terça-feira, 10 de julho de 2012

G1: Desligamento do vírus DNSChanger foi tranquilo, diz grupo de combate


Estatística do fim de semana apontava 211 mil máquinas infectadas.
Provedores norte-americanos não perceberam problemas.
Altieres RohrEspecial para o G1



O DNSChanger Working Group (DCWG), grupo de trabalho responsável pela campanha de erradicação do vírus de computador DNSChanger, desligou à 1h da madrugada desta segunda-feira (9), os servidores usados pela praga digital, o que deve ter deixado centenas de milhares de internautas com problemas de conexão. Apesar disso, provedores nos Estados Unidos não perceberam nenhum aumento no volume de chamados para suas áreas de suporte técnico.

"Tudo está quieto. A campanha chegou a todos para os quais era humanamente possível chegar", afirmou Barry Greene à agência de notícias Reuters. Greene é um dos especialistas de segurança que atuaram como voluntários no DCWG.

A última estatística do DCWG, cuja contagem foi finalizada à meia-noite de hoje, antes do desligamento dos servidores, apontava 211 mil sistemas infectados. No entanto, como o número depende da quantidade de pessoas conectadas à internet naquele momento, os números vistos pelo DCWG eram sempre menores aos registrados nos fins de semana.

Como a infraestrutura já está fora do ar, não é possível obter o número de pessoas que ainda tentaram usar o serviço nesta segunda-feira.

No início da operação do DCWG, em novembro do ano passado, o grupo chegou a contabilizar 800 mil sistemas infectados. Estima-se que o DNSChanger tenha comprometido até quatro milhões de computadores. O grupo realizou uma campanha que contou com o apoio de provedores de internet, do Google e do Facebook para alertar os usuários a respeito da presença do vírus e da necessidade de removê-lo do sistema antes da data de desligamento.

Servidores ficaram no ar por oito meses

O vírus DNSChanger operava redirecionando acessos para faturar com tráfego ilegítimo. A praga trocava a configuração de DNS do computador, que é normalmente fornecida pelo provedor de acesso à internet. Controlando o DNS, que é uma "lista telefônica" da internet, os criminosos conseguiam forçar internautas a visitarem sites que não foram realmente acessados, da mesma forma que uma lista telefônica falsa poderia informar números errados.

Com o DNS inoperante, porém, o computador fica impossibilitado de acessar endereços como "g1.com.br".

Por esse motivo, o FBI conseguiu uma autorização da Justiça, em novembro de 2011, para manter servidores provisórios no ar e não interferir imediatamente com o acesso à internet das vítimas. Inicialmente, os servidores seriam desligados no dia 8 de março, mas um adiamento para o dia 9 de julho foi solicitado, e a Justiça norte-americana aprovou o pedido.

Nenhuma nova extensão de prazo foi solicitada e, com isso, os servidores foram desligados hoje, conforme planejado, oito meses após a configuração dos servidores temporários.

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