terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

IDG Now!: LinkedIn lança versão beta na China e vai aderir às regras do país


Michael Kan 

CEO Jeff Weiner diz em blog que empresa apóia a liberdade de expressão mas avalia que vale a pena entrar no mercado chinês


Depois de sondar o mercado por alguns anos, a rede social profissional LinkedIn entrou formalmente na China com um novo site beta, em chinês, que supostamente deverá aderir às regras rígidas de controle e censura de conteúdo online. O novo site, chamado Lingying, foi lançado nesta segunda-feira, 24/02, e espera atingir mais de 140 milhões de profissionais naquele país, anunciou a empresa em seu blog corporativo.

Atualmente o LinkedIn tem cerca de 4 milhões de membros da China, mas até agora era visto no país apenas pelo seu site em língua inglesa. Ao lançar o novo site a empresa também concorda em seguir as regulações online controversas da China.

As regras geralmente exigem que os sites filtrem conteúdo político, seja apagando mensagens de ususários, seja impedindo certos tipos de buscas ou mesmo desabilitando contas de usuários. O LinkedIn chinês planeja censurar conteúdo apenas quando for requisitado e a empresa diz que será transparente sobre suas práticas na China.

Em post no seu blog, o CEO do LinkedIn, Jeff Weiner, escreveu que a empresa apóia a liberdade de expressão e discorda de censura governamental online, mas que depois de discutir o assunto com especialistas, incluindo líderes corporativos e grupos de direitos humanos, o LinkedIn decidiu que teria mais a ganhar ajudando os usuários chineses a se conectar com novas oportunidades econômicas.

Censura

"Estender nosso serviço na China levanta questões difíceis, mas está claro para nós que a decisão tomada é a correta", escreveu Weiner. O executivo afirmou que "medidas extensas" serão tomadas para proteger os dados dos usuários da companhia.

Não está claro ainda como essa decisão deverá afetar o site em língua inglesa do LinkedIn. Em fevereiro de 2011 o LinkedIn foi bloqueado brevemente na China durante o período em que autoridades locais estavam bloqueando todas as menções a um movimento pró democracia chamado "Revolução do Jasmin".

O LinkedIn é a mais recente companhia de internet dos EUA a tentar entrar na China, um mercado internacional no qual empresas estrangeiras têm dificuldades para competir. Companhias como Google e Yahoo já tiveram grandes ambições de expansão no país mas trombaram de frente com as demandas da China por controle do conteúdo.

No caso do Yahoo, a empresa se viu no meio de uma controvérsia em torno da prisão de um jornalista chinês. Em 2004, o jornalista foi preso depois que a Yahoo concordou em fornecer ao governo chinês seus arquivos de email que detalhavam as tentativas do governo de cercear a mídia local.



Concorrentes locais

O LinkedIn entra no mercado chinês um tanto atrasado, por conta de que concorrentes como o Viadeo Group, por exemplo, já funcionam no país desde 2007. O grupo comprou o site de rede social profissional Tianji.com, que no início do ano passado tinha 14 milhões de usuários.

Mas o grande obstáculo para o LinkedIn são as empresas locais de internet, segundo Ben Cavender, analista do China Market Research Group. Muitos usuários chineses se utilizam de plataformas de rede social como a Sina Weibo e a WeChat não só para se comunicar com amigos e ler notícias mas também para procurar emprego. Tanto a Sina Weibo quanto a WeChat tem, cada qual, cerca de 300 milhões de usuários registrados.

Além disso, muitos dos potenciais usuários chineses para o LinkedIn - aqueles que falam inglês e estão buscando oportunidades profissionais no exterior - já estão cadastrados no site, diz Cavender. Para crescer, a empresa terá de oferecer uma base de contatos forte e boas oportunidades de emprego para os usuários de língua chinesa.

"Acredito que será possível que eles tenham sucesso aqui", diz Cavender. "A empresa está bem colocada em cidades como Shangai e Pequim (Beijing), mas vai levar algum tempo para construir uma base de usuários em outros mercados no país. Um site na língua local certamente vai permitir que façam isso", diz o analista.

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