terça-feira, 20 de agosto de 2013

G1: Anatel pede informações a empresas sobre segurança contra espionagem



O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Batista de Rezende, afirmou que a agência está levantando informações junto a empresas brasileiras sobre a segurança na rede de internet após as denúncias de espionagem por parte do governo americano. Ele participa nesta segunda-feira (19) de workshop sobre conectividade na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

"A Anatel não regula internet, regula telecom, não mexe com conteúdo. Mas cobramos das empresas que regulamos toda a atenção possível na preservação dos dados dos usuários. Perguntamos como é a rede, como é o sistema, se tem barreira contra vazamento de dados", explicou.

Rezende disse ainda que "os americanos dizem que não estão investigando empresas brasileiras, só as americanas como Google e Facebook", mas mesmo assim o governo trabalha o tema no nível diplomático por meio do Itamaraty e tem planos de levar a discussão para a Organização das Nações Unidas, uma vez que vários países vêm reclamando da postura dos Estados Unidos.

Enquanto o telefone fixo mostra tendência de estagnação, com os minutos usados pelos consumidores caindo de 8% a 10% ao ano, a banda larga móvel 3G já chega a 2.930 cidades brasileiras, atendendo a cerca de 90% da população, um crescimento de 430% deste 2010 - são 64 milhões de chips em operação no país em 2013, segundo a Anatel.

Mas sempre vai haver sobrecarga e descompasso entre a necessidade de infraestrutura e o serviço que o cidadão quer, a qualidade do serviço ainda não é a ideal, disse o presidente da agência.

Segundo Rezende, o usuário de banda larga fixa e móvel quer convergência em pacotes de serviços. Mas a infraestrutura para o crescimento das redes é um desafio principalmente nas restrições das postura municipais em relação à instalação de antenas.

"Sempre cito como exemplo a cidade e Campinas, em São Paulo, onde não se pode instalar antenas a menos de 300 metros de qualquer coisa. Se me perguntam se vai ter 4G lá, digo que não", explicou.

Ele disse ainda que o setor público está atrasado em soluções de internet.

"Nos atendimentos nos Detrans e outros órgãos públicos se percebe que setor público tem que gastar e investir em tecnologia para melhorar o atendimento da população", disse.

Segundo Rezende, a Anatel considera importante resolver os conflitos que envolvem a implantação da infraestrutura de telecomunicações, que tem demanda crescente e requer investimentos, e produção de conteúdo.

"Países como Alemanha e França estão preocupados com esse novo modelo de convergências. Quem financia o quê? Todos os aplicativos são americanos. Isso leva até à à questão da espionagem. A internet mundial passa pelos Estados Unidos. O e-mail me convidando para esse evento passa pelos Estados Unidos. Os americanos sabem que eu estou aqui", disse Rezende, explicando o debate sobre internet gira em torno de temas como direito autoral, privacidade e segurança, neutralidade da rede e acesso à infraestrutura.

Fonte: Quaino, Lilian . "G1 - Anatel pede informações a empresas sobre segurança contra espionagem - notícias em Tecnologia e Games." G1 - O portal de notícias da Globo . http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/08/anatel-pede-informacoes-empresas-sobre-seguranca-contra-espionagem.html (accessed August 20, 2013).

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