sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Folha:Jornais debatem seus modelos de negócios e cobrança por conteúdo na internet




A cobrança por conteúdo na internet por parte dos jornais foi o assunto principal do encontro "Novas Plataformas Editoriais, Novo Jornalismo, Novos Meios", que ocorreu nesta quinta-feira (27) em Buenos Aires.

Promovido pelo grupo Clarín e pelo GEN (Global Editors Network), o evento contou com a participação de Ricardo Kirschbaum, editor-geral do "Clarín", Matt Kelly, ex-publisher de internet do "Daily Mirror", Jim Roberts, editor-assistente do "New York Times", e Roberto Dias, editor de Novas Plataformas da Folha.

Roberts disse que a cobrança pelo conteúdo tornou o jornal "mais saudável", mas que isso não é suficiente para lidar com as transformações no mundo das comunicações hoje. Reforçou que os jornais devem aprender com as redes sociais no sentido de que estas geram um sentimento positivo ao permitir que seus usuários compartilhem experiências.

Para ele, o uso mais recorrente dos vídeos é a alternativa mais sedutora para atingir esse objetivo. Também chamou a atenção para a necessidade de uma mudança geral no comportamento daqueles que fazem os jornais. "Temos de parar de resistir às transformações e abraçá-las", disse.

Já Dias explicou como foi o processo de unificação das redações impressa e digital naFolha, em 2010, e a posterior implantação do "paywall" (muro de cobrança) poroso, em junho de 2011. Disse estar havendo uma "revolução cultural" dentro das redações e que é um desafio modificar os velhos costumes na produção dos jornais.

Reforçou que a circulação, a publicidade e a audiência do site da Folha não caíram com o novo sistema.

Por sua vez, Kelly se mostrou descrente com relação aos conteúdos pagos. "Não é uma opção, pelo menos no Reino Unido, sugerir que o leitor queira pagar pela informação", disse.

Em vez disso, apresentou algumas alternativas que o "Daily Mirror" tem seguido. "É preciso conquistar novos territórios, tanto geograficamente, abrindo escritórios em outras partes do mundo, como no que diz respeito às plataformas."

O "Daily Mirror" aumentou a audiência de seu site de 5 milhões para 20 milhões de visitantes de 2007 até hoje. Entre as mudanças realizadas estão a criação de uma seção de esportes e uma de entretenimento.

O editor do "Clarín" reforçou que as redações "não têm alternativa" e que precisam investir na formação de jornalistas preparados para atuar em vários meios. O "Clarín" não cobra pelo conteúdo on-line, mas diz não ver nisso um problema. "A tendência é que o papel seja consumido por um público mais elitista no futuro, enquanto a internet será mais geral."

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