quinta-feira, 4 de abril de 2013

COMPUTERWORLD: Para empresas, adoção da nuvem é mais complicado que o previsto


Empresas e líderes da área de TI em todo o mundo estão descobrindo que a adoção da nuvem é mais complicada do que o previsto, indica estudo realizado pela KPMG International. Segundo o relatório “A nuvem toma forma” e aproximadamente 33% dos executivos ouvidos dizem que os custos de implementação foram mais altos do que o esperado. Uma porcentagem igual afirma que a integração dos serviços de cloud à infraestrutura de tecnologia existente foi especialmente difícil.

A KPMG ouviu via web 674 altos executivos em organizações que usam a nuvem em 16 países. O estudo foi realizado em parceria com a Forbes Insight. Mais da metade das organizações já trabalha com a cloud em algum nível, e 70% daqueles com experiência na nuvem dizem que a modalidade melhorou a eficiência e promoveu significativa economia de custos.

De acordo com os autores do relatório, conforme o mercado de ofertas de serviços em nuvem amadurece, as empresas começam a lidar com aspectos práticos desafiadores para a viabilização. Há evidências de que as organizações estão colocando um foco maior em acertar o redesenho dos processos, facilitando as mudanças adequadas e introduzindo melhorias no modelo de negócios.

"Uma das lições mais importantes é que o redesenho dos processos precisa ser feito juntamente com a adoção da cloud se as organizações quiserem obter todo o potencial de investimento em virtualização", explica Rick Wright, líder do Programa Global de Viabilização da Nuvem e diretor da KPMG nos Estados Unidos. 

Mais que redução de custos

Wright destaca que "os executivos descobriram que o redesenho de processos simultaneamente à implementação do novo modelo é fundamental para abordar as complexidades que frequentemente aparecem nas fases de implementação e operação da adoção da nuvem."

A pesquisa mostra que, apesar dessas complexidades, os executivos ainda acreditam que os benefícios desse modelo superam as dificuldades da implementação. Isso ocorre porque as organizações estão mudando seu foco de objetivos puramente de redução de custos para se concentrarem na realização dos benefícios transformacionais da cloud.

Embora para quase metade dos entrevistados, a redução de custos ainda seja a principal razão para a adoção da nuvem. Uma parcela de 28% também disse que a velocidade em que são capazes de migrar para a cloud é importante, assim como a possibilidade de entrada rápida em novos mercados (27%) e a transformação do processo de negócio (22%).

"Obter uma economia real de custos a partir da nuvem é mais do que simplesmente mudar de gastos fixos para despesas operacionais. A maior redução de custos - e, mais importante ainda, os benefícios transformacionais de negócios - virá dos resultados de longo prazo, tais como processos mais eficientes e modelos operacionais mais flexíveis", avalia Frank Meylan, sócio-líder da área de management consulting da KPMG no Brasil. 

"Isto é uma realidade no mundo e não deixa de ser uma verdade aqui no Brasil. O problema é que alguns processos são bastante complexos, e a aversão aos riscos acaba sendo considerável na análise dos gestores.”

Desafios

Os executivos das empresas reconhecem que a adoção da nuvem deve melhorar a segurança, e não diminuí-la, embora 26% dos entrevistados ainda vejam a segurança como um desafio importante. O relatório indica que os executivos reconhecem que a única forma de abordar essas preocupações é trabalhar mais próximos com o pessoal de TI para desenvolver uma abordagem conjunta de segurança da nuvem. É importante garantir que as soluções e serviços dos provedores de nuvem sejam confiáveis e protegidas.

Mais de um terço dos entrevistados dizem que irão migrar suas operações principais de serviços e compras, cadeia de fornecimento e logística para a nuvem dentro dos próximos 18 meses. "A segurança - perda de dados e privacidade - ainda é uma preocupação significativa para as empresas e líderes de TI, mas muitos estão rapidamente ganhando mais confiança em seus prestadores de serviços", diz Greg Bell, diretor da KPMG nos Estados Unidos.

Outro aspecto importante é a regulação. Apenas 18% dos entrevistados acham que a regulação do segmento é um desafio, mas isso pode ser devido à complacência, sugerem os autores do relatório. As organizações podem estar somente começando a se preparar para as complexidades que surgirão com a maior conformidade regulatória. Os entrevistados das Américas têm uma tendência 10% maior de ver as regras como um desafio fundamental do que seus pares da região Ásia-Pacífico.

"Não vai demorar muito para que os reguladores comecem a fiscalizar as novas regras que terão impacto na forma como as organizações globais usam a nuvem", afirma Shahed Latif, diretor da KPMG nos Estados Unidos. Quase 24% dos entrevistados disseram que estão considerando ambientes "privados" de nuvem como forma de abordar os desafios regulatórios.

Segundo a pesquisa, somente 5,5% dos entrevistados consideram globalmente a estrutura tributária como um desafio para a adoção da nuvem, e muitos entrevistados dizem que suas organizações estão equipadas com as ferramentas necessárias para superar os desafios de implicações fiscais incertas, conforme continuam a migrar mais operações de negócios para a nuvem.

"Obter uma assessoria tributária estratégica deve ser uma etapa crítica no processo de planejamento da nuvem", diz Steven Fortier, diretor de impostos da KPMG nos Estados Unidos. "Departamentos fiscais esclarecidos devem encontrar muitas oportunidades para garantir que a estrutura fiscal dos serviços de nuvem sejam as mais eficientes."

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