segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Olhar Digital: Protocolos Wi-Fi: conheça as diferenças


O que há por trás das siglas 802.11 e suas variáveis? 


A sigla 802.11 refere-se, basicamente, a protocolos de transmissão de dados sem fios. Para que fosse criado um ecossitema de aparelhos que pudessem se comunicar sem fios foi preciso criar uma "linguagem" comum a eles. Em 1997, o IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos - cuja sede fica em Nova York, nos EUA, mas conta com 400 mil associados espalhados mundo afora) criou o primeiro protocolo de transmissão de dados sem fios. O 802.11-1997 foi o primeiro protocolo a dar base à comunicação que ficou conhecida como Wi-Fi. Porém, o protocolo que primeiro se tornou popular foi o que veio logo em seguida, o 802.11b, que opera na frequência de 2,4 gigahertz. Por meio dele, os aparelhos conseguiam transmitir dados entre si à velocidade de até 11 megabits por segundo. O protocolo 802.11a foi estabelecido na mesma data e, apesar de teoricamente oferecer a possibilidade de velocidades maiores que o b e operar numa frequência menos congestionada (5 gigahertz), dificuldades técnicas fizeram com que ele tivesse menos aceitação entre fabricantes. Entre outros problemas, o protocolo a sofre muito mais interferência que o b, e tem um raio de propagação bem menor.

Na história da evolução, dos protocolos, um marco foi a criação do protocolo 802.11g, em junho de 2003. A partir dele, foi possível estabelecer conexões entre dispositivos sem fios com velocidades de até 54 megabits por segundo. A chegada desse protocolo coincidiu com o crescimento do mercado de notebooks e, consequentemente, de roteadores sem fios, o que fez que, durante anos, o protocolo 802.11g fosse o mais popular mundo afora. Um dos problemas do protocolo g é que ele opera apenas na frequência de 2,4 gigahertz - um frequência que tende a sofrer interferências de vários outros aparelhos, como telefones sem fios e até microondas.

A evolução

O protocolo g difundiu a tecnologia wi-fi e fez proliferar os hotspots. Mas, ele apresentava limitações importantes. Além da velocidade, o alcance da comunicação sem fios sob o protocolo 802.11g limita-se a um diâmetro de cerca de 35 metros em ambientes fechados e 130 metros em ambientes abertos - isso em condições ideais. Como essas variáveis já não são suficientes para atender as demandas dos usuários, nem acompanhar o crescimento de velocidade da banda larga (basta lembrar que já há conexões domésticas que entregam 100 megabits por segundo, mesmo no Brasil), foi preciso fazer evoluir o padrão. Em outubro de 2009, o IEEE publicou o novo protocolo, o 802.11n. Com ele, as velocidades de transmissão podem chegar a até 600 megabits por segundo e o alcance foi aumentado para cerca de 70 metros em ambientes fechados e 250 metros em ambientes abertos. Além disso, o protocolo n opera tanto na frequência de 2,4 gigahertz quando na de 5 gigahertz. O protocolo n abriu a possibilidade do uso do que os técnicos chamam de MIMO (Múltiplo Input e Múltiplo Output). Essa tecnologia permite que a informação seja transmitida e recebida por múltiplas antenas tanto no emissor quanto no receptor, o que aumenta não só a velocidade, mas também a confiabilidade da transmissão.

Seguindo na linha de evolução, o IEEE publicou em novembro de 2011 a primeira versão do protocolo que vai substituir o protocolo n. Vamos entrar na era do protocolo 802.11 ac. Com esse protocolo, as velocidades de transmissão entre aparelhos podem alcançar até 1 gigabit por segundo - o que deve abrir as portas para a já tão falada era da internet das coisas, quando praticamente todos os objetos do nosso dia-a-dia poderão estar conectados à internet. 

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