A reestruturação da BlackBerry prevê que a empresa se foque no setor corporativo, onde os resultados não têm sido ruins, e um afastamento dos dispositivos móveis –apesar de que estes não deixarão de ser produzidos.
É o que garantiu durante um evento para jornalistas em dezembro Wes Nicol, diretor da empresa na América Latina, no laboratório da BlackBerry em Miami.
"Competimos, ou ao menos competíamos, com as principais empresas do mundo, mas percebemos que bater de frente com elas não é uma boa ideia", disse Nicol. "Mas nós temos que oferecer dispositivos aos nossos clientes.Haverá mudanças, mas continuaremos a vender aparelhos, com certeza."
Nicol diz que a decisão de criar uma plataforma móvel nova em vez de usar Android foi uma decisão "cara e trabalhosa", mas que valeu a pena. "Queríamos dar uma solução diferente aos nossos clientes, e fizemos um trabalho realmente bom", diz.
O presidente-executivo da empresa, John Chen, disse no começo deste mês que os próximos celulares da BlackBerry "predominantemente" terão teclado –as duas últimas apostas da empresa foram smartphones operados só pela tela sensível ao toque.
BLACKBERRY VIVE
"Estamos muito vivos, obrigado", escreveu Chen, então diretor interino, no auge das especulações sobre a possível venda da BlackBerry, em dezembro, garantindo que a empresa não seria vendida.
Ainda não há, contudo, sinais de recuperação da crise –a companhia perdeu US$ 4,4 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, com redução de 56% no faturamento em relação a 2012.
Por outro lado, recebeu uma injeção de capital de US$ 1 bilhão da Fairfax em novembro para uma reestruturação que, segundo Nicol, levará "cinco ou sete anos".
No começo deste mês, também como uma das medidas de austeridade, a cantora Alicia Keys foi demitida do cargo de diretora criativa.
Os principais negócios da BlackBerry hoje são soluções para empresas gerenciarem dispositivos móveis, o QNX (software usado em carros) e o mensageiro BBM, também presente no Android e no iOS.
O jornalista YURI GONZAGA viajou a convite da BlackBerry
Editoria de Arte/Folhapress
Fonte: GONZAGA, YURI . "Folha de S.Paulo."BlackBerry se volta ao corporativo, mas promete não abandonar celulares. N.p., n.d. Web. 20 Jan. 2014. http://www1.folha.uol.com.br/tec/2014/01/1399153-blackberry-se-volta-ao-corporativo-mas-promete-nao-abandonar-celulares.shtml.
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