segunda-feira, 8 de julho de 2013

Convergência Digital: Espionagem dos EUA respinga nos serviços de computação em nuvem

Espionagem dos EUA respinga nos serviços de computação em nuvem


As revelações de espionagem indiscriminada de agências dos Estados Unidos –especialmente com os detalhes de como são grampeadas representações da União Europeia nos EUA e mesmo nos escritórios da UE em Bruxelas – tiveram impacto direto na agenda de negociações comerciais dos dois lados do Atlântico. Em princípio, americanos e europeus começam na próxima segunda-feira, 8/7, a discutir um novo tratado de livre comércio. 

O tema foi discutido nesta quinta-feira, 4/7, na Comissão Europeia e chegou a uma provocação direta da Vice Presidente da UE para temas da agenda digital, Neelie Kroes. Segundo ela, as empresas americanas que fornecem serviços de computação em nuvem deverão sofrer “perdas significativas” nos negócios entre as companhias europeias. 

“Se empresas e governos acreditam estar sendo espionados, terão menos móvitos para confiar na ‘nuvem’ e serão os fornecedores desse serviço os principais perdedores. Por que pagar para alguém guardar seus segredos comerciais ou outros se você suspeita, ou sabe, que eles estão sendo compartilhados contra a sua vontade?”, avaliou Kroes. 

A vice-presidente da CE ainda disparou que “serão os provedores americanos que vão perder, porque em geral são eles os líderes nos serviços de ‘cloud’. Se os clientes europeus não podem confiar no governo dos Estados Unidos, talvez eles também não confiem nos provedores de nuvem americanos. Se eu fosse uma empresa de ‘nuvem’ americana, estaria muito frustrada com meu governo”. 

Mais do que um temor empresarial, Kroes sugeriu que os mesmos receios poderão levar os legisladores europeus a adotarem medidas em reação às revelações. “As preocupações sobre segurança na ‘nuvem’ podem facilmente levar os legisladores europeus a colocarem garantias de segurança acima do livre mercado, com consequências para as companhas americanas. A ‘nuvem’ tem muito potencial, mas potencial não vale muito em uma atmosfera de desconfiança”. 

A vice-presidente da Comunidade Européia, não é, porém, a primeira a levantar esses argumentos. Na véspera, o ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedrich foi ainda mais direto: “Quem teme que suas comunicações estão sendo interceptadas de alguma forma deve utilizar serviços que não passe por servidores americanos”, afirmou ele, segundo a Associated Press. 

Nesta quinta-feira, 4/7, os representantes europeus decidiram manter o início das negociações comerciais – previstas para a próxima segunda na capital dos EUA. No entanto, está na mesa uma proposta de conversações paralelas sobre a espionagem revelada – os temas são conexos visto que os grampos afetam governos e segredos industriais/comerciais. 

O clima azedou com as revelações do ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, em inglês), Edward Snowden sobre a abrangência da espionagem dos EUA em telefones e na Internet, em todo o mundo. Particularmente incomodou os europeus saberem dos grampos de escritórios da UE em Washington e Nova York, ou mesmo na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, que além de ter as ligações monitoradas também teve sua rede invadida. 

Fonte: "Espionagem dos EUA respinga nos serviços de computação em nuvem - Convergência Digital - Cloud Computing." Convergência Digital. http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=34213&sid=97#.Udq90-cp9Nt (accessed July 8, 2013).

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