Martyn Williams
Parece cada vez mais provável que os futuros modelos de celulares inteligentes sejam equipados com esse recurso antirroubo
A Apple já tem um, a Microsoft e o Google estão trabalhando em um, o Estado de Minessota irá solicitá-lo no próximo ano e, em breve, ele poderá se tornar lei na Califórnia - e quem sabe no restante dos EUA. O chamado "killswitch" ou "botão da morte" parece estar no caminho de todos os próximos dispositivos móveis que serão vendidos nos EUA - então por que o alarde?
Aqui estão os pontos mais importantes dessa tecnologia.
O que é?
Por mais de um ano, oficiais da aplicação da lei em todos os Estados Unidos pressionaram a indústria de telefonia para fazer mais para combater furtos de smartphones e o botão da morte foi a resposta proposta para essa questão. Ele é um software instalado em todos os novos smartphones que permite desativar completamente o aparelho roubado.
As leis não atingem tablets, PCs, feature phones ou outros dispositivos.
Por que é necessário?
Nos últimos anos, o número de roubos violentos de smartphones nas ruas das maiores cidades dos EUA tem aumentado. Nas cidades brasileiras também. Basta ver a mais recente estatística sobre roubos em São Paulo.
Estimativas dizem que um em cada três roubos nos EUA envolve um smartphone. Ladrões tiram os celulares das mãos das vítimas enquanto elas estão andando nas ruas ou sentadas no transporte público e depois os arremessam para longe. Uma parte considerável dos crimes envolve pessoas sendo ameaçadas com facas ou armas, ou as vítimas são agredidas.
A polícia acredita que se os smartphones pudessem ser desativados, eles se tornariam muito menos valiosos no mercado negro e o incentivo para roubá-los diminuiria consideravelmente.
Como funcionará?
Se o seu smartphone for roubado, você ou alguém que tenha sido autorizado por você poderá ligar para a sua operadora ou usar um site para enviar um sinal de "morte" para o seu dispositivo. Esse sinal irá bloquear o aparelho e, se você quiser, também apagará todos os dados pessoais.
O recurso vai "tornar o dispositivo inoperante na rede de qualquer operadora de serviço móvel comercial ou de serviços de dados móveis comerciais, globalmente, mesmo que o dispositivo seja desligado ou se os meios de armazenamento de dados sejam removidos", de acordo com a proposta federal.
A única maneira de reativar o celular bloqueado será com uma senha fornecida pelo dono do dispositivo.
Quando começará a operar?
Ambas as leis - de Minessota e a proposta feita na Califórnia - obrigam que um killswitch seja inserido em smartphones vendidos nesses estados e fabricados depois de 1 de julho de 2015.
Em Minessota, o software deve ser instalado ou disponível para download. Já na Califórnia, ele deverá vir pré-instalado em novos dispositivos.
Quanto custará?
A lei de Minessota e a legislação proposta na Califórnia afirmam que o recurso deve estar disponível sem custo adicional para os usuários.
Eu tenho que tê-lo em meu telefone?
Não. A lei de Minnesota diz que ele deve ser instalado ou disponível para download. A Califórnia está exigindo que o software esteja presente em novos telefones, mas os usuários terão a possibilidade de desativar o recurso - mas ele deve ser habilitado por padrão.
O aspecto dissuasivo do killswitch baseia-se neste jogo de números: se é provável que um smartphone tenha o software, então os ladrões têm menos incentivos para roubá-lo. Se provavelmente não tiver, a chance de ser roubado aumenta - ou pelo menos essa é a teoria.
E quanto ao Find My iPhone ou ao localizados do Android?
Serviços de rastreamento embutidos podem ajudar a localizar um telefone e apagar a sua memória se o aparelho ainda estiver online, mas muitos ladrões desativam um smartphone roubado e reinstalam o sistema operacional.
Isso apaga todas as informações pessoais no aparelho e também a ligação que você tem com ele. Na proposta de lei da Califórnia, o software killswitch deve ser resistente a reinstalações de sistemas operacionais.
O que a indústria está fazendo?
Durante muito tempo, a indústria de telecomunicação foi contrária a ideia do recurso antirroubo. A CTIA disse que o killswitch tornaria os smartphones vulneráveis à crackers. Mas no início deste ano, a legislação pareceu mais e mais provável, o que fez com que a CTIA passasse a suportar o recurso.
A indústria espera evitar uma legislação e tornar o recurso um compromisso voluntário. Anteriormente, foi lançado uma base de dados de telefones roubados que poderiam ser usados para prevenir que fossem reutilizados com novas contas. No entanto, a base de dados tinha alcance limitado fora dos EUA e muitos celulares roubados são enviados para fora do país.
Irá funcionar?
Ainda é muito cedo para dizer, mas alguns dados iniciais de New York, Londres e São Francisco mostraram quedas significativas em roubos de iPhones depois que a Apple lançou o seu kill switch. No entanto, as causas da criminalidade são complexas e é muito cedo para tirar uma conclusão direta.
Mas é certo dizer que um killswitch não fará nada para incentivar o roubo de smartphones.
Então, o governo pode "matar" o meu smartphone?
A proposta de lei da Califórnia é a única que especificamente aborda essa questão. Ela permite o acesso da polícia à ferramenta, mas sob as condições da atual seção 7908 do Código de Serviços Públicos da Califórnia. Isso dá à polícia a capacidade de bloquear o serviço de telefone em determinadas situações.
A ordem judicial é normalmente necessária, embora uma exceção seja feita em caso de emergência que representa "perigo imediato de morte ou lesão corporal grande."
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