sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Tribuna da Bahia :Tráfego de informações ameaça engarrafar a Internet Banda Larga




O crescente tráfego de informações nas redes de banda larga poderá sobrecarregar a infraestrutura e causar níveis inaceitáveis de congestionamentos de usuários nos próximos anos.

É o que aponta o estudo "A viable future model for Internet", realizado pela consultoria A.T. Kearney, a respeito do mercado europeu, e apresentado hoje durante o 56º Painel Telebrasil, o principal encontro brasileiro de lideranças do mercado de telecomunicações, realizado pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), em Brasília.

Tiago Monteiro, principal executivo da área de telecomunicações da A.T. Kearney no País, mostrou como a mesma lógica que está afetando a viabilidade do modelo de Internet na Europa se aplica ao Brasil.

Embora integrada, a cadeia de valor da internet tem muitos players com diferentes tipos de interesses. O atual modelo onera apenas as empresas de infraestrutura, mas a geração de valor é fragmentada por diferentes players da área de conteúdo, Internet e serviços, sobretudo de vídeo.

Esta nova dinâmica altera o equilíbrio vigente, no qual o esforço de investimento era suportado pelo incremento de receita. No caso europeu, para suportar o aumento do tráfego será necessário que as empresas de telecom invistam cerca de €31 bilhões acima da previsão inicial.

Em relação ao Brasil, Tiago Monteiro observa que o número de assinantes de banda larga móvel e fixa pode mais que dobrar em relação a 2011 e crescerá ainda mais até 2015, impactando de forma significativa o nível de investimentos nas redes fixas e móveis, caso o modelo de negócio se mantenha.

Entre 2012 e 2014 estima-se que o nível de investimento em backhaul e acesso fique 40% a 60% acima do trendline.

Segundo o estudo, um novo modelo econômico para as redes banda larga é necessário para garantir a sua capacidade de resposta à demanda futura. Contudo, nenhum desses modelos isoladamente permite responder às exigência de incremento de receitas impostos pelo dinamismo do mercado.

O estudo apresenta quatro modelos possíveis: alteração das políticas de preços de venda; a cobrança de acordo com o volume consumido; a garantia de tráfego a partir de gestão diferenciada e acordos bilaterais para prover melhor qualidade dos serviços.

Todos estes modelos devem ser enquadrados num debate sobre a neutralidade de rede e sua interpretação. Para Monteiro, nenhuma opção por si só é suficiente e dependerá muito da posição do operador na cadeia de valor/posição de mercado.

O 56º Painel Telebrasil realiza-se até o final do dia, no Unique Palace, em Brasília, e reúne líderes do setor de telecomunicações e também de outras áreas, como radiodifusão, TI, Internet e produção audiovisual. Ao longo dos dois dias de debates, esses profissionais irão traçar cenários para os próximos anos e levantar propostas para acelerar a inclusão digital. 

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