segunda-feira, 24 de setembro de 2012

UOL: Seu celular caiu na água? Veja dicas para tentar salvar o aparelho

Leandro Moraes/UOL

Pode acontecer com qualquer um, seja em um momento de distração ou de azar. O celular pode dar uma de César Cielo, mergulhando na piscina, cair na gandaia dentro do copo de cerveja ou, pior, “cometer suicídio” indo ao encontro da água do vaso sanitário. Mas nem tudo está perdido. Você pode prestar os primeiros socorros e evitar a destruição total do aparelho, segundo especialistas consultados pelo UOL Tecnologia.

A dica número um é tirar o celular da água (tenha coragem: até mesmo aquele que caiu na privada) e imediatamente desligá-lo, retirando a bateria. “Deixá-lo ligado aumenta as chances de ele entrar em curto circuito. A água funcionará como condutora elétrica. Pode até sobrecarregar a bateria e fazer o aparelho superaquecer”, alerta Marcelo Zanateli, professor de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FEI (Fundação Educacional Inaciana).

Caso não faça isso, as chances de recuperação do celular caem bastante, diz Humberto de Mello, diretor comercial da Celsite, assistência técnica em São Paulo. “Raramente é possível fazer um celular voltar a funcionar se ele permaneceu ligado após contato com o líquido”, afirma.

O segundo passo após a retirada da bateria, dizem os especialistas, é secar o excesso de água. Com um pano absorvente, tire o líquido entre as teclas e do compartimento da bateria. É importante também remover o chip e secá-lo (a bateria retirada anteriormente também deve ser secada com o pano).

Recuperar celular que caiu na água pode demorar até quatro dias; veja processo


Dia 1 - Antes de iniciar a secagem interna, o técnico desmonta o celular para tirar peças como a tela, teclado, alto-falantes, microfone e câmera Leandro Moraes/UOL

Há uma série de truques populares que vão passando de boca em boca. Mas, além de não haver eficácia comprovada, eles podem acabar danificando ainda mais o celular, de acordo com Zanateli. “Usar o secador, só se for com jato frio. Também não recomendo deixar o aparelho em um recipiente com arroz, pois suas micropartículas podem acabar entrando nos orifícios do aparelho.”

A terceira e última dica é, em hipótese alguma, tentar ligar o celular novamente sem ter certeza de que ele está completamente seco. “Se ainda houver água em alguma parte do celular, ele pode entrar em curto”, diz Mello.

Oxidação

PRIMEIROS SOCORROS

Dica #1: 

Tire imediatamente a bateria do celular para desligá-lo. Se isso não for possível, desligue o aparelho no botão de energia 

Dica #2: 

Seque o excesso de água com um pano macio 

Dica #3 

Se for usar o secador de cabelo, use somente no jato frio para não derreter as partes plásticas 

Dica #4 

Evite truques mirabolantes, como pôr o celular dentro do recipiente com arroz 

Dica #5 

Só ligue o celular novamente se tiver CERTEZA de que ele já está seco 

Dica #6 

Se ele não ligar novamente, leve a uma assistência técnica. Pode haver oxidação na placa do aparelho que pode ser removida 

Muitas vezes, mesmo depois de seco, o celular é ligado novamente, mas não funciona. Isso acontece, segundo os especialistas, devido ao acúmulo de resíduos de oxidação na placa principal do celular.

“A água é um elemento extremamente agressivo para eletrônicos. O oxigênio em sua composição acaba reagindo com elementos de metal do celular e cria uma película de oxidação que impede o contato elétrico”, explica o professor da FEI.

O usuário pode tentar recuperar o aparelho levando a uma assistência técnica, que vai desmontar o aparelho, tirar as peças principais e remover os resíduos de oxidação. “É como um portão enferrujado, que precisa ser lixado e pintado de novo”, compara Zanateli.

Mas, em vez de lixar, as assistências técnicas usam álcool isopropílico, semelhante ao álcool comum, porém praticamente sem água em sua composição. O processo todo, que inclui a secagem e remoção da oxidação, pode durar até quatro dias (veja álbum). E o preço varia de R$ 40 a R$ 200, dependendo do modelo 

Segundo Mello, em geral é possível recuperar 90% dos aparelhos que caem na água, desde que seguidos os “primeiros socorros”.

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