sexta-feira, 30 de agosto de 2013

G1: Projeto Educação mostra que internet tem etiqueta própria na hora de falar




Mesmo na internet, a escrita também precisa seguir algumas regras. A “netiqueta”, que seria as definições de comportamento dentro da grande rede, foi abordada pela professora Fernanda Bérgamo na reportagem de redação do Projeto Educação, nesta sexta-feira (30).

A etiqueta vai muito além do que apenas os atos educados do dia a dia, como ceder o lugar em um trem cheio ou segurar a bagagem de um passageiro que está em pé dentro de um ônibus. As regras do bom convívio também chegaram ao mundo virtual, principalmente em meios corporativos.

A coordenadora de merchandising Rafaella Barros trabalha em um shopping do Recife e sabe que a educação na internet é fundamental para ter sucesso nos negócios. “Em média, a gente recebe por dia 100, 150 e-mails. E é muito importante para definir prioridades o assunto do e-mail. Quanto mais claro, mais objetivo. E é o que vai definir qual a minha prioridade do dia”, comentou.

Não importa a quantidade de e-mails recebida por dia; as orientações são as mesmas na hora da escrita. A primeira é: evite o excesso de informalidade. “Ser um bom comunicador é considerar principalmente para quem você está escrevendo. A gente percebe algumas falhas na questão da escolha entre a formalidade e a informalidade desde o início do e-mail. Na saudação inicial, muitas pessoas consideram ‘prezado’ e ‘caro’ sinônimos, equivalentes, quando, na verdade, não são. Entre ‘caro’, que é querido, e ‘prezado’, que é uma formalidade necessária ao ambiente profissional, é preciso fazer a escolha dependendo do nível de intimidade que você tem com a pessoa que você se comunica”, destacou Fernanda Bérgamo.

 
Professora Fernanda Bérgamo deu dicas.

As regras para um texto informal, destinado a amigos, são bem distintas para um texto profissional. “O texto informal cabe os emoticons, as carinhas, o excesso de pontuação. Portanto, nada de colocar várias exclamações seguidas, de colocar emoticons no seu texto. Em e-mails não formais, posso me despedir com ‘cordialmente’, que é ‘de coração’. Se eu quero manter um nível de formalidade mais alto, é bastante adequado usar ‘respeitosamente’”, destacou a professora, que gosta de se despedir em e-mails com a palavra ‘atenciosamente’. “Ele está no meio termo entre a formalidade excessiva e uma informalidade que muitas vezes é desnecessária. Se despedir com ‘atenciosamente’, é sempre uma forma adequada na comunicação corporativa”, completou.

Os comunicadores precisam ter atenção também à falta de objetividade. No ambiente corporativo virtual, é preciso escrever textos curtos, diretos. “E-mail bom é aquele que cabe na tela do computador, e isso inclui desde a saudação inicial até a despedida. Há pessoas que escrevem demais, desnecessariamente. A objetividade é um respeito ao outro. Muita gente ainda começa e-mails ou mensagens oficiais com essa linguagem: ‘venho por meio desta informar’. ‘Por meio desta’ é desnecessário. Imaginemos que a pessoa substitua por ‘gostaria de informar’. A inadequação seria o uso do verbo no futuro do pretérito, porque quem gostaria não gosta. Então, seria mais interessante substituir por ‘quero informar’. Mas temos que lembrar que a objetividade pede para abrir mão de dois verbos e utilizar apenas um. Então, posso utilizar ‘informo’”, falou Bérgamo.

A professora ainda deu a dica de usar a primeira pessoa do plural, por ser mais moderno e generoso. “Atrás de toda atividade profissional há uma equipe. Então, para começar bem e ser adequado, use ‘informamos’ e, com muita objetividade, informe logo a seguir”, falou. A netiqueta também pede que não se use mais o recuo na primeira linha para indicar um novo parágrafo. Entre o término de um e o começo de outro, agora, usa-se um espaço duplo entre as linhas.

A etiqueta virtual trata de ainda de outro detalhe importante: a falta de atenção. Uma mensagem não pode ficar sem resposta. “Essa falta de atenção às vezes se dá também porque muitas pessoas não respondem as mensagens que recebem. E é preciso responder, mesmo que a resposta seja ‘não sei’ ou ainda ‘estou fazendo uma pesquisa para responder prontamente’. Mas o seu interlocutor merece uma resposta”, finalizou a professora.

Fonte: "G1 - Projeto Educação mostra que internet tem etiqueta própria na hora de falar - notícias em Vestibular e Educação." G1 - O portal de notícias da Globo . http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2013/08/projeto-educacao-mostra-que-internet-tem-etiqueta-propria-na-hora-de-falar.html (accessed August 30, 2013). 

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