Gregg Keizer
Apesar da pouca aceitação, empresa anunciou na semana passada que avançaria com a ideia de colocar anúncios em novas abas do Firefox.
A Mozilla anunciou na semana passada que avançaria com a ideia de colocar anúncios em novas abas do Firefox, mas tranquilizou os usuários afirmando que o navegador não se tornará "uma confusão de logotipos".
Johnathan Nightingale, vice-presidente de engenharia da Mozilla, reconheceu que o anúncio de fevereiro - de que iria inserir anúncios em seu navegador - não foi bem recebido pelo público. Mas a empresa não tem qualquer intenção de abandonar a ideia.
"Iremos experimentar", disse ele no blog da empresa. "Nas próximas semanas, testaremos nos nossos canais de pré-lançamento para ver se podemos tornar mais úteis coisas como essas novas abas, especialmente para novas instalações do Firefox, onde ainda não temos qualquer recomendações para fazer a partir do seu histórico. Testaremos uma mistura de nossos próprios sites e outros sites úteis da Internet. Vamos mexer com o layout."
Três meses atrás, a Mozilla anunciou um projeto chamado "Directory Tiles"que exibiria janelas pré-selecionadas (algumas delas com propaganda) nas páginas de novas abas abertas durante a navegação. Para os usuários de longa data do Firefox, essa página (composta por 9 miniaturas) exibe os sites mais frequentemente visitados. Alguém que começou agora a mexer no Firefox não verá nada - e é aí que a Mozilla pensou em preencher essas lacunas.
Quando apresentou o projeto - e depois o defendeu de críticas, os executivos da Mozilla disseram que os anúncios eram necessários para diversificar as fontes de renda da empresa, que atualmente conta quase que inteiramente com acordos feitos com diversas companhias de buscas (a maior delas, o Google). Os pagamentos da gigante de Mountain View representaram 90% da receita da Mozilla em 2012 - o último ano em que a Fundação publicou seus dados financeiros.
Nightingale garantiu aos usuários do Firefox que os anúncios não tomariam todo o browser. "As pessoas estão preocupadas que transformemos o Firefox em uma bagunça de logos vendidos a quem pagar mais; sem o controle do usuário, sem benefícios", disse. "Isso não vai acontecer. Isso não é o que somos na Mozilla."
O longo silêncio entre fevereiro e a semana passada pode ter relação com a crise que a Fundação teve que lidar em março, quando anunciou Brendan Eich, o criador do JavaScript,como seu novo CEO - que renunciou logo depois, em abril, por ter sido duramente criticado por ter apoiado uma lei de 2008 que proibia casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Quando a Mozilla começar a colocar anúncios na página de nova aba do Firefox, ela estará seguindo os passos da Opera Software. A fabricante do navegador norueguês vende entradas no "Speed Dial" (como a empresa chama as páginas em novas abas) a fornecedores de conteúdo de terceiros.
"O Speed Dial permite que você promova seus serviços com cliques diretos para o site, e uma miniatura personalizado serve como uma provocação visual para chamar a atenção dos usuários para o seu logotipo ou conteúdo", diz a Opera Software em seu site.
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