segunda-feira, 22 de abril de 2013

Folha de S.Paulo: Smartphones alteram pesquisa na internet



O Google continua sendo o rei indiscutível das buscas na internet, com cerca de dois terços do mercado. Mas a natureza das pesquisas está mudando, especialmente porque mais pessoas buscam o que elas querem comprar, comer ou aprender em seus dispositivos móveis. Isso colocou a indústria de buscas, de US$ 22 bilhões, em sua mais importante encruzilhada desde sua invenção.

"As pessoas querem fazer uma pergunta muito simples e receber uma resposta muito simples", disse Oren Etzioni, professor na Universidade de Washington e cofundador de empresas de busca de compras e passagens de avião. "Nós queremos saber o mais próximo restaurante de sushi, fazer uma reserva e ir para lá."

O Google diz que existem 30 trilhões de endereços na web, contra 1 trilhão cinco anos atrás, e que os usuários esperam que seus computadores e telefones sejam mais inteligentes. Muitas das novas iniciativas são serviços que as pessoas nem sequer consideram máquinas de busca.

A Amazon, por exemplo, tem uma participação de mercado maior que o Google em buscas de compras, o tipo mais lucrativo de busca porque as pessoas já estão no clima de comprar algo.

Em sites como Pinterest e Polyvore, os usuários selecionaram suas coisas favoritas em toda a web para produzir resultados quando você faz uma pesquisa.

Nos smartphones, as pessoas vão diretamente para os aplicativos, como o Kayak ou o Weather Underground. Outros apps enviam às pessoas informações --sobre trânsito ou atrasos de voos, por exemplo-- antes que elas peçam.

O público usa o YouTube para procurar coisas como nós de gravata, o Siri para pesquisar seus iPhones, mapas on-line para encontrar lugares e o Facebook para descobrir coisas de que seus amigos gostam.

Serviços como LinkedIn Influencers e Quora estão tentando ser máquinas de busca diferentes -lugares para encontrar conteúdo especializado de alta qualidade e evitar vasculhar a web. No Quora, perguntas como "Como foi trabalhar para Steve Jobs?" são respondidas por pessoas com experiência pessoal, algo que o Google não pode fornecer.

Ben Gomes, associado do Google, diz que a empresa 
está trabalhando para atender a pesquisas mais complexas.

A promessa da pesquisa é grande o suficiente para que a Microsoft, apesar de perder bilhões de dólares por ano com o Bing e não ter perturbado a participação de mercado do Google, continue lá. A Microsoft - que, em fevereiro, tinha 17% do mercado ou 26%, se forem incluídas as buscas feitas para o Yahoo! - disse que considera sua busca essencial para outros produtos, do Xbox a telefones, e que ainda há muito dinheiro a se ganhar como número dois.

Há sinais de que o comportamento de buscas das pessoas está mudando. As buscas em serviços tradicionais, dominadas pelo Google, diminuíram 3% no segundo semestre do ano passado, depois de aumentar durante anos, segundo a comScore. Já o número de buscas por buscador caiu 7%. Em comparação, as buscas em sites de tópicos, conhecidos como máquinas de buscas verticais, subiram 8%.

Neste ano, os gastos de publicidade em máquinas de buscas tradicionais deverão crescer mais lentamente que os gastos gerais on-line, uma inversão.

O Google está fazendo mais modificações nas ofertas em buscas, em um ritmo mais rápido que nos últimos vários anos.

"O que o Google está começando a fazer é compartilhar parte do conhecimento do mundo que os seres humanos têm em suas mentes", disse Ben Gomes, um associado do Google, "para que os usuários possam se comunicar com o buscador de maneira muito mais natural em relação ao seu modo de pensar."

No futuro, o Google poderá responder a perguntas mais complexas, disse Gomes, como: "Qual é a distância daqui até a torre Eiffel?" ou "Onde eu poderia assistir a um show em clima quente no ano que vem?"

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