terça-feira, 29 de janeiro de 2013

IDG Now!: Mesmo após update, Java continua sendo ameaça à segurança dos usuários



As novas configurações de segurança do Java, projetadas para bloquear ataques drive-by download do navegador, podem ser contornadas por crackers, disse um pesquisador no domingo (27/1). Vale lembrar que ataques desse tipo instalam automaticamente malwares nas máquinas de usuários que visitam sites comprometidos.

A notícia veio na sequência de várias e embaraçosas vulnerabilidades 0-day, e do recente compromisso assumido pelo chefe de segurança do Java de que a sua equipe corrigiria os bugs no software.

As configurações de segurança do Java que podem ser contornadas foram introduzidas no mês passado, com o Java 7 Update 11. Essas disposições permitem que os usuários decidam quais applets podem ser executados dentro dos navegadores. A mais rigorosa das quatro configurações supostamente bloqueia qualquer applet não-assinado com um certificado digital válido.

Outras restrições aprovam livremente a maioria dos applets não-assinados, executam applets não-assinados somente se o próprio Java estiver atualizado, ou exibem um aviso antes que applets não-assinados sejam executados.

Mas, de acordo com CEO da Security Explorations Adam Gowdiak, nenhuma dessas configurações chega a atrapalhar um cracker. "O que descobrimos é que o código Java não-assinado pode ser executado com sucesso em um sistema-alvo Windows, independente do nível de segurança definido pelo usuário no Painel de Controle do Java", escreveu o especialista em um post no domingo (27/1), na lista de discussão Bugtraq. "O 'alto' ou 'muito alto' não importa muito aqui. Ainda assim o código será executado."

Seguro, mas nem tanto

Depois de identificar a vulnerabilidade e criar um exploit prova-de-conceito que funciou no Java 7 Update 11 (a versão lançada há duas semanas) rodando em Windows 7, Gowdiak reportou o bug para a Oracle.

Sua descoberta torna discutível - pelo menos em teoria - a última alteração de segurança da Oracle. Quando liberou a atualização de emergência em 13 de janeiro para anular duas vulnerabilidades críticas do plug-in do Java, incluindo uma que foi ativamente explorada por cibercriminosos, a Oracle também redefiniu automaticamente o Java para o nível de segurança "Alto". Nessa configuração, o software notifica os usuários antes que eles possam executar applets não-assinados.

Embora não haja evidências de que crackers estejam explorando essa nova vulnerabilidade, Gowdiak deu a entender que não seria difícil para eles o fazerem. "Ela deve ser considerada", disse Gowdiak. "Estamos realmente surpresos ao descobrir o quão trivial é contornar essas novas configurações de segurança."

Os cibercriminosos intensificaram seus ataques contra o Java e o seu plug-in, e algumas empresas de segurança estimam que eles sejam responsáveis ​​por mais de metade de todas as tentativas de explorações. Na maioria das vezes, exploits Java são utilizados para realizar ataques drive-by download.

Gowdiak publicou sua reivindicação poucos dias depois de a Oracle lançar uma gravação de uma conferência entre os líderes do grupo de usuários Java e o principal gerente sênior de produto, Milton Smith, responsável por supervisionar a segurança do software. Eles discutiram as recentes vulnerabilidades e o caminho que a Oracle estava tomando.

Durante a chamada, Smith explicou os aperfeiçoamentos de segurança para o Java 7, incluindo a introdução das configurações do Update 10 e a mudança do padrão de "médio" para "alto" do Update 11. "As mudanças efetivamente fazem com que applets não-assinados não sejam executados sem um aviso", disse Smith. "Algumas das coisas que estávamos vendo eram feitos silenciosos, onde as pessoas clicam em um link dentro de um e-mail e sem querer comprometem a máquina. Mas agora, essas características realmente impedem isso. Mesmo que o Java tenha um exploit, seria muito difícil atacar em silêncio."

Mas, de acordo com Gowdiak, não é bem assim que acontece. "As melhorias de segurança feitas recentemente para o Java 7 de jeito nenhum impedem ataques silenciosos", escreveu o especialista no Bugtraq.

Quando questionado sobre como os usuários que necessitam executar o Java em seu navegador devem se proteger, Gowdiak sugeriu que eles migrassem para um navegador com "click-to-play" - um recurso que obriga os usuários a autorizar explicitamente a execução de um plug-in. Tanto o Chrome quanto o Firefox incluem o click-to-play. "Isso pode ajudar a prevenir a exploração automática e silenciosa de vulnerabilidades conhecidas e ainda não corrigidas do plug-in do Java", disse Gowdiak.

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