quinta-feira, 23 de agosto de 2012

IDG Now!: Crescimento do e-commerce fica abaixo do esperado no primeiro semestre

Karen Carneti

Faturamento de R$ 10,2 bilhões representa aumento de 21% em relação ao mesmo período de 2012. A expectativa era de crescimento de 25%, de acordo com a consultoria e-bit

O comércio eletrônico no Brasil faturou R$ 10,2 bilhões no primeiro semestre do ano, tendo aumento de 21% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando registrou R$ 8,4 bilhões. A expectativa de crescimento para o semestre era de 25%, mas a crise que atingiu a Europa e os Estados Unidos, com queda de quase 26% da geração de empregos (segundo o Ministério do Trabalho) e retração de 3,8% na produção industrial (dados do IBGE) impossibilitou que se chegasse ao índice esperado. 

As compras feitas por um dispositivo móvel (seja smartphone ou tablet) representaram 1,3% de todas as compras online no país. Em 2011, esse número era de apenas 0,3%. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (22/8) durante a 26ª edição do relatório WebShoppers, realizado pela e-bit com o apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net).

Na pesquisa, foi apontado também que, quando decidem fazer compras a partir de dispositivos móveis, 22% das mulheres utiliza um iPhone ou iPad, que possui o sistema operacional iOS, enquanto 55% dos homens utilizam um dispositivo com Android. O tíquete médio de compras via iPhone é de R$ 408, enquanto o valor via Android é de R$ 540. Isso, provavelmente, se deve pela maior compra de produtos eletrônicos por parte dos homens, aumentando assim o valor gasto.

A quantidade de consumidores que realizaram compras pela internet cresceu significativamente, com a contínua entrada da Classe C. Nos primeiros seis meses do ano, 5,6 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online até hoje, resultando em 37,6 milhões de e-consumidores. O número de pedidos também apresentou números expressivos: foram realizadas aproximadamente 29,6 milhões de encomendas nas lojas virtuais brasileiras no período analisado (em 2011 foram registrados 25 milhões de pedidos), com um tíquete médio de R$ 346. 

Ainda segundo os dados levantados pela e-bit, em parceria com o Movimento Internet Segura (MIS) e o comitê da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), o percentual de satisfação com o comércio virtual no primeiro semestre foi, em média, de 85,40%. Segundo Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit, “as empresas estão buscando maior rentabilidade, então aumentaram o prazo de entrega das encomendas e aumentaram o preço do frete, para diminuir a expectativa do consumidor”, o que pode impactar na satisfação dos usuários.

Expectativas do e-commerce para o segundo semestre

Durante o resto do ano, o esperado é que as vendas online continuem crescendo no mesmo ritmo apresentado no 1º semestre. Na segunda parte de 2012, a expectativa é que o setor cresça 20% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo faturados mais R$ 12,2 bilhões, finalizando o ano com um total de R$ 22,5 bilhões, crescimento nominal de 20% em relação a 2011. O tíquete médio deve apresentar queda no segundo semestre. Espera-se que o valor médio gasto em compras online fique em torno de R$ 330,00. Isso pode ser explicado pela preferência crescente dos e-consumidores em categorias de menor valor agregado, como o próprio segmento de “Moda e Acessórios”, que vem ganhando espaço no e-commerce rapidamente, alcançando a 3ª posição no ranking das cinco categorias mais vendidas no primeiro semestre, com 11% do volume total de pedidos. No mesmo período do ano passado, não havia nem aparecido no ranking.

A colocação final das mais vendidas até aqui, em 2012, ficou da seguinte forma: “Eletrodomésticos” em primeiro (13%), “Saúde, beleza e medicamentos” em segundo (13%), “Moda e Acessórios” (11%) em terceiro. “Livros, assinaturas de revistas e jornais” (10%) e “Informática” (9%) finalizaram a lista.

Índice FIPE Buscapé

O Índice FIPE/Buscapé, relatório que levanta uma radiografia mensal dos preços de mais de 1,3 milhão de produtos no ecommerce brasileiro, registrou queda média de -0,31% no mês de junho de 2012, reforçando a tendência deflacionária dos preços no e-commerce nos últimos 17 meses, quando apenas em agosto/11 (0,59%) e janeiro/12 (0,90%) houve aumento de preços.

Entre as categorias de produtos, apenas Cosméticos e Perfumaria (0,22%) e Eletrodomésticos (0,21%) apresentaram aumento de preço em junho. Em um período de 12 meses (Jun12/Jun11) o Índice FIPE/Buscapé registrou queda de -7,07%. A categoria com a maior queda no período foi a de Eletrônicos (-14,85%), seguida por Telefonia (-13%). O segmento de Eletrodomésticos, uma das mais representativas no ecommerce, teve queda de preço de -4,2% no período de Junho de 12 e Junho de 11, e aumento de 0,05% nos últimos seis meses.

Compras coletivas

O mercado de Compras Coletivas faturou aproximadamente R$ 731 milhões no período, crescimento de 2% em relação ao primeiro semestre de 2011, que, em termos macroeconômicos, teve resultados mais positivos do que os atuais, superando em R$ 14,3 milhões o resultado do primeiro semestre do mesmo ano.

A categoria campeã foi a de “passagens aéreas, cruzeiros e hospedagens”, com R$ 194,6 milhões arrecadados pelo setor de “Hotéis e Viagens”.

A expectativa para o segundo semestre é de que o mercado aquecido. Espera-se que os resultados do quarto trimestre tenham um impacto previsível com a aproximação do final de ano, o que aumenta os custos dos consumidores. O ano de 2011 teve faturamento total de R$ 1,6 bilhão e, para 2012, é esperado crescimento de 5% a 10%.

Amazon no Brasil

Com a esperada chegada da gigante do e-commerce ao Brasil, a e-bit procurou entender como os consumidores encaram este acontecimento. O mais esperado pelos consumidores é a “diversidade de produtos”, seguida por “produtos inovadores”. Somente 4% dos respondentes informaram que não comprariam na Amazon do Brasil, enquanto 48% disseram não saber e os mesmos 48% comprariam um produto na gigante americana.

Os dados mostram que pouco mais de ¼ dos respondentes tem o costume de comprar fora do país, sendo que 26% deles já compraram na Amazon. Esses consumidores também costumam gastar mais na loja: enquanto o tíquete médio de compras fora do país é de R$ 158,00, na loja estadunidense é de R$ 172,00. O valor, no entanto, é inferior à sua grande concorrente, a BestBuy, que conta com tíquete médio de R$ 212,00 no Brasil.

Ainda sobre a chegada da empresa ao país, 26% dos clientes que já compraram na Amazon ouviram falar que a companhia terá uma loja no país em breve.

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