terça-feira, 9 de julho de 2013

G1: Dilma diz que não concorda com 'interferências' de outros países



A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (8) não concordar com "interferências" de outros países sobre o Brasil, ao comentar a recente revelação de que os Estados Unidos mantinham em Brasília uma base para coleta de dados enviados via satélite.

Após evento no Palácio do Planalto, a presidente disse que é preciso apurar se, de fato, houve participação de outros países e de empresas estrangeiras na suspeita de espionagem e que não deve haver pré-julgamento.

“Se houver participação de outros países, de outras empresas que não as brasileiras, seguramente é violação de soberania e de direitos humanos. Mas temos que ver sem precipitação, sem pré-julgamento. Agora, a posição do Brasil nessa questão é muito clara e muito firme. Nós não concordamos de maneira alguma com interferências dessa ordem, não só no Brasil como em qualquer outro país”, afirmou.

Reportagem do jornal “O Globo” publicada no domingo (7) afirma que, na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês).

Segundo a reportagem, não há números precisos, mas em janeiro passado o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.

Nesta segunda, em nova reportagem, o jornal revelou que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e a Agência Central de Inteligência (CIA) mantinham em Brasília, pelo menos até 2002, uma estação de espionagem para coleta de dados enviados via satélite.

Mais cedo, o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, negou ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que o governo norte-americano espione telefonemas ou mensagens eletrônicas de brasileiros.

Na entrevista à imprensa, Dilma afirmou que o governo quer que o Marco Civil da Internet – projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, que estabelece direitos e deveres de usuários, governo e empresas no uso da rede – determine que o armazenamento de dados brasileiros deve ser feito obrigatoriamente no Brasil.

O governo vai rever o projeto do marco civil antes de colocar em votação, de acordo com a presidente, para “garantir melhor a privacidade” dos dados.

“Vamos dar uma revisada porque uma das questões que devemos observar é onde se armazenam os dados. Porque muitas vezes os dados são armazenados fora do Brasil, principalmente o do Google. Queremos obrigatoriedade de armazenamentos de dados de brasileiros no Brasil. E fazer revisão para ver o que pode garantir melhor a privacidade”, afirmou.

Para a presidente, a nova legislação brasileira deverá oferecer segurança “primeiro, aos direitos humanos, à privacidade de cada pessoa, de cada cidadão. E segundo, mas não nessa ordem, a garantia de soberania do Brasil”

Fonte: Mendes, Priscilla . "G1 - Dilma diz que não concorda com 'interferências' de outros países - notícias em Política." G1 - O portal de notícias da Globo . http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/07/dados-devem-ser-armazenados-obrigatoriamente-no-brasil-diz-dilma.html (accessed July 9, 2013).

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