terça-feira, 12 de junho de 2012

PC WORLD: Chrome OS cresce, mas ainda pode melhorar



Nova versão do sistema operacional “na nuvem” da Google funciona de forma muito mais similar a um PC com Windows ou OS X, mas ainda tem alguns probleminhas.

A primeira versão do sistema operacional Chrome OS, da Google, que analisamos em meados do ano passado, não era muito mais que o navegador Google Chrome rodando em tela cheia com alguns “apps”. Parecia mais um desafio - “Quem precisa de armazenamento local?” - do que um sistema operacional no qual você pudesse confiar.

Um ano e meio depois a Google está anunciando uma nova versão do sistema e uma nova geração de máquinas mais poderosas, como o Samsung Series 5 Chromebook e o desktop Samsung Chromebox(que lembra um Mac Mini). O Chrome OS ganhou alguns dos recursos de um sistema operacional tradicional: um gerenciador de arquivos (viva!), um desktop e a capacidade de usar discos, pendrives e cartões de memória plugados a uma porta USB. E o sistema Google Cloud Print até torna fácil a tarefa de imprimir um documento.


Chromebox da Samsung, uma das novas máquinas com o Chrome OS

A única coisa que falta é a capacidade de continuar editando um documento ou uma planilha mesmo quando offline. Era possível fazer isso usando o Google Gears, mas desde que o projeto foi cancelado no início de 2010, serviços como o Google Docs e Google Drive só funcionam completamente quando você tem uma conexão à internet (o Vice-Presidente de Chrome e Apps do Google, Sundar Pichai, disse à audiência do evento All Things D no início de junho que uma versão “Offline” do Google Drive será lançada em algumas semanas).

As vantagens do Chrome OS permanecem as mesmas. O novo Chromebook Samsung Series 5 550, uma das primeiras máquinas com a nova versão do sistema, que testei leva apenas 10 segundos para estar pronto para uso, a partir do momento em que é ligado, e se desliga em 5 segundos. Quando você faz o login, não precisa esperar os programas carregarem. Você simplesmente volta à última janela de navegador na qual estava trabalhando, com as mesmas abas que estavam abertas quando desligou o computador. Pular entre janelas (agora é possível ter mais de uma) é instantâneo. As novas máquinas são rápidas, e é difícil imaginar o que possa deixar um Chromebook mais lento com o passar do tempo, já que não há registro para corromper ou software local para deixar “lixo” no HD quando desinstalado. A autonomia de bateria também é ótima, consegui trabalhar por um dia inteiro com uma única carga.

E ao contrário da geração anterior, comprar um Chromebook agora é um bom negócio: a máquina que testei, com uma tela de 12.1 polegadas, custa US$ 499 nos EUA. Um notebook similar, o Samsung Series 5 com tela de 13.3 polegadas, custa US$ 400 a mais.

O novo gerenciador de arquivos do ChromeOS

O novo gerenciador de arquivos do Chrome OS é rudimentar, mas sua própria existência é algo importante. Ele aparece como uma aba de navegador que mostra os diferentes dispositivos de armazenamento em sua máquina. Há até uma pasta Downloads, armazenada na unidade SSD interna de 16 GB. Você também pode armazenar arquivos em um pendrive ou cartão de memória, e movê-las de um “disco” para o outro, embora não haja a comodidade do “arrastar e soltar” de outras plataformas. É necessário usar o bom e velho comando “copiar e colar”.

Imprimir usando o Google Cloud Print é simples, embora eu não tenha acesso a uma impressora oficialmente compatível com a tecnologia. Eu configurei esse recurso no Google Chrome em meu PC no trabalho, e o Chromebook foi capaz de imprimir em qualquer impressora acessível ao PC, incluindo aquelas em nossa rede interna.

O desktop é básico: papel de parede, barra de tarefas e área de status

O Chrome OS também tem um novo “desktop”, embora você provavelmente não vá passar muito tempo lidando com ele. Há uma barra de tarefas, onde você pode colocar atalhos para apps que usa frequentemente, e uma área de status que relata coisas como o estado da conexão Wi-Fi e a autonomia de bateria. Mas não consegui encontrar um meio de colocar um atalho para um arquivo no desktop.

Agora é possível trabalhar com múltiplas janelas no Chrome OS, embora todas elas sejam em sua essência janelas do navegador. Ainda assim é um recurso útil, e você pode alternar entre uma janela e outra com o atalho Alt+Tab (como no Windows) ou clicando em um botão na tela. Cada janela tem um botão que parece com o botão “Maximizar” nas janelas do Windows, mas que opera de quatro formas diferentes através de gestos. Se você clicar e arratá-lo para baixo, a janela será minimizada. Se arrastar para cima, ela entra em tela cheia. Arraste para a esquerda ou direita e a janela é “atracada” ao lado correspondente, ocupando metade da tela. É uma inovação divertida.

Finalmente é possível trabalhar com múltiplas janelas no Chrome OS

Os Chromebooks ainda tem um teclado incomum. O maior incômodo é a ausência da tecla Caps Lock, substituída por uma tecla de busca que é um tanto desnecessária, já que tudo o que ela faz é abrir uma nova aba, o que pode ser feito com o atalho Ctrl+T. Felizmente é possível redefinir essa tecla para que funcione como Caps Lock nas preferências do sistema;

Algumas outras decisões fora do comum quanto ao teclado funcionam melhor. Gostei do botão para alternar entre as janelas abertas e do que coloca os aplicativos em tela cheia. Também há botões dedicados para funções do navegador como Voltar, avançar e recarregar, que fazem bastante sentido em uma máquina construída para a web. Tecle Ctrl+Search e você verá uma grade com atalhos para os seus aplicativos, como em um smartphone. E se você tem uma memória melhor do que a minha, poderá decorar uma dezena de atalhos de teclado: basta teclar Ctrl+Alt+? para ver a lista completa.

Lista de aplicativos instalados lembra a interface de um smartphone

No geral, o Chrome OS e os novos Chromebooks parecem ter dado vastos passos à frente. Acredito que nunca serão uma boa solução para pessoas que estão constantemente sem acesso à web (embora, nos EUA, as máquinas tenham conexão à rede de banda larga da Verizon, com 100 Mb de tráfego mensal grátis) ou que dependem de software especializado no desktop. Ou aqueles que não querem ter sua vida amarrada ao ecossistema Google, com GMail, Google Drive, Google Calendar, etc.

Mas, se a maior parte das coisas que você faz acontecem em frente ao computador, um Chromebook tem várias vantagens. É mais barato que um notebook, rápido, simples de operar e tem ótima autonomia de bateria. E o sistema é seguro, constantemente atualizado e há uma imensa variedade de “aplicativos” disponíveis, muitos deles gratuitos.

Em resumo, o Chrome OS cresceu muito no último ano e meio, e os Chromebooks já são uma boa alternativa para muitas pessoas. Se a Google adicionar a peça que falta e possibilitar que o usuário trabalhe tão bem offline quanto online, todos os consumidores deverão levá-los em conta na hora de comprar uma nova máquina.

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