quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Folha de S.Paulo: TVs conectadas precisam de um sistema único, afirma executivo

BRUNO ROMANI

Inspirados pelo universo de smartphones e tablets, fabricantes de TVs se uniram para criar uma plataforma de televisão inteligente comum às diferentes companhias.

Um dos responsáveis por esse projeto é Albert Mombarg, presidente do conselho da Smart TV Alliance. Fundada em junho deste ano, a entidade abriga fabricantes de TV, desenvolvedores de aplicativos, empresas de mídia e outros interessados no setor.

Frederic J. Brown/France Presse 
Participantes da feira CES 2012 visitam o 
estande da LG, em Las Vegas 

Em visita ao Brasil, o executivo conversou com a Folha e, por diversas vezes, citou as mudanças ocorridas no mundo móvel para explicar o que pretende fazer com as TVs inteligentes.

"Precisamos de integração. Com tanta diversidade no mercado, com diferentes tecnologias e padrões, no final apenas os grandes sobrevivem. Vemos isso no mundo dos smartphones, dominado por Apple e Google."

CADA UM NA SUA

Atualmente, as TVs inteligentes vivem um momento parecido ao que os celulares viveram antes do surgimento do iPhone: cada fabricante trabalha em seu próprio sistema operacional, mas nenhum ainda parece ter conquistado o público.

O temor de alguns fabricantes de TV é que uma única empresa encontre a fórmula do sucesso, abocanhando uma grande parcela de consumidores e recebendo toda a atenção de quem desenvolve aplicativos -feito alcançado pela Apple nos mercados de smartphones e tablets.

"Acredito que as empresas que ficarem de fora da aliança perderão relevância, como aconteceu no mundo móvel", afirma Mombarg.

No mercado de celulares, Nokia e RIM (dona do BlackBerry) fecharam-se em suas plataformas e acabaram trocando o protagonismo na década passada por posições secundárias entre as fabricantes de smartphones.

O recado de Mombarg também serve para companhias como a Sony, que se mostrou cética em relação ao êxito da entidade. Atualmente, LG, Philips e Toshiba fazem parte da Smart TV Alliance.

A empreitada propõe um projeto como o Android, o sistema operacional do Google -plataforma adotada por um grande número de empresas. Isso poderia atrair mais desenvolvedores de aplicativos.

No cenário atual, um mesmo aplicativo para TV precisa ser desenvolvido quase do zero para diferentes marcas, já que cada fabricante trabalha com padrões próprios. Por isso, nem sempre todos terão os mesmos apps. O custo de produzir os programas se torna um obstáculo.

Os primeiros lançamentos de aparelhos com a plataforma criada pela aliança estão previstos para 2013.

MAIS POTENTES

Tablets e smartphones têm influenciado não apenas o software mas também o hardware das TVs. Mombarg acredita que elas terão processadores cada vez mais potentes.

Mas alguém precisa mesmo de muita memória e de processadores de quatro núcleos para ver televisão?

"Para assistir à TV comum, você realmente não precisa [de hardware tão poderoso]. Mas, ao ativar o modo inteligente, os consumidores esperam uma experiência no mesmo nível das proporcionadas por tablets e smartphones", diz o executivo.

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