terça-feira, 13 de novembro de 2012

Folha de S.Paulo: Microsoft investe no aprendizado das máquinas para avançar na análise de dados


Eric Horvitz, da Microsoft, com seu robô assistente 
no escritório da empresa, em Redmond (EUA) 

Eric Horvitz, 54, entrou para o departamento de pesquisas da Microsoft há 20 anos, com graduação em medicina, doutorado em ciência da computação e nenhuma intenção de permanecer. "Eu achava que ficaria aqui por seis meses", disse.

Mas ele continuou na MSR, como o departamento é conhecido, por causa dos computadores velozes e da chance de trabalhar com outras pessoas interessadas em pesquisa de vanguarda. Seu objetivo era criar um software de previsões que se tornasse cada vez mais inteligente.

Agora essas tecnologias estão sendo incorporadas a numerosos produtos da Microsoft.

A versão de 2013 da planilha eletrônica Excel, parte do pacote Office, poderá vasculhar grandes volumes de dados. Será possível, por exemplo, ler 12 milhões de mensagens do Twitter e criar tabelas mostrando qual filme candidato ao Oscar desperta mais interesse.

Uma nova versão do programa para e-mails Outlook, ainda em teste, usa o "aprendizado" do computador para avaliar os hábitos do usuário e fazer sugestões, como ao indicar se você irá ou não desejar ler cada mensagem. Outra possibilidade dessa tecnologia é antever problemas de software em redes empresariais.

O "aprendizado" implica que os computadores infiram significados e façam previsões a partir de coisas como linguagem, intenções e comportamento. Quando mecanismos de buscas como Google ou Bing oferecem grafias alternativas a uma busca com erro de digitação, eles estão empregando o aprendizado informático.

Se os novos produtos funcionarem conforme o anunciado, a Microsoft voltará a ser relevante nos lugares para onde a tecnologia se encaminha.

Embora os pesquisadores do MSR tenham ajudado a desenvolver o Bing para concorrer com o Google, a unidade era amplamente vista como um bonito playground onde Bill Gates dava vazão aos seus caprichos. Agora, ela está começando a colocar a Microsoft mais perto do centro de vários novos negócios, como lojas de algoritmos e serviços de reconhecimento de fala.

A Microsoft não está sozinha entra as companhias tecnológicas da velha guarda que injetam "big data" (coleta massiva de dados) em seus produtos.

Neste ano, a Hewlett-Packard deve apresentar impressoras que se conectam à internet e armazenam documentos, nos quais novas informações podem posteriormente ser procuradas.

A IBM contratou mais 400 matemáticos e estatísticos para seus serviços de software e consultoria.

A Oracle e a SAP têm seus próprios esforços para o "aprendizado" das máquinas.

"Tudo no mundo está gerando dados", disse David Smith, analista da Gartner, empresa de pesquisas tecnológicas. "A Microsoft tem muitos pontos de presença, como Windows Internet Explorer, Skype, Bing e outras coisas, que poderiam fazer muito."

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