São Paulo - Uma das maiores empresas do mundo de produção, edição e licenciamento de vídeos online, a holandesa Zoom.in anunciou um investimento de R$ 1,6 milhões para abrir operações no Brasil, cifra que a companhia promete elevar para R$ 5 milhões nos próximos três anos.
A empresa, liderada no mundo pelo holandês Michel Plugge, planeja faturar com a produção local de conteúdo em vídeo para a internet e monetizá-lo com publicidade ou licenciamento para parceiros, como sites de notícias e entretenimento.
De acordo com Plugge, diretor de marketing da Zoom.in no Brasil, há grande expectativa de gerar receita também com a distribuição de vídeos para consumo em celulares.
Na avaliação de Plugge, os brasileiros têm cada vez mais acesso à internet e são grandes consumidores de smartphones, o que faz este mercado crescer aqui mais rápido que em outras partes do mundo. Outro atrativo do mercado nacional, de acordo com o executivo, é que a população é bastante jovem, especialmente quando comparada à população da Europa, continente de origem da Zoom.in.
“Os jovens têm uma cultura de demanda instantânea por informação, o que abre espaço para as produtoras de conteúdo online”, diz Plugee.
Neste momento, já há alguns vídeos em português no portal da empresa, mas eles foram criados por uma equipe de dois brasileiros situados em Amsterdam. Agora, a empresa busca uma equipe local de oito a dez jornalistas, um estúdio em São Paulo e parceiros tanto para compra e venda de conteúdo quanto para oferta de espaço publicitário.
A empresa holandesa, que já atua em 17 países (a maior parte deles está na Europa e América do Norte), explora conteúdo jornalístico com base em produção própria ou usando material de parceiros.
A Zoom.in, então, edita os vídeos adaptando-os às necessidades de cada mercado, como tradução, aplicação de legendas ou dublagem no estilo “voice over”, e os oferece para portais de jornalismo.
Regis Lotumolo, que assume o cargo de diretor de vendas no Brasil, conta que a rentabilidade da Zoom.in pode vir tanto de vendas diretas dos vídeos quanto da divisão da renda vinda de publicidade antes do conteúdo – nesse caso os portais de notícias não teriam de pagar pelo vídeo da Zoom.in.
Na opinião dos dois executivos, deve crescer nos próximos anos a busca dos usuários por conteúdos específicos em vídeos, como a notícia daquele acidente em seu bairro ou os gols de seu time na última rodada.
“Se o público online quer a notícia, eles querem a qualquer momento e em qualquer lugar, sem ter de esperar pelo jornal das oito”, diz Plugge.
Plugge afirma ainda que sua empresa não concorrerá diretamente com as TVs. “O vídeo feito para a internet tem de ser direto, rápido. A televisão é diferente. Nós editamos vídeos para um público distinto da TV, criamos um produto com o ritmo da internet”, diz.
A empresa espera ainda poder levar o conteúdo produzido no Brasil para seus parceiros na Europa e América do Norte, onde há crescente interesse por informações sobre a economia e o noticiário brasileiros. A operação brasileira faz parte de um processo de expansão da empresa que espera atuar no México, Turquia e China nos próximos anos.
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