Paula Rothman
Matthew Cruickshank e Ryan Germick, líder da equipe responsável pelos Doodles
Águias uniformizadas punham ovos conforme os gols eram marcados entre Estados Unidos e Gana; letras em preto, vermelho e amarelo celebravam a vitória da Alemanha sobre Portugal; máscaras de luta-livre disputavam durante a partida entre México e Camarões.
Desde quinta-feira passada os milhões de internautas que acessam a página do Google já viram 14 animações temáticas sobre a Copa do Mundo substituindo o logo da empresa. Os desenhos são feitos diariamente por uma equipe especializada que, pela primeira vez, montou um quartel-general fora da sede do Google no Vale do Silício. Até o final do mundial, os artistas responsáveis pelos chamados Doodles vão trabalhar no Brasil.
“Estamos colocando o Google em uma prova de fogo”, diz, brincando, o americano Ryan Germick, líder da equipe. “Nunca fizemos desenhos em tempo real e nunca atualizamos tantas vezes num mesmo dia a home da empresa”. Contratado há oito anos do departamento dos Doodles,Germick hoje comanda um time de 10 artistas e cinco engenheiros responsáveis por criar diariamente as animações temáticas exibidas no mundo todo. “A ideia dos doodles é celebrar datas, acontecimentos e pessoas. E a Copa do Mundo é uma celebração mundial”, diz.
Para ilustrar a Copa no Brasil, Ryan escalou outros três colegas que trabalharão com ele pelo próximo mês no escritório do Google em São Paulo. “Decidimos trazer pessoas especializadas em animação, pois sabíamos que isso seria fundamental para captar a essência dos jogos”, diz. O time leva em média de 3 a 4 horas para criar as novas animações da Copa – um tempo recorde, considerando que nos Estados Unidos há um planejamento de até seis semanas antes de colocar um novo doodle no ar.
“Na Califórnia trabalhamos por mais horas, mas aqui está sendo muito mais intenso”, diz o inglês Matthew Cruickshank, um dos convocados da equipe. Há alguns meses, Cruickshank viajou para o Rio de Janeiro para fazer alguns desenhos e se inspirar com a cultura local. “Também temos uma lista de sugestões feita por vários funcionários do Google. Mas para ser sincero, durante a Copa do Mundo estamos reagindo muito a coisas que acontecem nas redes sociais e na internet”, diz.
A ideia de trazer de volta Paul, o polvo que acertou todas as previsões da Copa de 2010, veio de uma dessas análises. Na quinta-feira passada, os doodlers notaram que as buscas pelo antigo mascote aumentaram em 25 vezes. A informação ficou na cabeça e se transformou em desenho durante um passeio no fim de semana no parque do Ibirapuera, em São Paulo. “Estávamos conversando sobre o polvo quando alguém disse que ele havia morrido, mas que poderíamos fazê-lo no céu adivinhando o resultado”, diz RYAN. A animação entrou no ar na terça-feira, e internautas puderam acompanhar o polvo de auréola, em meio às nuvens, escolhendo um vencedor.
Sobre as finais, Ryan Germick garante que já está pensando em algo marcante. “Temos que saber quem estará jogando, mas imagino que podemos dar alguns pontos altos do campeonato. Ah, e claro, homenagear os fãs do esporte. Eles são sempre um grande destaque”.
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