quarta-feira, 24 de julho de 2013

INFO: Falta de resultados afeta otimismo no mercado de startups brasileiro





Mercado inflado: muito dinheiro foi investido no estágio inicial das startups brasileiras, que agora precisa mostrar resultados. Mas nem todas vão conseguir, o que reduz o otimismo e afeta o mercado

São Paulo – Em 2012 pela primeira vez, o Brasil recebeu um dos maiores eventos de empreendedorismo do mundo. Em um hotel no Rio de Janeiro, os pouco mais de 100 participantes do Founders Forum se reuniram para falar sobre o cenário de startups no país. Em meio a muita água de coco para aplacar o calor, a mensagem final do encontro foi clara: investidores venham para o Brasil. O cenário econômico era favorável, o número de usuários de internet só crescia e havia muito espaço para serviços já adotados nos Estados Unidos e na Europa.

Um ano depois, em março de 2013, o mesmo grupo de investidores e empreendedores participou da segunda edição do evento. Mas, fora o calor, pouca coisa parecia igual. A certeza deu lugar ao debate e às dúvidas sobre se investir no país ainda é uma alternativa tão boa. Não houve consenso, e uma luz amarela acendeu no ecossistema do empreendedorismo brasileiro.

Seguimos por aqui os moldes do Vale do Silício, que há décadas transforma pequenas empresas de garagem em gigantes como Google e Facebook. Sua base são os diferentes tipos de investidores privados que atuam como combustível para os novos negócios. Eles têm como objetivo injetar dinheiro em empresas com potencial para crescer e então lucrar quando venderem suas participações no futuro.

Investidores que colocaram seu dinheiro no Instagram, por exemplo, tiveram retorno em pouquíssimo tempo. Em 2011, o aplicativo de fotos arrecadou 500 mil dólares de um grupo de investidores-anjo, pessoas físicas que apostam seus dólares nos estágios iniciais de uma startup. Alguns meses depois, com a popularidade do app, outras rodadas de investimentos totalizaram 57 milhões de dólares. No ano passado, a empresa foi comprada pelo Facebook por 1 bilhão de dólares, e todos saíram ganhando.

No Brasil, esse modelo de empreendedorismo digital começou a ganhar destaque nos últimos dois anos. Em 2012, estima-se que 850 milhões de dólares tenham sido investidos em empresas iniciantes de base tecnológica. É uma ótima notícia, não fosse o fato de que especialistas começaram a se perguntar se não teria dinheiro de mais no mercado. “Existe a percepção geral de que nos últimos dois anos as startups foram inflacionadas em seu estágio inicial”, diz Ariel Muslera, conselheiro da Associação de Venture Capital da América Latina (Lavca).

Havia a clara sensação de que uma bolha começava a se formar. “Há um ano, estava uma loucura”, diz Nicolas Gautier, suíço que comandou o fundo Mountain do Brasil de outubro de 2011 a março de 2013. “As pessoas apareciam com uma ideia em uma apresentação de PowerPoint e achavam que a empresa valia 10 milhões de dólares”, diz Gautier. E encontravam alguém disposto a bancar.

O último relatório sobre fundos de venture capital (VC) no país divulgado pela Lavca aponta que, de 2008 a 2010, os investimentos em empresas em seu estágio inicial representavam, em média, 8% do total. De 2011 a 2012, chegaram a 30%. O crescimento se deu, em grande parte, pela entrada de novos investidores no mercado brasileiro.

Fonte: Rothman, Paula . "Falta de resultados afeta otimismo no mercado de startups brasileiro | INFO." INFO | Notícias, reviews, downloads, dicas e fóruns de tecnologia e internet. http://info.abril.com.br/noticias/mercado/2013/07/falta-de-resultados-afeta-otimismo-no-mercado-de-startups-brasileiro.shtml (accessed July 24, 2013).

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