segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

G1: Grupo que vende spyware para governo tem filiais secretas, diz jornal



A Gamma Group, empresa britânica que vende um software conhecido como "FinSpy" ou "FinFisher", capaz de monitorar, registrar e transmitir informações sobre atividades realizadas em um computador ou celular, está usando filiais secretas em outros países para conseguir exportar seu software para regimes totalitários. Essa é a conclusão de uma investigação do jornal britânico "The Guardian" em parceria com o Consórcio de Jornalistas Investigativos (leia a reportagem original aqui).

A empresa, cujo software deveria ser usado para investigações policiais, nega a acusação de exportar o software espião para países com o objetivo de espionar cidadãos para fins políticos. Segundo eles, versões de "demonstração" do software teriam sido roubadas. No entanto, a companhia não revela o nome de nenhum cliente.

Representantes da empresa negaram a relação da empresa com Louthean Nelson, indivíduo responsável pelas operações internacionais. Confrontados com a evidência recolhida pelo jornal, eles mudaram de posição.

Nelson é dono de uma empresa chamada Gamma Group International Ltd registrada nas Ilhas Virgens Britânicas. Quem respondeu pelo Gamma Group ao jornal foi Martin Muench, que é dono de 15% de uma filial alemã do grupo.

"Louthean Nelson não é sócio de nenhuma companhia com o nome de Gamma Group International Ltd. Se por acaso você se refere a qualquer outra empresa da Gamma, então a explicação é a mesma para todas elas", disse inicialmente Muench, que depois reverteu a posição, dizendo que "não foi dito que Nelson não era dono de nenhuma empresa da Gamma Group".

A empresa localizada nas Ilhas Virgens Britânicas foi registrada por outro grupo, BizCorp Management, localizado em Cingapura. A Gamma Group negou que a Gamma Group International Ltd tenha qualquer envolvimento na venda do spyware desenvolvido pela Gamma, mas também não revelou qual seria o propósito da entidade, segundo o "Guardian".

Pesquisadores revelaram que o FinSpy, da Gamma Group, estaria em uso no Bahrein e no Turquemenistão, por exemplo, além da Indonésia, Cingapura e Brunei.

A revelação do jornal "The Guardian" faz parte de uma série de investigações que busca descobrir o envolvimento de ex-militares e ex-agentes da CIA com empresas ligadas à segurança. De acordo com o jornal, vários colaboradores do Gamma Group são ex-militares.

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