quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Folha de S.Paulo: Rastreamento de clientes pelo celular chega a lojas do Brasil


Todo internauta sabe, ou deveria saber a essa altura, que sua atividade on-line é monitorada por lojas e anunciantes. Páginas visitadas, cliques, pesquisas, tudo é usado para entender um comportamento e exibir o anúncio certeiro --e assim, claro, aumentar as vendas.

A start-up brasileira Gauzz quer dar o mesmo poder às lojas físicas tradicionais, implementando sensores que rastreiam por onde os clientes andam e o que fazem quando estão comprando.

O sistema usa sensores para registrar a passagem de qualquer smartphone que esteja com o receptor de wi-fi ligado --mesmo que ele não esteja conectado a uma rede.

Os dados dão origem a estatísticas que permitem ao lojista ver informações como o tempo médio que os clientes passam dentro da loja, qual a seção mais visitada, quantas vezes por semana um consumidor volta, entre outros.

Nos EUA, a Nordstrom, tradicional rede de varejo, testou secretamente por meses um sistema similar. Quando a iniciativa se tornou pública, gerou críticas sobre privacidade.

Para Thiago Balthazar, 25, fundador da Gauzz, as preocupações são infundadas.Ele diz que os dados são anônimos e os roteadores não capturam informações pessoais, apenas uma sequência numérica que identifica o aparelho, mas não seu dono.

"A gente já é rastreado de jeitos muito mais invasivos [...], com câmeras de vídeo, por exemplo", compara Eduardo Gomes, executivo da empresa Semma, que ajudará na implantação do sistema em lojas no país.

Mesmo assim, a Nordstrom anunciou a retirada do sistema poucos dias após a repercussão negativa.

Para evitar polêmicas por aqui, a Gauzz vai oferecer uma opção para quem não quiser ser seguido, mas avisar os clientes sobre a existência da vigilância será função dos lojistas.

O sistema está sendo testado em um shopping de Sorocaba, interior de São Paulo. A previsão é que comece seja vendido para lojas em breve.



LEI BRASILEIRA

Segundo Carlos Affonso de Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade da FGV-RJ, não há regulamentação para o sistema no Brasil.

"A que mais se aproxima é o Código de Defesa do Consumidor, que trata da coleta e do armazenamento de dados pessoais". diz. Elaborado em 1990, contudo, ele não dá conta das novas tecnologias.

Para Souza, a regulamentação pode vir do projeto de Lei Geral sobre Dados Pessoais, mas ele está em consulta pública e ainda nem tramita do Congresso.

Procurado, o Procon-SP disse que estudará a questão antes de dar parecer.

Fonte: FÁVERO, BRUNO. "Folha de S.Paulo." Folha online. http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/11/1375267-rastreamento-de-clientes-pelo-celular-chega-a-lojas-do-brasil.shtml (accessed November 27, 2013).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

deixe aqui seu comentário