Alexandre Orrico
Usuários que ainda movimentam comunidades do Orkut, resistentes à decadência da rede social que já foi a maior do Brasil, começam a escolher um novo serviço para onde possam migrar.
Escanteado pelo próprio Google, a infestação robôs de spam e o surgimento do G+ já eram um prévia do anúncio feito nesta semana : em setembro, o serviço que mais de 40 milhões de brasileiros reuniu em seus tempos áureos, fechará definitivamente as portas.
A pergunta nas comunidades sobre futebol, séries de TV e animações japonesas é uma só: para onde ir?
A VK, rede social com mais de 100 milhões de usuários ativos, é uma das respostas mais apontadas pelos órfãos. O serviço é a maior rede social da Europa e líder na Rússia, mas está disponível em várias línguas, incluindo o português.
"O número de inscrições do Brasil nos últimos dois dias aumentou em 2.000% e continua a crescer rapidamente" escreveu George Lobushkin, relações públicas da VK, em postagem no serviço russo.
A VK já tem quase 200 mil brasileiros e cerca de 20 comunidades em português –a maioria sobre futebol ou que fazem menção à condenada rede do Google, como a "Sobreviventes do Orkut".
E O FACEBOOK?
"O Facebook não atende as necessidades dos usuários do Orkut", diz Aluizio Hamann, 29, frequentador das comunidades "Futebol Alternativo" (7.389 membros) e "São Paulo FC Tricolor" (1.137.437 membros) no Orkut, ambas com dezenas de tópicos com novas postagens diárias.
"Insistimos no Orkut por causa do sistema de comunidades, que é bem superior ao esquema de grupos do Facebook", diz Hamann. O Google+ é rejeitado pelo mesmo motivo.
"O VK é um meio-termo, não chega a ser tão bom quanto o Orkut, mas é a nossa melhor opção", completa.
O Orkut ainda conta com cerca de 5 milhões de usuários no Brasil, segundo dados da consultoria Ibope Nielsen. Os usuários têm até o dia 30 de setembro para salvar todo o conteúdo do perfil.
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