistema doméstico deve estar totalmente implantado até março de 2013, mas não está claro se o acesso à internet mundial será cortado assim que o sistema for lançado.
Há muito tempo autoridades iranianas falam em criar um sistema de internet iraniano que seria isolado do resto do mundo.
PROIBIÇÃO AO GOOGLE
O anúncio de Hakim-Javadi vem a público após a televisão estatal declarar que a ferramenta de busca do Google e seu serviço de e-mail seriam bloqueados "dentro de algumas horas".
"O Google e o Gmail serão filtrados em todo o país até nova ordem", disse, sem entrar em detalhes, uma autoridade identificada apenas pelo sobrenome Khoramabadi.
Segundo a ISNA (Agência de Notícias dos Estudantes Iranianos, em tradução livre), o Google foi proibido no Irã devido ao filme anti-islâmico "Inocência dos Muçulmanos", postado no Youtube, mas não há confirmação oficial.
O Irã tem um dos maiores filtros de Internet do mundo e evita que cidadãos comuns acessem vários sites do exterior, sob o argumento oficial de que eles são ofensivos ou criminosos.
BURLANDO A RESTRIÇÃO
Muitos iranianos acreditam que o bloqueio a sites como o Facebook e o Youtube se deve ao uso desses sites nos protestos anti-governo após a polêmica reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 2009.
Os cidadãos costumam driblar o filtro do governo usando o software rede privada virtual (VPN, na sigla em inglês), que faz o computador aparecer como se estivesse baseado em outro país.
Mesmo usando VPNs, muitos iranianos tiveram problemas ao acessar e-mail e sites de redes sociais em fevereiro deste ano, antes das eleições parlamentares.
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