terça-feira, 2 de abril de 2013

COMPUTERWORLD: Cloud Computing e a guerra fria no mercado de software corporativo



Em um discurso convincente na semana passada na conferência AIIM, em Nova Orleans, (EUA), o CIO Laurence Hart do AIIM (The Global Community of Information Professionals) falou sobre uma nova guerra que está acontecendo no mercado de TI. É a batalha que vem sendo travada entre empresas do Vale do Silício, que fornecem software em nuvem, com as tradicionais que atendem o mercado com soluções no modelo on-premise, ou seja, para rodar dentro de casa.

Hart se referiu ao contexto de gerenciamento de conteúdo. Entretanto, sua abordagem se aplica à gestão de qualquer software empresarial.

"Há uma guerra acontecendo todos os dias na área de software empresarial. Os novos fornecedores estão atacando esse mercado com muita força", constata o CIO. Ele observou que as startups do Vale do Silício são disruptivas e nada sutis.

Hart chegou a comparar a batalha travada entre os fornecedores de aplicações empresariais na nuvem com os tradicionais de software com a Guerra Fria que aconteceu entre a União Soviética e os Estados Unidos. Havia duas filosofias distintas lutando por um ideal. 

O CIO salientou que nessa disputa não há armas ou bombas envolvidas. Mencionou como exemplo a fornecedora de soluções corporativas na nuvem Box, que estava no evento com um estande ao lado de IBM. Durante a conferência era visível essa batalha entre os dois tipos de provedores.

A Box nasceu para fornecer uma solução para compartilhamento de conteúdo na nuvem. Em seu estande, a IBM mostrava uma aplicação similar para proteção de conteúdo na cloud. Coincidência? "Pensamos que não", responde o CIO.

E não foi só a IBM. Em seu estande, a HP estava mostrando o HP Flow - uma solução para baseada na nuvem para gerenciar conteúdo móvel, seguindo discurso parecido ao da empresa Box.

Mas apesar destas tentativas de fornecedores estabelecidos há mais tempo no mercado como HP e IBM, as grandes empresas estão apenas começando a entender o que as nascidas na nuvem sempre compreenderam: o sucesso de um software empresarial começa com o usuário e depois se move para TI.

Como um profissional de TI, Hart não quer voltar a um mundo onde grandes fornecedores vendem diretamente para TI pacotes monolíticos. Apesar disso, ele não acha que precisa trabalhar mais estreitamente com os fornecedores de nuvem para dizer o que eles precisam fazer. 

Falhas das soluções tradicionais

"Não temos a opção de deixar as coisas explodirem. Temos que encontrar maneiras de trabalhar juntos", explicou o CIO. Hart disse que a razão principal de os fornecedores iniciantes do Vale do Silício terem feito tanto progresso é que dos muitos softwares empresariais das empresas tradicionais não atenderem os objetivos dos usuários corporativos.

Ele observa que os projetos são complexos e falham muitas vezes. "Por que [fornecedores de nuvem] são bem sucedido?", questionou Hart. "Porque estamos falhando. A maioria dos projetos de TI falham. Isso significa que o sucesso é uma exceção", disse ele.

Os fornecedores novos de soluções na nuvem estão suprindo uma necessidade. Eles veem os usuários finais frustrados e estão provendo interfaces mais simples. Eles retiram toda a complexidade e deixam que as pessoas façam o seu trabalho de uma forma mais fácil. 

"Vale do Silício é a resolução de problemas para os usuários. Estamos resolvendo problemas para a empresa. Esta situação acontece porque há muita coisa errada", disse Hart.

Então, como é possível resolver esses conflito no mundo do software corporativo? Hart diz que os gestores de TI precisam parar de lutar contra a tendência e começar a contar ao Vale do Silício o que eles precisam. 

Ele reconhece as startups não apresentam todas as soluções chaves para atender as necessidades das empresas. Entretanto, ressalta que "estamos fazendo o nosso trabalho mais difícil por não trabalhar com eles."

A comunicação é fundamental. Diga aos fornecedores de nuvem o que você precisa. "O sucesso não deve ser a exceção", conclui Hart.

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