quarta-feira, 2 de maio de 2012

Folha.com: Celular e tablet são usados para monitorar câmeras de vigilância


MÁRCIO PADRÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se você se assusta com a quantidade de câmeras que o cercam em ruas, condomínios e estabelecimentos privados, saiba que essa realidade chegou a um novo patamar com os aplicativos de CFTV (circuito fechado de TV) para celulares e tablets.

Esses aplicativos se conectam a sistemas de monitoramento via protocolo de internet (IP, na sigla em inglês) e permitem visualizar imagens das câmeras de vigilância remotamente, em tempo real.

As próprias companhias de CFTV disponibilizam os aplicativos de monitoramento, disponíveis tanto para tablets e smartphones com Android, sistema do Google, quanto para os dispositivos da Apple iPad, iPhone e iPod touch.

Adriano Vizoni/Folhapress 

A chef Nicoli Geigner mostra no celular imagens de câmeras de vigilância de seu restaurante, em São Paulo 

Para brincar de "Big Brother" com seu celular, você precisa de um sistema com câmeras ligadas a um DVR (gravador de vídeo digital) conectado à internet.

Os vídeos podem ser retransmitidos em dispositivos móveis ou em uma página especial para browsers, acessível mediante uso de senha. Tais configurações são normalmente realizadas pela empresa que instala o DVR.

Os programas têm recursos como tela dividida por quatro ou mais imagens de câmeras diferentes, zoom, recuperação de imagens antigas e "fotografias" de determinado momento. No Brasil, os apps EagleEyes, da Avtech, e iSIC, da Intelbras, estão entre os mais procurados.

Segundo o engenheiro de pesquisa e desenvolvimento da Intelbras, Henrique Fernandez, o aplicativo iSIC já tem média mensal de 10 mil downloads por mês. "Temos utilizado o apelo de 'monitorar seu patrimônio na palma de suas mãos' como um forte argumento de vendas", afirma Fernandez.

Segundo o executivo, há exemplos de famílias que vigiam melhor os cuidados de babás com seus bebês ou empresários que verificam o comportamento de seus funcionários. É o caso de Nicoli Geigner, dona de um restaurante em São Paulo.

"Foi a melhor coisa que me aconteceu. Antes eu não tinha vida, agora consigo acordar e ver logo o que está acontecendo no trabalho", descreve Geigner, que usa iPhone e iPad para observar o movimento de maneira remota.

Para o diretor da Abese (Associação Brasileira de Segurança Eletrônica), Oswaldo Oggian, a má qualidade da internet móvel no Brasil ainda é o maior inimigo desse tipo de aplicativo. "As soluções de banda larga no país ainda são muito incipientes. Às vezes o usuário tem acesso, às vezes não tem."

"As pessoas ficam um pouco reféns do próprio patrimônio, mas é um fato normal. Todos querem saber o que está acontecendo em sua empresa", afirma André Luiz Araújo Jr., da Câmeras Via Internet, assistência especializada em sistemas CFTV.

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