quinta-feira, 25 de outubro de 2012

iG: Dispositivos móveis transformam mercado de tecnologia




Gigantes de tecnologia como Google, Microsoft e Facebook estão se esforçando para reinventar seus modelos de negócios, agora que o antigo sistema com um cliente sentado em uma mesa com um computador começa a ficar ultrapassado

A Intel conquistou sua fortuna com os chips que são essenciais aos computadores pessoais e a Microsoft com o software que vai dentro deles. O segredo do Google é que encontra o que você está procurando na internet. Mas o terreno está mudando para esses titãs da tecnologia devido a uma grande força: a ascensão dos dispositivos móveis.

Estas e outras empresas de tecnologia estão se esforçando para reinventar seus modelos de negócios, agora que o modelo antigo - um cliente parado sentado em uma mesa fixa – já não pode ser mais levado em consideração. Essas empresas, uma vez romperam com o conceito de negócios tradicionais, como a venda de livros e de música até reservas de hotéis. Hoje, eles estão sendo abalados pelo amplo uso de smartphones e tablets.

"As empresas estão tendo que reorganizar seu pensamento, dizendo: 'O que é que os nossos clientes estão fazendo através de seus dispositivos móveis que é diferente do que estamos lhes oferecendo através do nosso canal de web tradicional?'", Disse Charles S. Golvin, um analista da Forrester Research, empresa de pesquisa de tecnologia.

Ele acrescentou: "É hilário falar a respeito do negócio tradicional através da Web como se viesse acontecendo há séculos, mas, tudo isso na verdade começou faz pouco tempo, apenas no século passado."

Os gigantes da indústria continuam sendo uma engrenagem altamente rentável para a economia. No entanto, o uso de dispositivos móveis está tendo suas consequências, incluindo relatórios da semana passada com resultados decepcionantes vindos do Google, Microsoft e Intel, relacionado com a receita dos dispositivos móveis. Os investidores estão na expectativa para saber a respeito do resultado do Facebook com o mesmo intuíto.

Desde a sua oferta pública inicial, o Facebook perdeu metade do seu valor em Wall Street sob pressão para ganhar mais dinheiro com os dispositivos móveis, já que 6 de 10 usuários do Facebook utilizam o aplicativo em seus telefones.

Ganhar dinheiro neste novo jogo vai depender do quão habilmente empresas de tecnologia irão rastrear seus usuários de seus computadores pessoais até seus dispositivos móveis e, finalmente, até as lojas, cinemas e pizzarias onde gastam seu dinheiro. Também irão depender da forma como os consumidores - e os reguladores do governo - irão reagir ao fato de que irão ter cada ação sua monitorada.

O Facebook já está experimentando formas de usar o que sabe sobre seus usuários para exibir anúncios quando os mesmos estão usando outros aplicativos móveis. O Google está fazendo esforços para vincular o que o usuário faz no computador e telefone, para mostrar a alguém um anúncio de celular com base no que eles têm procurado em um computador em casa, por exemplo. Mas na semana passada, os reguladores europeus alertaram ao Google que alterasse sua política de privacidade que permite à empresa reunir informações sobre as pessoas em todos os produtos do Google.

Hoje quase metade dos americanos possuem um smartphone, de acordo com a comScore – um crescimento espantosamente rápido desde que a Apple introduziu o iPhone há apenas cinco anos atrás. A quantidade de tempo que as pessoas passam em seus telefones navegando na Web, utilizando aplicativos, jogos e ouvindo música mais do que duplicou nos últimos dois anos, a 82 minutos por dia, de acordo com a eMarketer, o tempo gasto on-line em computadores vai crescer apenas em 3,6%.

Os consumidores podem se afastar devido a intrusão de comerciantes em suas vidas diárias, mas as empresas disseram que a ideia pode valer a pena - um alerta em seu calendário irá lhe informar se você vai se atrasar para uma reunião ou um cupom aparece em seu telefone quando você está perto de uma loja específica.

As empresas estão encarando os desafios de maneiras diferentes. Apesar da decepção em seu relatório de ganhos recentes, o Google disse que está a caminho de ganhar US$ 8 bilhões em anúncios para celular, aplicativos e mídia no ano que vem e ativou meio bilhão de dispositivos rodando seu sistema operacional móvel, o Android. Google possui o maior lucro em anúncios móveis.

Mas um dos maiores desafios do Google é o de monitorar se as pessoas efetuam uma compra depois de ver um anúncio de celular. Ao contrário do que acontece online, onde o Google sabe se alguém compra uma câmera depois de procurar por ele, a empresa não sabe se alguém procura por um restaurante tailandês nas proximidades e depois come lá. É por isso que está tentando seguir as pessoas até o mundo físico, com serviços como carnê de pagamentos e ofertas de cupons. O Facebook está tentando usar o que sabe sobre seus 1 bilhão de usuários para criar anúncios em outros aplicativos que baixem em seus celulares. Por exemplo, uma marca de refrigerante que quer atingir homens em Los Angeles que gostam do time de basquete Los Angeles Lakers, poderia lhes mostrar anúncios não apenas quando eles estejam registrados no aplicativo móvel do Facebook, mas em outros aplicativos também.

"Nós acreditamos que expor os anúncios móveis fora do Facebook é outra ótima maneira para que as pessoas possam ver anúncios relevantes e descobrir novos aplicativos", disse a empresa em resposta a um inquérito via e-mail.

Não querendo ficar de fora observando as pessoas abandonarem seus computadores para migrarem para seus smartphones, a Microsoft na sexta-feira, dia 26 de outubro, irá introduzir uma versão de seu software Windows adaptado para dispositivos touch-screen e um novo tablet, o Surface.

Nvidia e Qualcomm estão criando processadores para dispositivos móveis. Amazon e eBay estão vendendo coisas, mesmo através de telas pequenas. E os proprietários de telefones celulares têm encontrado alguns serviços - como o Zillow para o setor imobiliário, o Yelp para as empresas locais e OpenTable para reservas de restaurantes – com melhor desempenho em telefones do que em computadores, e o lucro também tem melhorado.

Para os investidores e outros que tentam resolver o enigma de como ganhar dinheiro com usuários de dispositivos móveis, Marc Andreessen, um investidor de capital de risco, exaltou as virtudes da era móvel desta maneira: "Nós vamos acabar conhecendo uma enorme quantidade de pessoas."

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